O impacto da violência doméstica nas crianças

Sejam elas protagonistas ou testemunhas de agressões físicas ou psicológicas, o impacto da violência nas crianças é brutal. Isso faz com que elas se sintam desprotegidas e acreditem que essa é a maneira de resolver problemas cotidianos.
O impacto da violência doméstica nas crianças
María Alejandra Castro Arbeláez

Revisado e aprovado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Escrito por Yamila Papa

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Quando o pai bate na mãe, quando um dos adultos da família bate em seus filhos ou mesmo quando os animais são maltratados, a saúde emocional das crianças fica prejudicada. Neste artigo, falaremos sobre o impacto da violência doméstica nas crianças, uma questão realmente séria e grave.

Qual é o impacto da violência doméstica nas crianças?

A violência doméstica ou familiar é um ato que coloca em risco a saúde física, emocional e psicológica dos envolvidos por conta das agressões ou ameaças.

As crianças que testemunham agressões entre seus pais também são vítimas, porque moram em uma casa onde a violência é a regra. E não estamos falando apenas de agressão física, mas também emocional e psicológica, que podem até ser mais perigosas e prejudiciais.

Esse problema afeta mais casas do que se pensa. Na maioria dos casos, inclui um pai que é abusivo e agride a mãe e, de vez em quando, os filhos também “interferem” para tentar defendê-la. No entanto, esse tipo de violência nem sempre faz distinção entre sexo, idade ou condição social.

O impacto da violência doméstica nas crianças é completo, total e muito difícil de ser revertido. Primeiro de tudo, porque afeta o desenvolvimento evolutivo das crianças a curto, médio e longo prazo.

Pode até causar atrasos na sua aprendizagem. Também há casos de crianças que fazem xixi na cama, não falam ou não conseguem se concentrar na escola como resultado de toda a violência à qual foram expostas.

Como identificar as consequências da violência nas crianças

Professores, familiares ou amigos podem identificar quando algo ruim acontece em uma família devido às atitudes e aos comportamentos das crianças. Além dos sinais indicados acima, há outros: insônia, enurese, falta de apetite, ansiedade, estresse, depressão, pesadelos noturnos e, claro, agressividade.

É muito provável que a criança copie o que vê diariamente e, quando surge um problema com um colega de escola ou com um vizinho, ela quer “resolver” batendo ou gritando. Por quê? Porque ela considera que essa é a coisa certa a se fazer, de acordo com o exemplo que tem disponível diariamente.

As crianças que moram em uma casa onde a violência é uma ocorrência diária são mais vulneráveis ​​a traumas e problemas emocionais ou psicológicos do que aquelas que desfrutam de um lar tranquilo.

As crianças são as “vítimas invisíveis” da violência

Os pequenos incorporam tudo o que veem, ouvem e sentem ao seu redor. Não é necessário que os pais batam nas crianças ou gritem com elas para que sejam vítimas do que acontece. Mesmo quando a violência ocorre entre os adultos e fora das vistas das crianças, ainda assim elas sofrem as consequências.

Elas acumulam dentro de si sentimentos de angústia muito fortes, que permanecem por anos e muitas vezes para sempre se não forem tratados a tempo. O impacto da violência doméstica nas crianças pode variar de acordo com a idade:

1. Crianças até 3 anos de idade

Elas têm distúrbios do desenvolvimento, não comem o suficiente, gritam ou ficam irritadas com facilidade. Além disso, sofrem com ansiedade, tristeza, choro e isolamento.

“A violência doméstica ou familiar é um ato que coloca em risco a saúde física, emocional e psicológica por meio de agressões ou ameaças.”

2. Entre 3 e 7 anos de idade

Elas se sentem culpadas pela situação e isso as leva a se comportarem de maneira diferente do habitual. Pode haver regressões em seus hábitos: por exemplo, voltar a chupar os dedos, fazer xixi na cama ou não falar da maneira que costumam falar.

Elas também podem se tornar agressivas, rebeldes, destrutivas, hostis ou desafiadoras.

3. Entre 7 e 13 anos de idade

Durante essa fase, a baixa autoestima se faz presente, assim como sentimentos de ódio ou raiva em relação ao adulto violento. Além disso, a criança pode ficar irritada e bater ou gritar com irmãos mais novos, colegas de escola, primos ou vizinhos.

Ela geralmente sente vergonha pelo que costuma testemunhar em casa e, quando perguntada, nega tudo.

4. Entre 13 e 18 anos de idade

Na adolescência, a principal repercussão está relacionada às emoções e à formação da personalidade do jovem. O adolescente pode apresentar comportamentos delituosos, como roubar ou brigar na rua, e também usar drogas ou beber álcool excessivamente.

Como você pode ver, o impacto da violência doméstica nas crianças vai além do que elas veem ou ouvem em casa. Essa situação lamentável pode mudar a forma como elas resolverão os próprios problemas e se relacionarão com as pessoas durante toda a sua vida.


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