Amamentar reduz a dor da cesárea

Sabe-se que amamentar fornece ao bebê leite materno, a fonte de alimento mais importante e adequada para todos os recém nascidos durante os primeiros meses de vida. Além disso, também reduzir a dor da cesárea.
Amamentar reduz a dor da cesárea

Última atualização: 28 novembro, 2018

Os efeitos produzidos pelo leite materno sobre a dor da cesárea depois do parto ainda são pouco conhecidos.

As estatísticas revelam que o número de partos por cesárea aumenta cada vez mais, representando aproximadamente 25% de todos os nascimentos que ocorrem no Reino Unido, Estados Unidos e Canadá.

Pelo menos 1 em cada 5 mães que dão à luz mediante essa opção sofrem de uma dor crônica durante mais de três meses. No entanto, um estudo recente revelou que a amamentação pode funcionar como antídoto contra essa dor.

Como se concluiu que amamentar reduz a dor da cesárea?

dor da cesárea

Os resultados foram obtidos através de uma pesquisa a cargo da doutora Carmen Alicia Vargas Berenjeno e seus colegas do Hospital Universitário Nuestra Señora de Valme, localizado na cidade espanhola de Sevilha.

O estudo incluiu 185 mães que se submeteram a uma cesárea nesse hospital entre janeiro de 2015 e dezembro de 2016.

Para estabelecer esses resultados, os autores entrevistaram as mães sobre seus padrões de amamentação e o nível de dor crônica nas primeiras 24 e 72 horas depois da cesárea e, novamente, quatro meses depois.

Segundo os pesquisadores, 87% das entrevistadas amamentou seus bebês, mas apenas 58% afirmou ter amamentado durante dois meses ou mais.

As descobertas mostraram também que 23% das mães que amamentaram seus bebês por dois meses ou menos experimentaram dor crônica no local da cirurgia mesmo quatro meses depois da operação.

Os dados foram diferentes para aquelas que praticaram a amamentação por mais tempo. Apenas 8% das mulheres que amamentaram durante dois meses ou mais reportaram dor crônica.

Amamentar por mais tempo produz menos dor da cesárea

Os resultados mostram que as mães que amamentam seus bebês durante pelo menos dois meses depois da operação têm três vezes menos probabilidades de experimentar dor persistente.

“Teu peito é um laço umbilical que nunca foi quebrado”

-Anônimo-

Sobre esse assunto, a pesquisadora Carmen Vargas, escreveu: “Esses resultados sugerem que amamentar durante mais de dois meses protege da dor crônica depois de uma cesárea e que o risco de dor crônica triplica se a amamentação for mantida somente por dois meses ou menos”.

Ademais, a equipe de especialistas também forneceu outras razões válidas para incentivar as mulheres a amamentar.

Baseados nos dados obtidos pelos pesquisadores, afirmaram que as mulheres que tinham educação universitária eram menos propensas a ter dor crônica do que aquelas que contavam com um nível educacional mais baixo.

Além disso, 54% das mães lactantes reportaram que sofriam de ansiedade.

É preciso destacar que ainda que esse estudo não tenha sido feito para provar relações causais, os pesquisadores afirmaram que é possível que a ansiedade durante a amamentação possa influenciar nas probabilidades de sofrer dor crônica.

dor da cesárea

Amamentação contra o câncer endométrio

Pesquisadores da Austrália também confirmaram que a amamentação favorece a saúde materna. Protege não apenas da dor crônica em caso de cesárea, mas também do risco de sofrer de câncer de endométrio.

Ademais, outro estudo, dessa vez realizado no Instituto de Pesquisa Médica Berghofer QIMR, em Brisbane, na Austrália, afirma que amamentar durante seis meses pode reduzir o risco de câncer de endométrio.

Os especialistas analisaram estudos realizados nos Estados Unidos, no Canadá, na Europa, na China e na Áustria.

Além disso, consideraram os fatores que podem influenciar no risco de aparecimento desse câncer, como idade, raça, educação, uso de anticonceptivos orais, fase da menopausa, data da última gravidez e índice de massa corporal.

Dessa forma, os cientistas observaram que as mulheres que tinham amamentado tinham uma maior proteção contra esse câncer.

“Os resultados não são apenas relevantes para que as mulheres decidam amamentar, mas sim para que a sociedade entenda os benefícios que a amamentação possui durante períodos razoavelmente longos de tempo.

Pois bem, como nem sempre é possível dar de mamar, não significa que mulheres que não podem fazer isso irão desenvolver o câncer”, afirmaram os pesquisadores.


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