Famílias mistas: como conseguir uma boa convivência?
As famílias mistas são uma das muitas formas que podem ser adotadas na cultura atual. Felizmente, o conceito de família já não representa uma imagem global e cristalizada. Pelo contrário, boa parte da sociedade aceita e celebra a diversificação neste primeiro grupo interpessoal. Neste artigo, contamos o que fazer para conseguir uma boa convivência.
O leque de possibilidades é extenso: famílias de origem, extensas, nucleares, monoparentais, homoparentais, com filhos ou sem filhos, entre outras. Assim, o fato de a convivência ser um enorme desafio não é um fato desconhecido. A verdade é que, independentemente do tipo de relação, partilhar a casa com outras pessoas sempre foi particularmente complexo. No entanto, aquelas famílias que se constituem de forma acoplada parecem apresentar um desafio a mais.
Como são as famílias mistas?
Aos poucos, mas constantemente, a noção de família não se limita mais a termos padronizados e unificados. Isso acontece porque os imaginários sociais mudam à medida que a realidade se transforma. Sem dúvida, a forma de se relacionar com os outros, os códigos, as expectativas nas relações e os modelos dos grupos primários não são consistentes com os de algumas décadas atrás.
Entre as novas concepções, encontramos a família mista ou composta. Os casais podem ser divorciados, viúvos ou pais solteiros. Por sua vez, podem surgir filhos dessa nova união.
É importante dar um nome a estas famílias porque assim se dá a elas visibilidade na sociedade permitindo aprofundar os seus problemas específicos e propor soluções a este respeito.
-Julia Gaitan-
Recomendações para alcançar uma convivência harmoniosa
Frequentemente, as famílias mistas devem compartilhar uma casa. Ali surgem e se estabelecem novas rotinas, costumes, códigos e dinâmicas, que podem gerar confrontos. Assim, para garantir uma boa convivência, é importante seguir as recomendações que oferecemos a seguir.
1. Estabeleça acordos claros
Como acontece em qualquer lar, as famílias mistas também precisam da construção de acordos e regras para que a convivência não se torne um verdadeiro campo de batalha. A comunicação fluida, assim como a clareza nas regras, facilitam o bem-estar integral quando várias pessoas moram sob o mesmo teto.
Além disso, se seus filhos e os de seu parceiro não se dão bem, atenção especial deverá ser dada ao vínculo entre eles. É comum que certos conflitos apareçam desencadeados por ciúmes, inseguranças, incompatibilidade de personalidades ou frustração. É então que devem ser estabelecidos limites e regras básicas de convivência acordadas. Além disso, você deve ajudá-los a melhorar seu relacionamento.
2. Respeite o espaço de cada vínculo
Outro ponto fundamental é o respeito à privacidade de cada relação dentro da família. É fundamental que os filhos não sintam que a relação com os pais perdeu intimidade.
3. Evite comparações
Um dos grandes erros dos novos laços afetivos é se comparar com os parceiros anteriores. O filho do seu parceiro pode crescer com a coparentalidade, que envolve a intervenção de outra pessoa. Comumente, seria o ex-companheiro de seu parceiro atual. Nesse caso, é importante que você não tente substituir essa pessoa, a menos que haja um acordo mútuo e até legal.
Embora seja compreensível que, ao morar com o filho de seu parceiro, você comece a ter um papel ativo na criação dos filhos, isso não significa que você precise substituir a mãe ou o pai biológicos. Cada um ocupa um papel diferente e é bom que seja assim. No entanto, é claro que o sentimento de pertencimento pode ser tão forte, sejam ou não parentes de sangue.
4. Promova a integração, mas não pela força
Quando uma pessoa com filhos constrói um novo relacionamento, costuma estar muito presente o desejo de que o atual parceiro estabeleça um belo vínculo com os filhos. A mesma coisa acontece ao contrário. Então, no ímpeto dessa motivação, procuram promover a integração entre eles por meio do diálogo, da proposta de atividades conjuntas ou, no pior dos casos, da imposição.
É aconselhável não forçar as crianças a ficarem perto de seu atual parceiro e de seus filhos apenas porque “Eles agora são sua nova família” . Pelo contrário, respeitar seu próprio tempo e seus sentimentos trará melhores resultados a longo prazo. Lembre-se de que os laços genuínos são construídos por meio da confiança e do afeto sincero.
As famílias mistas estão se tornando mais comuns
As famílias mistas são cada vez mais comuns nas sociedades de hoje. Às vezes, as crianças pequenas percebem o novo formato com muita naturalidade e até criam laços fortes com o novo parceiro de seus pais e até com os filhos dessa pessoa. No entanto, outras vezes, a consumação de novos relacionamentos torna-se bastante conflituosa ou tensa.
Embora cada casa seja diferente e cada caso seja particular, estas recomendações que lhe demos irão certamente ajudar a melhorar a convivência e o bem-estar de todos os membros da família.
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