3 razões para não obrigar seu filho a comer se ele não quiser

Os especialistas recomendam que a partir dos seis meses os bebês comecem a comer alimentos sólidos. Essa nova etapa é conhecida como introdução para a alimentação complementar. No entanto, nem sempre é fácil que as crianças se acostumem aos sabores dos alimentos.
3 razões para não obrigar seu filho a comer se ele não quiser

Última atualização: 06 dezembro, 2018

O processo de acostumar os bebês a comer requer muita paciência da nossa parte. Isso acontece porque tomamos isso mais como um dever.

De alguma forma, fomos convencidos de que “se deve” iniciar a alimentação com alimentos sólidos. Consequentemente, acabamos por obrigar as crianças a comer.

Frequentemente, acontece que temos interesse em seguir esse conselho porque não queremos amamentar mais. O problema com isso é que nem sempre a criança se anima facilmente em se alimentar de uma maneira diferente.

Todos sabemos como é complicado fazer com que elas se acostumem a comer. A partir dessa fase, o momento da refeição se torna a parte mais difícil do dia.

Por que não devemos obrigar as crianças a comer?

Todos os aviõezinhos da história e as papinhas recolhidas do chão explicam que, para os bebês, é difícil se adaptar à chamada “alimentação complementar”. Ainda que seja verdade que precisem ingerir mais nutrientes na sua dieta, não é bom obrigá-los.

O fato de o pediatra ter dito que é hora de comer verduras e cereais não significa que isso vai se tornar uma realidade de um dia para o outro.

É primordial que deixemos que eles comam da sua maneira, todas as outras opções implicam uma obrigação desnecessária.

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A alimentação complementar é apenas isso, um complemento. Não significa que vamos substituir toda a alimentação antiga pela nova, mas, sim, que adicionaremos algo diferente.

Um erro comum é começar a dar de comer a mesma comida que os adultos. Às vezes podemos pensar que os bebês sofrerão de carências nutricionais graves se não fizermos assim, e isso também é um erro.

Entre as principais razões para não obrigar as crianças a comer, temos a seguinte:

Requerimentos diários de acordo com a idade

Em algumas ocasiões, os pediatras sugerem uma quantidade específica de comida por dia. No entanto, essa medida geralmente está errada por diferentes motivos.

Por exemplo, não medimos a quantidade e acabamos fazendo uma papinha muito concentrada que contém mais do que a criança necessita.

Além disso, como ela acaba não comendo tudo, não sabemos quanto de nutrientes falta para comer. Ainda, se amamentamos para complementar, talvez estejamos superalimentando nosso filho.

Por outro lado, cada bebê é diferente. Por isso, nem todos “precisam” de 300 ml de papinha por dia.

De acordo com os estudos, os requerimentos aproximados são os seguintes:

  • Meninas de 6 meses, aproximadamente, 819 kcal no máximo. Meninos, máximo de 779 kcal
  • Aos 9 meses, uma menina pode exigir aproximadamente 859 kcal, enquanto os meninos até 924 kcal
  • Meninas de um ano, de 500 a 1000 kcal. Neste caso, para os meninos estima-se aproximadamente entre 479 e 1160 kcal
  • Meninos e meninas de 18 meses podem exigir uma energia equivalente a 1200 kcal
  • Quando completarem 24 meses, o máximo para um menino é de 1300 e para as meninas de 1273 kcal.

O complemento não é o principal

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Se obrigamos as crianças a comer o complemento como se fosse comida principal, podemos alterar o seu nível de nutrientes. Seja porque o pediatra nos disse outra coisa ou por causa da confusão, acabamos oferecendo equivocadamente esses alimentos.

“Tudo que se come sem necessidade se rouba do estômago dos pobres”

– Mahatma Gandhi –

É verdade que o bebê precisa de nutrientes extras. No entanto, é algo que ele necessita de maneira progressiva. É importante observar que, em questão de gastos de energia, talvez a idade e o sexo das crianças influencie muito.

Consequentemente, podemos cometer o erro de obrigá-las a comer além da conta.

Por exemplo, as crianças da mesma idade não comerão necessariamente o mesmo. Da mesma forma, cometemos o erro de compará-las com o irmãozinho ou o amiguinho que comeu mais.

O leite materno continua sendo o alimento principal. Os purês e as papinhas são o complemento. Tanto faz se as crianças querem comer ou não. Elas sabem o quanto precisam comer e, por isso, não se deve obrigá-las.

Se elas não gostam de comidas sólidas…

Por mais atrativa que pareça a receita, a criança não está familiarizada com os alimentos sólidos.

Da mesma forma, ela desconhece a maneira de comê-los, não está acostumada com colheres nem copos, apenas conhece o seio materno. Esse processo de adaptação é lento, mas costumamos apressar um pouco.

É aconselhável que as crianças possam descobrir da sua maneira e que elas mesmas decidam se vão provar o alimento.

Antes que possam decidir se comerão o que servimos, devem sentir confiança no que está nos seus pratos. Deverão analisar com suas mãos a textura dos alimentos, assim como o cheiro.

É importante que deixemos a criança experimentar alimentos inteiros em vez de triturados.

Assim, é melhor dar uma fruta cortada na forma de bastão ou, talvez, uma verdura inteira fervida. É melhor que elas possam tentar comer sem pressão. Se não querem, tanto faz.

Oferecer os alimentos também faz parte do treinamento. Pergunte se querem essa fruta, se preferem tocá-la ou se desejam prová-la. O gosto é formado com o tempo, não é coisa de um dia para o outro.

Definitivamente, alguns alimentos não irão agradar. Se a criança não gostar de algo, não existe forma de fazê-la comer. Ninguém quer ser obrigado a comer algo que não gosta. Como pais, precisamos nos colocar no lugar dos nossos filhos.


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