A importância de não fazer comparações entre irmãos

A importância de não fazer comparações entre irmãos
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 17 outubro, 2017

Evitar as comparações entre irmãos é um princípio básico na hora de educar os filhos. Infelizmente, é algo que os pais fazem com frequência desde que os filhos são pequenos. Eles comparam o filho com outras crianças da escola ou do clube e, outras vezes, comparam constantemente os irmãos entre si.

A tendência dos pais de comparar seus filhos é natural. Em geral, são comparações feitas interiormente e que, em certas conversas, são expostas.

O problema surge quando, nessas comparações, uma das crianças é mais destacada que a outra. As crianças percebem quando isso acontece. Outras vezes, em contrapartida, isso acontece intencionalmente e os pais pronunciam frases do tipo: “seu irmão é mais inteligente e trabalhador que você” ou “vamos ver se você vai se comportar bem como o seu irmão”.

Em outras situações, a criança fica sabendo dessas comparações porque simplesmente escuta uma conversa que não era destinada a ela.

Por que os pais fazem comparações entre irmãos?

  • Todos os pais querem o melhor para os seus filhos. Nesse fato reside, em parte, a origem de muitas comparações entre irmãos. Há pais que acreditam que esse é o caminho, ou seja, que o irmão considerado como melhor seja tomado como modelo a ser imitado pelo outro. Geralmente, essas comparações se fundamentam em uma atitude ou uma habilidade específica. Os pais consideram que essa habilidade pode ser benéfica para o filho desfavorecido na comparação.
    mãe dando atenção ao filho mais novo, irmão mais velho com ciúmes

 

  • Essas comparações entre irmãos também deixam em evidência o modelo de filho que os pais desejam. Sem levar em consideração as características e as habilidades específicas de cada criança, certamente importantes e diferentes, muitos pais consideram o filho em evidência nas comparações como o modelo de filho ideal, e tentam fazer com que o outro seja como ele.
  • Há momentos em que essas comparações entre irmãos são o reflexo da identificação do pai ou da mãe com um dos seus filhos. Eles se veem mais em um dos filhos e, por causa isso, o consideram melhor que o outro. Os pais falam isso para o outro filho, com o agravante de que acrescentam: “seu irmão é tão bom em matemática quanto eu”. Isso machuca a criança que ouve, uma criança que considera seus pais como o máximo. É então que começa o ciúmes.

Consequências das comparações entre irmãos

As consequências negativas vão afetar geralmente o irmão que é desvalorizado na comparação.

  1. A autoestima da criança é prejudicada. Ao ser comparada, a criança entende que não é importante ou que não tem qualidades consideráveis.  O efeito será a insegurança, o sentimento de ser inútil e menos querida.
  2. Podem surgir a inveja e o ciúmes, o que pode provocar a ruptura nas relações entre os irmãos. É possível que a criança acredite que seus pais vão gostar mais do seu irmão, porque o irmão é melhor e isso vai distanciá-los.
  3. Quando um irmão se sente inferior a outro porque as comparações o desfavorecem, ele fica ressentido com seus pais e se torna hostil e apático. Em muitos casos, a criança vai tentar encontrar áreas nas quais se destacar para poder compensar a aparente diferença. No entanto, essa busca não terá como objetivo seu próprio crescimento e aperfeiçoamento, mas será simplesmente a tentativa de superar seu irmão em alguma coisa. Essa atitude não é saudável, pois no futuro pode levar a criança a optar por caminhos que a prejudiquem.
    duas irmãs gêmeas vestidas de coelhinho se abraçando

 

Como incentivar comportamentos positivos sem as terríveis comparações?

É importante entender que cada filho é único e importante por si mesmo. As comparações nunca são úteis como recurso formativo. Por isso, existem orientações para ajudar a criança a desenvolver qualidades ou comportamentos positivos que seu irmão também tem, sem a necessidade de fazer nenhuma comparação.

  • É necessário conhecer bem a criança, identificar as qualidades importantes e fazê-la saber por que é importante tê-las. É bom que a criança entenda que o pai e a mãe valorizam todos os seus aspectos positivos e que não se focam apenas nos negativos.
  • Quando acontecer um comportamento positivo que o pai ou a mãe acharem benéfico seu desenvolvimento, a orientação é destacar tal comportamento e utilizar reforços positivos. A criança deve entender que esse comportamento é bom para ela, mas não porque o irmão o realiza também.
  • O essencial é as crianças sentirem que os pais as aceitam do jeito que são, embora isso não signifique que elas não tenham aspectos a melhorar. Além disso, é fundamental que a criança saiba, em todo caso, que ter ou não uma qualidade nunca vai fazer com que seus pais gostem mais ou menos dela.

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