Educação emocional desde o útero: conecte-se com seu bebê

Descubra, neste artigo, como se conectar com seu bebê de uma forma especial e apostar na inteligência emocional desde cedo.
Educação emocional desde o útero: conecte-se com seu bebê
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 29 março, 2022

A educação emocional desde o útero materno é uma estratégia excepcional e maravilhosa com a qual é possível proporcionar um melhor equilíbrio emocional pessoal livre de estresse e ansiedade. Dessa forma, cuidando do mundo emocional da mãe, cuidamos também do desenvolvimento adequado do bebê.

Se pensarmos bem por um momento, vamos perceber uma coisa importante. Durante uma gravidez, programamos nossas consultas com o médico, cuidamos de nossa alimentação, fazemos exercício físico, compramos coisas para a chegada do nosso filho e pensamos no estilo de criação que vamos seguir.

Mas como cuidamos das nossas emoções? O que acontece se a relação com nosso cônjuge não vai bem ou se estamos preocupadas com nosso futuro profissional?

Vivette Glover, psicobióloga perinatal da “Imperial College London”, nos explica que existe uma íntima e poderosa relação entre as emoções da mãe e a forma como o feto cresce no útero.

Uma conexão emocional adequada com o bebê favorece seu desenvolvimento posterior.

Quando as emoções atravessam a barreira natural da placenta

Muitas vezes, não temos consciência disso, mas a gravidez é muito mais do que uma revolução hormonal, emocional e física. Frequentemente, nos vendem a ideia de que a gravidez é maravilhosa, de que será sem dúvida a melhor época de nossas vidas.

Contudo, nem todas as mulheres vivenciam esse período desse modo.

desde o útero

Meses de mudanças e desconfortos

Depois da concepção, os órgãos da mamãe abrem espaço para permitir a proliferação e a especialização celular que transforma todos os tecidos especializados em um bebê. Todas essas mudanças são acompanhadas por incômodos com maior ou menor intensidade em cada mulher.

  • Devido aos altos níveis do hormônio Gonadotropina Coriônica Humana (GCH) aparecem as náuseas e esse mal-estar que pode permanecer até a 16ª semana da gestação em muitos casos.
  • A gravidez supõe uma mudança similar à da adolescência. Certamente, somos felizes. Mas há dias em que não nos sentimos bem fisicamente e o ânimo diminui.

Cuidamos do nosso corpo, mas não das nossas emoções

Os especialistas em psicologia perinatal avisam sobre esse aspecto: é preciso cuidar do mundo emocional da mãe durante a gravidez. As ecografias, os exames de sangue e as dietas são necessários. Mas também é preciso saber se a mulher sofre de estresse, ansiedade ou se sofre uma depressão velada.

Um interessante livro publicado pela psicobióloga perinatal Viviene Glover, “Depressão perinatal e pós-natal” (tradução livre), nos explica um interessante estudo realizado na “Imperial College London”, no qual foram monitoradas as gestações de 14.000 mulheres.

  • Foi levado em conta seus níveis de ansiedade e os indicadores associados a possíveis depressões.
  • Mais tarde, já tendo dado à luz, os bebês foram monitorados por 5 anos.
  • Descobriu-se que existe uma relação entre uma gestação vivida em meio a depressão ou o estresse e o déficit de atenção com ou sem hiperatividade.
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Educação emocional através da placenta

Todos nós temos a ideia de que a placenta é essa camada impenetrável que protege o feto de qualquer risco. Mas ela é muito mais do que isso. Muitas mães continuam pensando que suas preocupações, seus problemas no trabalho, na família, em casa ou que essa ansiedade pontual não vai afetar o bebê.

Isso não é verdade. Para compreender melhor, devemos pensar na situação estressante que, pelo motivo que for, se repete dia após dia.

  • Diante de uma situação de estresse, o hipotálamo produz e libera o hormônio chamado CRH, o qual gera posteriormente o cortisol.
  • Se, como dissemos, nosso estresse for constante ao longo de todos os meses de gestação, a barreira natural da placenta não poderá combater tanto cortisol no sangue.
  • Ele atravessará a placenta até chegar ao feto. É nesse momento que o bebê entra em “estado de alerta”, devido a esses bioquímicos tão pouco favoráveis.

Devemos nos conscientizar dessa realidade e colocar em prática mudanças, novos hábitos e novos modos de administrar nosso mundo emocional. Anote como colocar em prática a educação emocional desde o útero.

Como se conectar emocionalmente com seu bebê

Existem vários tipos de “lições” intrauterinas que podem ser úteis. No entanto, e, em primeiro lugar, devemos deixar bem claro uma coisa: para que o bebê esteja bem, nós devemos estar bem. Você é, portanto, a principal prioridade.

Se você enxergar sua realidade como um cenário cheio de círculos que te angustiam e pressionam, procure manter distância deles. Nesses meses, o círculo mais valioso é o que envolve a sua pessoa.

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  • Exercícios, como a ioga e a meditação, podem ser muito importantes para colocar o foco em nós mesmas. Nessas práticas, nos conscientizarmos do aqui e agora. Somente quando nos conectarmos com nós mesmas, poderemos nos conectar com nosso bebê.
  • Sabemos que esteve na moda o tema de escutar música clássica para estimular o feto ainda dentro do útero. Isso é adequado. Mas, da nossa parte, recomendamos a você algo melhor: converse com o seu filho.
  • O líquido amniótico é um condutor de som melhor do que o ar. É algo mágico, um vínculo direto com seu bebê que você deve aproveitar. Converse com ele com calma, leia livros em voz alta. Permita que seja construída essa conexão natural já a partir do útero.
  • Faça massagens suaves na sua barriga. Não tenha dúvida também em chamar seu cônjuge para participar. Você pode usar óleo de amêndoas ou o que você desejar. A finalidade principal é fazer com que o bebê saiba que é querido. Além disso, ele precisa saber que sua mamãe é feliz e que lhe proporciona calma e equilíbrio.

Não hesite em seguir essas dicas. Certamente, você não vai se arrepender!


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