Métodos de alfabetização

Aprendemos a ler e a escrever durante a vida toda, cabendo à família e à escola promover e acompanhar o processo da formação leitora de cada criança.
Métodos de alfabetização

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 17 dezembro, 2020

Na nossa língua, diferenciam-se principalmente dois grandes métodos de alfabetização: os métodos sintéticos e os métodos analíticos. Porém, há um terceiro método que combina os dois anteriores.

Na Educação Básica, é fundamental que os professores conheçam cada um dos métodos que podem ser colocados em prática para o ensino da alfabetização. Assim, eles saberão qual é o mais adequado de acordo com as características dos seus alunos. Vamos ver as características básicas de cada um desses métodos de alfabetização.

Métodos de alfabetização

Métodos de alfabetização

Métodos Sintéticos

Esses métodos partem da menor unidade para chegar até a mais complexa. Ou seja, a criança começa a aprender as letras para continuar com as sílabas. Então, a combinação de sílabas vai levá-la a formar palavras e frases. Portanto, parte-se do abstrato para chegar ao concreto.

Por meio desse tipo de métodos se aprende, simultaneamente, a ler e a escrever. São os mais antigos e tradicionais do sistema educacional. Uma das críticas feitas a esses métodos é que eles promovem mais a memorização do que a compreensão.

Porém, dentro dos métodos sintéticos, estão incluídos, por sua vez, três outros métodos.

Método alfabético ou ortográfico

Nesse método, os nomes das letras do alfabeto são aprendidos de cor e em ordem. Depois que a criança memoriza o nome das letras, ela passa a aprender as sílabas por meio da soletração e, posteriormente, aprenderá a formar palavras e frases.

A desvantagem desse método é que os pequenos não aprendem o som das letras, e sim o seu nome. Assim, mesmo que decodifiquem, não entendem bem o que estão lendo.

Método fonético

Difere do anterior porque a criança não aprende as letras pelo nome, e sim pelo som. Ou seja, as crianças aprendem a conversão grafema-fonema. Geralmente, primeiramente são ensinadas as vogais e depois as consoantes. Uma vez que os sons forem aprendidos, as crianças os combinam em sílabas, as quais repetem várias vezes para estabelecer a associação.

Para apoiar esse aprendizado, são utilizadas figuras e cartões, visto que se considera que as ilustrações ajudem a criança a se lembrar com mais facilidade. Nesse método, a leitura e a escrita são trabalhadas simultaneamente.

Método silábico

O método silábico parte das sílabas para chegar às palavras. A criança aprende cada consoante combinada com as cinco vogais. Primeiramente, em sílabas diretas (ma, me, mi, mo, mu), então, em sílabas inversas (am, em, im…) e, por fim, em sílabas mistas (pan, pen, pin…) e compostas (pra, pré, pri…).

Depois de conhecer as sílabas, o pequeno aprenderá a combiná-las para formar palavras e frases (mamãe, papai, minha mamãe me mima…), que serão acompanhadas por imagens.

Métodos analíticos ou globais

Nos métodos analíticos ou globais, ao contrário dos sintéticos, parte-se das unidades maiores para chegar às unidades menores e mais abstratas. Ou seja, começa-se com frases ou palavras com significado para chegar ao aprendizado das sílabas e letras.

Assim, o método global se baseia na ideia de que as crianças pequenas primeiramente percebem a globalidade das coisas e depois os detalhes. É por isso que muitas crianças de três anos são capazes de reconhecer algumas marcas de produtos, seus próprios nomes, os animais… Elas sabem o que estão dizendo e o que isso significa, pois são palavras que estão dentro do seu contexto usual.

Esse método de alfabetização é mais dinâmico e motivador do que os métodos analíticos. Porém, assim como nos métodos anteriores, a criança precisa memorizar. A diferença é que, uma vez que são palavras e frases com sentido para o pequeno, a compreensão dos textos é mais bem favorecida e, dessa forma, também há mais motivação.

No entanto, esse método deve seguir um desenvolvimento e um processo que inclui várias fases.

Compreensão

Parte-se das palavras e da sua correspondente ilustração. A cada dia a criança é apresentada a uma folha didática com a palavra escrita e o seu desenho. Desse modo, ela relaciona a palavra ao seu significado, embora não saiba o nome ou o som das letras que a compõem.

Métodos de alfabetização

Outra forma de ensinar a ler as palavras é colocar etiquetas com o nome dos objetos da sala de aula (mesa, cadeira, quadro, janela…), ou colocar cartazes com os dias da semana, as estações, o clima, etc. A criança vai aprender a ler essas palavras, habituais para ela, porque elas serão vistas diariamente.

Imitação

Uma vez que as crianças conhecem várias palavras, é trabalhada a grafomotricidade, a cópia e o ditado das palavras que já reconhecem.

Elaboração

O que foi aprendido nas fases anteriores é fortalecido. Por sua vez, passa-se a trabalhar com os sons das sílabas e as letras das palavras que já conhecem. Dessa forma, os pequenos poderão formar novas palavras a partir da combinação das sílabas que foram decompostas de outras palavras.

Produção

As crianças reforçam tudo o que aprenderam. Além disso, elas também começam a colocar em prática o que foi aprendido por meio da criação de frases e pequenas redações. Durante essa fase, o novo vocabulário e a compreensão leitora também começam a ser trabalhados.

Método eclético ou misto, outro método de alfabetização

Os métodos mistos procuram integrar o melhor dos sintéticos e dos analíticos. Escolhe-se o que mais interessa a cada um, criando um método próprio.

Parte-se da importância de que a criança compreenda o texto globalmente. Primeiramente, ela aprende pequenos textos e palavras familiares, para que a leitura seja motivadora desde o início. Paralelamente, a criança vai aprendendo a grafia e os sons, as vogais e as consoantes. Assim, o método misto enfoca o reconhecimento das palavras, a compreensão e a correspondência grafema-fonema.

No que diz respeito aos métodos de alfabetização…

Assim, como podemos ver, existem vários métodos de alfabetização. Dessa forma, os professores podem dar diferentes respostas educativas de acordo com as necessidades e potencialidades dos seus alunos.

Nesse sentido, os professores são conscientes da necessidade de dominar os diferentes métodos e de conhecer os seus alunos para que possam escolher as melhores estratégias no ensino-aprendizagem da alfabetização.

Por outro lado, no processo de alfabetização, a intervenção da família também é fundamental. Devemos envolver as crianças em atividades de leitura e escrita que sejam reais e significativas para elas. Colocar os nossos filhos em contato com um mundo letrado é uma forma eficaz de ensiná-los a ler e escrever.


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  • Calzadilla Pérez, O. O. (2012). Métodos de enseñanza de la lectoescritura en la Educación Primaria. Academia Española.

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