A síndrome de Legg-Calvé-Perthes

A síndrome de Legg-Calvé-Perthes afeta principalmente crianças entre 3 e 12 anos de idade. Costuma não deixar sequelas, mas é necessário seguir um tratamento adequado.
A síndrome de Legg-Calvé-Perthes

Última atualização: 23 abril, 2018

A síndrome de Legg-Calvé-Perthes, também chamada de doença de Perthes ou de Legg-Calvé-Perthes, é uma doença que afeta a articulação do quadril das crianças.

Na verdade, essa doença prejudica o desenvolvimento da criança por meio de uma necrose. Ou seja, as células do osso morrem devido a uma diminuição do fluxo sanguíneo ao redor delas.

A síndrome de Legg-Calvé-Perthes pode aparecer entre os 3 e os 12 anos de idade e é muito mais frequente nos meninos. Mais precisamente, 80% dos casos estudados ocorreram em crianças do sexo masculino. Além disso, em 1 de cada 10 casos a lesão ocorre em ambos os lados do quadril, mas nunca simultaneamente.

Para ser mais preciso, a parte afetada é a cabeça do fêmur. Dependendo do momento da vida em que se manifesta e, é claro, da resposta de cada organismo, é uma doença que pode ou não deixar sequelas. Assim, se ocorrer após os 8 anos de idade, é muito possível que acarrete malformações ou que gere artrose.

Quais são as causas da síndrome de Legg-Calvé-Perthes?

Não se conseguiu ainda concluir quais são as origens dessa doença. No entanto, sabe-se que ela está vinculada a alguns fatores que podem contribuir para sua formação:

  • Ter sofrido uma sinovite anteriormente. Muitos especialistas afirmam que esse é o fator mais frequente que pode desencadear a doença, devido ao aumento da pressão intra-articular que provoca. No entanto, isso não foi comprovado. Diferentemente da sinovite transitória do quadril, essa doença permanece por mais tempo.
  • Pequenos reumatismos frequentes na região. O nível de violência de algumas brincadeiras pode explicar porque essa doença é mais frequente nos meninos do que nas meninas.
  • Fatores relativos à constituição física. São fatores relacionados à estatura, ao peso e ao amadurecimento em relação à densidade óssea. Essa é uma das teorias mais fortes em relação ao estudo das causas da síndrome de Legg-Calvé-Perthes.
  • Fatores genéticos. A ausência de evidências para comprovar esse fator faz com que sua consideração seja relativamente baixa.
  • Fatores ambientais. Foram detectados mais casos em crianças com deficiências nutricionais. Paralelamente, a doença aparece com mais frequência em famílias que possuem membros fumantes.

Tudo isso faz com que a doença de Perthes seja praticamente impossível de prevenir. Só é possível realizar o tratamento após diagnosticar a doença.

Sintomas da síndrome de Legg-Calvé-Perthes

O diagnóstico dessa doença pode ser realizado a partir dos seguintes sinais:

  • Inflamação na região afetada.
  • Dores, que em geral não são muito fortes e se localizam na virilha, nos joelhos ou nas coxas.
  • Leve coxear em momentos de cansaço, principalmente durante as noites.
  • Diminuição da mobilidade do quadril.

No entanto, não se trata de uma patologia com sintomas claros e contundentes. No geral, quando é diagnosticada, a síndrome de Legg-Calvé-Perthes já se desenvolveu e sua evolução e período de recuperação já estão determinados.

Como se trata essa doença?

O tratamento da síndrome de Legg-Calvé-Perthes tem, assim como tantas outras patologias, objetivos específicos. Estes são: a redução da dor, a preservação da mobilidade, a proteção do osso e o tratamento de possíveis sequelas.

Depois de pedir um exame com imagens por meio de placas de raio-x ou de uma ressonância magnética, o mais provável é que o médico recomende algumas precauções.

A primeira costuma ser a suspensão da atividade física intensa. Essa recomendação tem, portanto, a finalidade de evitar batidas ou movimentos bruscos que possam agravar o quadro do paciente.

“Dependendo do momento da vida em que se manifesta e, é claro, da resposta de cada organismo, é uma doença que pode ou não deixar sequelas.”

Em seguida, o objetivo será diminuir a dor. Isso pode ser conseguido através de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios.

Nos casos em que a dor é muito intensa ao ponto de produzir contrações musculares na região dos músculos adutores, outras medidas serão tomadas.

Em algumas situações se faz necessária a internação hospitalar para colocar um sistema de tração que mantenha as pernas separadas e para aplicar relaxantes musculares. Essa medida pode ser complementada com trabalhos fisioterapêuticos.

síndrome de Legg-Calvé-Perthes

É necessária uma intervenção cirúrgica?

Em alguns casos, o paciente precisa ser operado. Isso vai depender de dois fatores:

  • A região do quadril que foi afetada.
  • A capacidade regenerativa da pessoa.

Se a doença afetar o terço lateral da cabeça do fêmur, os médicos podem realizar uma operação para reparar as deficiências mecânicas e permitir uma melhor recuperação.

Essa medida é necessária porque é essa parte do quadril que sustenta grande parte do peso do corpo. Se sofrer deformações, as consequências podem ser graves.

Apesar dos incômodos que gera, a síndrome de Legg-Calvé-Perthes é uma doença que tem cura. Portanto, é essencial se focar no tratamento adequado para que a mobilidade da criança não seja afetada no futuro.

A recomendação mais adequada é consultar seu médico perante o aparecimento de qualquer sintoma pouco comum na maneira de andar da criança.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.