O cérebro da mãe muda durante a gravidez

A gravidez é, sem dúvida alguma, uma fase especial e mágica. A ciência, inclusive, comprovou mudanças inesperadas no cérebro de uma mulher grávida. O objetivo, é claro, é ajudá-la a cuidar do bebê.
O cérebro da mãe muda durante a gravidez

Última atualização: 19 abril, 2018

Que a gravidez produz mudanças significativas no corpo da mãe nós já sabemos. Contudo, o que muitas mulheres não sabem é que o cérebro de uma grávida também sofre alterações durante essa importante fase. Do que estamos falando? Vamos contar a seguir.

O aumento de peso, as náuseas, as dores nas costas e as alterações hormonais, que tanto incomodam, parecem não ser a única consequência da gravidez no corpo das mulheres. Com certeza elas estarão perguntando “ainda tem mais?” Sim, ainda tem mais.

Entretanto, não se tratam de alterações negativas. Pelo contrário, sua finalidade é cuidar do bebê. Poderíamos dizer que o instinto maternal começa a aparecer mesmo antes de a mulher perceber.

Mudanças no cérebro da mãe durante a gravidez

Basicamente, a ciência descobriu  que ocorre uma redução na quantidade de massa cinzenta  no cérebro de uma grávida. A massa cinzenta está localizada na medula espinhal e na parte externa do cérebro. É a responsável pelo processamento da informação e, de fato, sua quantidade está diretamente ligada à inteligência de uma pessoa.

Exatamente, essa redução ocorre nas áreas relacionadas à empatia. O objetivo principal é captar melhor as sensações do pequeno ser que vive na sua barriga.

Pensando bem, essa diminuição de neurônios resulta em algo contraditório. Os autores da pesquisa citam que essa diminuição na conexão neuronal se dá, justamente, porque aumenta a eficiência para esta tarefa. Portanto, não equivale a uma perda ou mesmo diminuição dessa habilidade.

Além disso, também possui um poderoso efeito em relação ao ambiente. A mulher é capaz de perceber ameaças ao seu redor com maior sensibilidade que antes. Isso, afirmam os cientistas, perdura por até dois anos após o parto. Sendo assim, o instinto maternal que tantas vezes salva os bebês tem claros fundamentos neurocientíficos.

Mãe e filho amor maternal

Efeitos secundários

Dado que o cérebro da mãe sacrifica um pouco de racionalidade para dar lugar a pensamentos mais instintivos, seria normal que algumas de suas capacidades fossem reduzidas, enquanto outras potencializadas. Estes seriam alguns exemplos:

  • Memória. Muitas das futuras mamães manifestaram que se sentem mais esquecidas do que normalmente. Essas mudanças na quantidade de massa cinzenta podem ser, portanto, uma explicação para isso.
  • Estresse. Neste caso, a redução do estresse se deve, em grande parte, à oxitocina. Assim, podemos explicar o porquê de uma mãe passar por tantas mudanças, ficar muitas horas sem dormir e mesmo assim não sofrer complicações ligadas a essa patologia.
  • Sociabilidade. Você já percebeu que as mães parecem ter um sexto sentido para ler os pensamentos? Isso se deve em grande parte ao cérebro que se prepara para interpretar sinais não-verbais. Lógico: o bebê não fala, por esse motivo esta aptidão se torna fundamental e pode se expandir a outros planos de sua vida.
  • Coragem. Tanto antes como depois do parto, a mulher adquire coragem “extra” para enfrentar o nascimento e os possíveis riscos que possam ameaçar a vida de seu filhote.

O que acontece com os pais?

As pesquisas realizadas consistiram na análise de grupos com aproximadamente 20 mulheres e homens, alguns já com filhos, outros esperando e outros sem filhos. Por meio de ressonâncias magnéticas, foram detectadas alterações na massa cinzenta das mães, porém nenhuma na dos nos homens.

Contudo, devemos considerar que essa pesquisa se concentrou em homens cuja tarefa não era a de cuidador principal. Certas teorias confirmam que quando eles assumem o papel de único responsável por uma criança, a mente deles também passam por alterações que os fazem melhorar em certas aptidões.

Especificamente, essas mudanças têm a ver com a produção de oxitocina. Como é um hormônio característico e necessário para as mães durante a amamentação, se torna curioso que os homens também o produzam. Com isso, eles conseguem interpretar melhor as necessidades do bebê e também suas emoções.

Cérebro, flores

“O cérebro da mãe sofre alterações nas áreas relacionadas à empatia. O objetivo principal é captar melhor as sensações do pequeno ser que vive na sua barriga”

Qual é a explicação dessas alterações?

Assim como quase tudo que ocorre durante a gravidezesse processo tem estreita relação com as mudanças dos níveis hormonais. A revolução dentro de uma mulher grávida é tão grande que mesmo o cérebro se vê afetado por ela.

Entretanto, cabe salientar que se trata de uma adaptação positiva. É uma demonstração científica de que na verdade existe uma conexão especial entre mães e filhos. O instinto de proteção tantas vezes discutido se evidência no cérebro de uma mãe.

Da próxima vez que você notar capacidades “mágicas” de uma mãe em relação ao seu filho, já saberá de onde vem. Tudo está no cérebro: essa ferramenta mágica que se adapta às diferentes fases da vida humana.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.