A rejeição entre iguais: o problema das crianças excluídas

As relações sociais não são nada fáceis, principalmente na infância e na adolescência. Muitas crianças sofrem com a falta de aceitação por parte de seus pares, algo que no futuro pode ser devastador para seu equilíbrio emocional.
A rejeição entre iguais: o problema das crianças excluídas
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 11 abril, 2018

Um dos grandes desafios que as crianças enfrentam é a construção de relações pessoais com crianças da mesma idade. Isso favorece o desenvolvimento social e psicológico da criança, pois ela encontra estabilidade, intimidade, proteção e apoio emocional.

No entanto, às vezes esse processo de aprendizagem é prejudicado pela rejeição entre iguais, um problema que aumenta cada vez mais.

O que é a rejeição entre iguais?

Basicamente, pode-se definir como o grau de repúdio que um indivíduo sofre por parte dos seus semelhantes. Em geral, sofre hostilidades, ofensas e humilhações, atitudes que são percebidas em algumas mudanças de comportamento.

É o oposto da aceitação social, que ocorre quando uma pessoa é aceita, querida e reconhecida. Por conseguinte, os colegas buscam sua companhia.

“A rejeição entre iguais pode ser definida como o grau de repúdio que um indivíduo sofre por parte dos seus semelhantes.”

Causas pelas quais ocorre a rejeição entre iguais

A rejeição é uma atitude complexa que exige uma abordagem a partir de um ponto de vista que incentive a aceitação. A experiência indica que a rejeição entre iguais é precedida pelas seguintes causas:

  • O comportamento da pessoa rejeitada. Geralmente, é um indivíduo que não controla seus impulsos físicos e verbais, que pode chegar às vezes a agredir o resto do grupo.
  • Justificativas constantes das atitudes que manifesta. Às vezes culpa os outros por alguma de suas ações, o que agrava a rejeição.
  • Frustração por parte da pessoa rejeitada. Isso é associado com depressão, hostilidade, isolamento, entre outras consequências.
  • Crianças tímidas de diferentes classes sociais ou etnias.

O processo de rejeição inclui variáveis que não apenas se limitam às atitudes da pessoa rejeitada. É uma situação na qual intervêm todos os atores que compõem o meio em que a criança vive: professores, família e colegas.

Quando uma criança é excluída, ela perde a chance de estabelecer relações positivas e desenvolver habilidades que estimulem seu crescimento social e psicológico.

rejeição entre iguais

Como saber se uma criança é vítima de rejeição?

Estima-se que 15% das crianças sofram de rejeição entre iguais, o que às vezes leva ao bullying escolar. Por essa razão, identificar se uma criança está passando por essa situação ajudaria a prevenir consequências no futuro. As atitudes mais frequentes nas crianças excluídas costumam ser:

  • Comportamento agressivo e incômodo que dificulta a interação com o resto do grupo.
  • Atitudes ansiosas e impulsivas que levam a pessoa a se irritar rapidamente e com muita facilidade.
  • Ataques de raiva, falta de atenção e atitudes insolentes frequentes.
  • Isolamento, introversão e timidez.
  • Em crianças pequenas, é comum o choro, fingir algum mal-estar físico e pedidos para não ir à escola.

Consequências da rejeição entre iguais

As consequências da rejeição entre iguais podem surgir aos poucos ao longo do tempo. Algumas delas podem ser:

Consequências em curto prazo

Ser vítima da rejeição entre iguais pode trazer consequências psicológicas que afetam as experiências interpessoais com qualquer indivíduo. Também pode ocasionar a perda de interesse em atividades que antes pareciam interessantes e uma valorização deficiente de si mesmo.

Por outro lado, pode desencadear ansiedade, depressão, transtornos alimentares e emocionais, entre outros.

“Estima-se que 15% das crianças sofrem de rejeição entre iguais”

Consequências em médio prazo

Caso a situação não seja normalizada a tempo, ela se agrava. Isso faz com que se torne comum o medo de atividades escolares com uma consequente diminuição do rendimento e elevadas probabilidades de fracasso.

A imagem própria da pessoa fica distorcida, o que pode levar a depressão, reações agressivas ou autodestrutivas.

No âmbito social, cria-se uma desconfiança que impede a socialização com amigos e, até mesmo, familiares próximos. Nesse ponto, a pessoa rejeitada se transforma em uma vítima e precisa de ajuda urgentemente.

rejeição entre iguais

Consequências em longo prazo

Com o passar do tempo, a rejeição destrói a autoestima e incentiva a agressividade. Então, o indivíduo pode apresentar as seguintes atitudes:

  • Excesso de faltas na escola ou no trabalho.
  • Vandalismo, roubos, vício em drogas e delinquência.
  • Pensamentos de suicídio e isolamento social.
  • Nervosismo, ansiedade e medos generalizados.
  • Propensão à rejeição em qualquer idade.

O que se pode fazer?

Como pais, representantes ou educadores, o ideal é analisar todas as causas da rejeição e agir em conformidade de forma imediata. É preciso incluir todos os participantes do meio da criança ou do jovem para incentivar a inclusão e uma aprendizagem cooperativa.

Da mesma maneira, é recomendável oferecer as ferramentas para que a pessoa possa se incluir de forma eficaz nos grupos sem ser rejeitada.

Em resumo, a rejeição entre iguais é uma situação que pode causar problemas de ansiedade e depressão em longo prazo. Portanto, agir rapidamente pode prevenir consequências futuras. Além disso, estimula o desenvolvimento social e psicológico da criança.


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