Explicação simples das leis de Mendel
Gregor Mendel foi um monge agostiniano de meados do século XIX. A sua capacidade de observação e uma rigorosa metodologia de trabalho o levaram a desenvolver as primeiras teorias sobre a genética, que ele compilou em três leis. As leis de Mendel são baseadas em curiosos estudos com ervilhas, que ele plantava em sua horta. Mas como um monge se tornou o pai da genética?
Ele observou que, na horta da abadia de Santo Tomás, onde morava, cresciam diferentes tipos de ervilhas: verdes e amarelas, lisas e rugosas. E que essas características observáveis (fenótipos) não se misturavam, havendo apenas ou uma ou outra. Então, aproveitando o rápido crescimento das ervilhas, ele começou a criar híbridos de diferentes plantas para ver o que aconteceria.
Leis de Mendel
Primeira Lei de Mendel
Também conhecida como lei da uniformidade dos híbridos de primeira geração. O que esse primeiro postulado nos diz? Mendel preparou o seguinte experimento simples. Em sua horta, havia duas variedades de ervilhas, com flores roxas e brancas. Posteriormente, ele fez vários cruzamentos entre linhagens de flor roxa:
- Macho branco (AA) x fêmea roxa (aa).
- Macho roxo (aa) x fêmea branca (AA).
- Como resultado, ele obteve uma primeira geração de plantas com flores 100% roxas (Aa).
Você deve estar se perguntando o que são essas letras que estamos escrevendo entre parênteses. Na verdade, elas são o par de genes que determina a cor.
Cada característica que observamos corresponde a 2 genes, um de cada progenitor. Nas linhagens puras, ambos os genes são iguais e, nos híbridos, eles são diferentes. Portanto, na primeira geração obtida por Mendel, escrevemos Aa, embora ela também fosse roxa.
Após essa pequena pausa na nossa explicação das leis de Mendel, vamos continuar com a segunda lei. Qual foi o experimento no qual o nosso monge jardineiro pensou dessa vez?
Segunda lei de Mendel ou princípio da segregação
Agora que ele havia obtido plantas híbridas (Aa), todas elas com flores roxas, ele pensou em autofertilizá-las ou, em outras palavras, fazer um cruzamento das plantas Aa consigo mesmas. O resultado dessa segunda geração foi fascinante: ele obteve 1/4 de plantas brancas e 3/4 de plantas roxas.
O que deu a Mendel o apelido de ‘pai da genética’ foi a interpretação brilhante e, acima de tudo, correta, dos resultados que ele observou. Não devemos perder de vista o fato de que, quando ele realizou essas experiências, o DNA ainda não era conhecido. Foram necessários 75 anos para que ele fosse descoberto por Watson e Crick.
Ele escreveu em um papel um cruzamento simples no qual os genes de cada progenitor eram herdados separadamente. A partir do cruzamento Aa x Aa, são obtidos 3 descendentes genotipicamente diferentes, mas fenotipicamente iguais, e 1 diferente tanto genotipicamente quanto fenotipicamente:
- 1/4 AA → roxa.
- 1/4 Aa → roxa.
- 1/4 aA → roxa.
- 1/4 aa → branco.
À primeira vista, vemos todas os pés de ervilha com flores roxas como se fossem iguais, mas dentro das suas células, no seu DNA, é onde se encontra a diferença e a peculiaridade que nos levarão ao próximo experimento de Mendel.
Terceira lei de Mendel ou Princípio da combinação independente
Para a postulação dessa última lei, Mendel se baseou nos resultados obtidos a partir dos experimentos que ele realizou para provar a sua segunda teoria (lembre-se de que a existência do DNA ainda não era conhecida).
Para isso, ele desenvolveu uma série de cruzamentos, dessa vez focando nas características das sementes: amarela/verde, lisas/rugosas. Ele queria saber se ambas as características eram herdadas juntas ou separadamente.
- Ele cruzou várias linhagens puras de sementes, como fez no seu primeiro experimento, para obter uma primeira geração geneticamente homogênea (F1).
- Essa F1 foi cruzada novamente com o que é chamado de gene recessivo, aquele cujas características são observadas apenas se os dois genes forem iguais (aabb); uma semente rugosa e verde
- Como resultado, ele obteve 1/4 de cada variedade: lisa-verde, lisa-amarela, rugosa-verde, rugosa-amarela.
Ele verificou, dessa maneira, que as características são herdadas de forma independente. Posteriormente, a ciência descobriu que nem sempre é assim, já que existem características herdadas juntas, uma vez que estão muito próximas no DNA.
Em resumo, as Leis de Mendel…
Como resultado desses cruzamentos entre o que Mendel chamou de raças puras, ele postulou as suas três leis que governam os padrões de transmissão das informações hereditárias das características genéticas (genótipos). Ao longo de sua vida, ele realizou várias outras experiências, aumentando o número de características observáveis.
Desde então, a genética evoluiu muito até os dias atuais. É incrível que, apenas 150 anos depois, possamos manipular essas características e criar seres geneticamente modificados, sejam eles quimeras, transgênicos, clones ou até mesmo pessoas.
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- UCM. (última consulta julio 2019).Los experimentos de Mendel [artículo en revista]. recuperado de: www.ucm.es
- Museo de la ciencia. (última consulta agosto 2019). las leyes de Mendel [artículo en web]. Recuperado de: www.museovirtual.csic.es