Como as notas afetam a autoestima das crianças

As notas escolares muitas vezes têm impacto na autoestima das crianças e, por isso, é importante ajudá-las a se organizar, administrar a frustração e não exigir mais de si mesmas.
Como as notas afetam a autoestima das crianças

Última atualização: 09 julho, 2022

A autoestima refere-se à avaliação de si mesmo ao fato de acreditarmos que somos capazes e valiosos. Ela é formada ao longo do tempo e a partir de diferentes experiências, e constitui um dos pilares fundamentais para nossa saúde mental.

Sem dúvida, o desempenho acadêmico é um fator que afeta a autoestima de crianças e adolescentes. Mesmo assim, muitas notas são pesadas isoladamente, como se fosse um resultado que se alcança de forma linear e não por esforço.

É por isso que vale a pena dedicar alguns minutos para entender a relação entre as notas e o bem-estar emocional das crianças.

As notas afetam a autoestima das crianças

Antes de mais nada, é importante saber que o desempenho escolar de meninos e meninas depende de vários fatores. Ou seja, a compreensão, o clima emocional na escola e em casa, a possibilidade de sofrer bullying, entre outras questões.

Portanto, a primeira reação dos pais a uma nota baixa de seus filhos deve ser muito bem medida. Antes de ficar com raiva ou acusá-los de preguiça, é melhor olhar todo o contexto e tentar identificar alguns sinais que indiquem outra coisa.

Por sua vez, o aspecto emocional dos jovens não pode ser deixado de lado quando falamos em desempenho acadêmico. A aprendizagem não é um ato meramente racional, e sim condicionada pela esfera psíquica da pessoa.

Por outro lado, devemos levar em conta o fato de que as notas incentivam a competição entre os pares. Assim, uma pergunta frequente entre eles é Qual foi sua nota? Dessa forma, é necessário ensinar a eles que por trás de uma nota há muito mais do que um número: há um processo de aprendizagem, um certo grau de esforço, perseverança e vontade.

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Muitas vezes, a nota não é diretamente proporcional ao esforço realizado. Isso pode acontecer por causa do nervosismo durante a avaliação, da pressão de si mesmo e do ambiente ou de questões alheias ao âmbito acadêmico.

O que ter em mente em relação à autoestima e às notas das crianças

Aqui estão algumas recomendações para implementar com seus filhos quando se trata de avaliar seu desempenho acadêmico e promover sua autoestima.

Ofereça ajuda

Quando seus filhos chegam em casa com uma nota ruim, a primeira coisa que você deve fazer é perguntar a eles o que aconteceu. Certamente, por meio de uma conversa empática e da escuta ativa, você encontrará mais respostas do que com suas suposições.

Em segundo lugar, ofereça a eles o seu apoio para superar as dificuldades, seja para ensiná-los a se organizarem ou para assimilar melhor os conceitos com as técnicas de estudo mais adequadas para eles. Para alguns, é mais fácil ouvir alguém falar, enquanto para outros é melhor desenhar mapas conceituais ou fazer resumos.

Não suprima seu tempo de lazer

Muitas vezes, os adultos suspendem as atividades favoritas dos filhos quando eles chegam em casa com uma nota ruim, como se todas aquelas horas fossem otimizar o estudo. Crianças e adolescentes precisam de momentos de recreação e diversão, pois são justamente o que os ajudarão a enfrentar os obstáculos escolares, liberar energia e se motivar a seguir em frente.

Castigá-los e tirar algo de que gostam não apenas os fará rejeitar ainda mais os estudos, mas também não resolverá o problema em questão. Agora, se seu filho não estuda porque passa muitas horas no clube, você pode ajudá-lo a administrar melhor o tempo.

Reforce esses aspectos positivos de seus filhos

Uma boa autoestima permite mobilizar recursos para resolver situações complexas e superar obstáculos. Por isso, é bom reconhecer o esforço das crianças para aprender e incentivar cada uma de suas conquistas.

Transmita valores

Você tem que transmitir a mensagem de que uma nota não deve ser motivo para tirar sarro ou acreditar que você é superior a outras pessoas. Pelo contrário, é preciso fortalecer o espírito colaborativo e reforçar o fato de que todos podem aprender e ensinar uns aos outros.

As notas são bons guias, mas não devem ser os únicos parâmetros de avaliação. Sem dúvida, os jovens devem ser ajudados a avaliar todo o processo, não apenas o resultado, para que se convençam de que valeu a pena tentar.

Diga “não” aos rótulos

“Orelhas de burro” ou “preguiçoso” são rótulos muito populares e bastante prejudiciais. Os adultos costumam usá-los com o objetivo de atrair a atenção das crianças, como se isso eles fazê-los acordar. Pelo contrário, os efeitos de nossas palavras podem ser muito prejudiciais e até mesmo fazê-los parecer um verdadeiro fracasso.

Embora as notas possam ser um indicador de desempenho, elas não são o único parâmetro. É importante reconhecer outros aspectos fundamentais, como a capacidade de pensar e expressar as próprias opiniões, questionar situações, ter espírito crítico e criativo e encontrar as próprias respostas.

Em suma, a escola deve ser um espaço onde, além de conhecer algoritmos matemáticos ou regras de ortografia, também possamos adquirir habilidades para a vida.

Por fim, também devemos rever quais são nossas demandas e expectativas em torno dos nossos filhos para evitar sobrecarregá-los. Às vezes queremos que eles sejam brilhantes e vislumbramos um horário de estudo em tempo integral: sair da escola direto para aulas de piano, inglês e francês.

Sem dúvida, essas crianças acabam ficando estressadas, mergulhando em um ritmo vertiginoso para satisfazer os desejos de seus pais. Vale a pena respeitar suas preferências, apresentar opções e desafiá-los de acordo com a idade e as possibilidades.


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