3 programas de intervenção voltados para crianças com autismo
As crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) geralmente são caracterizadas por apresentar problemas no desenvolvimento da linguagem e da comunicação (tanto verbal quanto não verbal), por manifestar dificuldades relacionadas às habilidades sociais e por apresentar um pensamento inflexível, rígido e absoluto. Isso as afeta diariamente, de forma significativa.
Felizmente, existem diversos programas de intervenção voltados para crianças com autismo atualmente, que têm como objetivo trabalhar para melhorar esses déficits. A seguir, vamos apresentar alguns deles.
Porém, antes disso, você deve compreender que as dificuldades acima mencionadas podem aparecer em maior ou menor grau, dependendo de cada pessoa com TEA.
Por isso, a intervenção psicopedagógica deve ser adaptada às necessidades especiais da criança em questão. Ou seja, deve haver uma intervenção especializada e personalizada de acordo com as características da criança e do ambiente ao seu redor.
“Rotular uma pessoa como alguém que ‘está em seu próprio mundo’ é um dos piores erros. As dificuldades com a comunicação e a interação social não significam que uma pessoa seja de outro planeta. A falta de contato visual não significa que não possam ver. Perambular não significa que estejam perdidos”.
-Liz Becker-
3 programas de intervenção voltados para crianças com autismo
O método ABA
O Método ABA (Applied Behavior Analysis ou Análise Comportamental Aplicada) é um modelo de intervenção voltado para crianças com autismo que tem como objetivo permitir que elas possam aprimorar e desenvolver novas habilidades, generalizar os comportamentos apropriados em outras situações e diminuir os comportamentos indesejados.
Esse método se baseia no condicionamento operante, uma vez que consiste em estimular a criança de maneira positiva e sistemática, concedendo recompensas (alimentos, elogios, músicas, jogos, etc.), sempre que ela apresentar determinados comportamentos desejáveis relacionados às seguintes áreas:
- Habilidades adaptativas.
- Habilidades motoras.
- Linguagem.
- Habilidades sociais.
- Habilidades cognitivas.
- Funções executivas.
- Habilidades acadêmicas.
- Habilidades de jogo.
Essas áreas, por sua vez, são divididas em tarefas menores para facilitar a execução e para que o nível máximo do indivíduo possa ser atingido.
O modelo TEACCH, um dos programas de intervenção voltados para crianças com autismo
O modelo TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children ou Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados com a Comunicação) se baseia em:
- Estruturação do ambiente: organizando de forma ideal os espaços físicos, os horários, os materiais, etc.
- Uso de materiais e indicações visuais.
- Colaboração da família, utilizando os mesmos materiais e técnicas em casa.
Esse método se adapta perfeitamente às necessidades especiais das crianças com autismo, facilitando, assim, sua aprendizagem e o bom desenvolvimento das habilidades sociais e de comunicação.
“O método TEACCH é o programa de educação especial mais utilizado no mundo todo, e há relatos de sua eficácia na melhoria das habilidades sociais e de comunicação, reduzindo comportamentos mal adaptados, melhorando a qualidade de vida e diminuindo o estresse familiar”.
-Fernando Mulas e outros-
Programa PECS
O programa PECS (Picture Exchange Communication System ou Sistema de Comunicação por Troca de Figuras) tem como objetivo ensinar certas estratégias de comunicação e interação social para as crianças com autismo.
Dessa forma, os pequenos poderão adquirir, de forma gradual e progressiva, as habilidades necessárias para se comunicarem com naturalidade através da troca de figuras ou imagens.
É importante ressaltar que esses programas de intervenção psicopedagógica sempre devem ser aplicados por profissionais especializados. Entretanto, o envolvimento da família é fundamental para que possam ser desenvolvidos com sucesso e para que resultados positivos sejam obtidos.
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- Mulas, F., Ros-Cervera, G., Millá, M. G., Etchepareborda, M. C., Abad, L., y Téllez de Meneses, M. (2010). Modelos de intervención en niños con autismo.Rev Neurol, 50(3), 77-84.