Birras ao vestir as crianças: por que e o que fazer

As birras ao vestir as crianças são comuns em muitos casos, mas não param de gerar estresse nos cuidadores. Você quer saber como lidar melhor? Aqui contamos mais detalhes.
Birras ao vestir as crianças: por que e o que fazer
Mara Amor López

Escrito e verificado por a psicóloga Mara Amor López.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Que pai nunca teve que lidar com birras ao vestir o filho? Certamente, muitos vão se sentir identificados com isso. As crianças resistem em colocar as roupas e acabam com raiva. Essa atitude é totalmente normal, pois elas estão em meio a uma luta para obter sua independência. Por isso, não querem usar as roupas que escolhemos para elas e preferem ser os que decidem o que, como e quando vestir.

Os pequenos, além de terem uma rotina, também precisam ter disciplina e receber limites claros e consistentes de seus cuidadores. Caso contrário, eles se sentem perdidos e não se comportam bem. A roupa pode ser um momento de conflito entre adultos e crianças, mas o que podemos fazer a respeito? Neste artigo contamos mais detalhes.

Por que as birras aparecem ao vestir as crianças?

As birras ao vestir as crianças, mesmo que nos deixem irritados, são normais e esperadas durante a infância. A partir dos 3 anos, aproximadamente, chega a fase da autoafirmação, e as crianças começam a se opor aos pais em várias ocasiões para reafirmar sua identidade. A personalidade está em processo de desenvolvimento e, por isso, as birras ao se vestir costumam ser muito comuns.

Outra coisa que acontece pelas manhãs é que os pais estão com pressa, então o momento de vestir os pequenos se torna um fator de estresse. A questão é que as crianças não entendem esse conceito e precisam de outros momentos para completar suas tarefas. Portanto, devemos tentar ser pacientes com elas e acompanhá-las para que desenvolvam a autonomia de forma adequada.

O que podemos fazer para evitar birras ao vestir as crianças?

Embora não possamos evitar sua recusa em se vestir, o que podemos mudar é o contexto para que esse momento não se torne o primeiro conflito do dia. Para isso, trazemos algumas orientações úteis. Confira!

Os pequenos devem ser informados sobre quais roupas devem usar em cada momento, como o uniforme escolar, por exemplo. Além disso, pode-se deixar claro para eles que para outras situações podem escolher as roupas que mais gostarem.

Explicar quais roupas são adequadas para cada momento

Devemos explicar para as crianças que para ir à escola ou ao trabalho temos que usar roupas específicas, mesmo que não sejam do nosso agrado, mas que no dia em que não formos à escola, poderemos usar o que mais gostamos. Elas podem não entender no início e podem continuar com raiva, mas aos poucos vão entender.

Negociar

Não é aconselhável deixar as crianças vencerem o tempo todo. No entanto, embora precisem de limites, é válido negociar com elas. Como? Podemos dar a elas outras alternativas para que sintam que têm mais autonomia, mesmo que sejamos nós que estabeleceremos as condições. Por exemplo, podemos fazer as seguintes suposições:

  • Eu te vi no seu quarto ou no da mãe?
  • Escolha qual dessas duas camisas você prefere, a vermelha ou a azul?

Isso fará com que elas se sintam levadas em consideração na tomada de decisões e, sobretudo, que são tratadas com respeito e carinho.

Além disso, podemos explicar que, se elas se recusarem a vestir as roupas, serão os pais que selecionarão as peças e que naquele dia elas não terão mais a oportunidade de escolher, mas certamente outro dia poderão tentar de novo. Desta forma, mostramos que confiamos que elas podem fazer isso bem e sem birras.

Ser paciente e compreensiva

É importante conversar com as crianças e explicar a elas que de manhã não podemos ficar tão calmos como no fim de semana ou depois da escola. Caso contrário, poderíamos nos atrasar para a escola e poderiam não nos deixariam entrar.

Devemos conversar com elas com calma e paciência para que, aos poucos, elas possam entender a situação. É importante que estejamos cientes de que as crianças precisam que raciocinemos com elas. Devemos tentar evitar imposições, porque os pequenos estão em fase de aprendizagem e têm que saber que tudo tem uma causa e uma consequência.

Não perder a calma

É importante não perder a calma e evitar gritar, que, em vez de nos ajudar a resolver o conflito, só piora a situação. Se percebermos que estamos prestes a perder a paciência, devemos respirar e pensar que isso não ajudará as crianças a acabarem com a birra. É uma fase em que a comunicação e o reforço do bom comportamento são fundamentais.

Se as birras se espalham para outras áreas e não sabemos como lidar com isso, o que devemos fazer é procurar a ajuda de um especialista em parentalidade. Assim, poderemos obter as ferramentas necessárias para lidar com esse tipo de situação que surge no dia a dia.

É normal que o pequeno finja vestir-se sozinho, embora ainda não consiga fazer isso corretamente. Os adultos devem tentar manter a calma o tempo todo e evitar gritar.

Escolher a roupa na noite anterior

Outra coisa que podemos fazer para evitar pequenas birras ao vestir as crianças é escolher a roupa na noite anterior. Desta forma, não teremos que nos apressar tão cedo para selecioná-la e poderemos deixar as crianças participarem da escolha de suas próprias roupas. Além disso, evitaremos o conflito habitual das manhãs.

Mudar o foco de atenção antes da birra

Nem tudo funciona da mesma forma para todas as crianças, uma vez que não existe uma receita mágica para a paternidade, mas mudar o foco de atenção quando surge uma crise às vezes funciona.

Por exemplo, podemos inventar uma história, conversar sobre algo que fizemos no dia anterior ou perguntar sobre o que ela fez na escola. Isso fará com que a criança se distraia com outras coisas que lhe interessam, enquanto aproveitamos para vesti-la.

Sobre as birras ao vestir crianças podemos dizer

As birras ao vestir as crianças são totalmente normais a partir dos 3 anos de idade. Elas aparecem quando os pequenos percebem que o que querem ou desejam não está sendo cumprido. Esta questão não deve preocupar você se não for extensível a outras áreas da sua vida ou se não gerar um problema significativo na dinâmica familiar. Caso contrário, é melhor procurar ajuda profissional.

Certamente, os conselhos apresentados neste artigo ajudarão você a lidar melhor com a situação sem esquecer que as bases fundamentais sempre serão a paciência e o amor.


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