O papai também pode escolher a criação com apego

Criação com apego: a imaginamos uma mãe carregando o recém-nascido no canguru e favorecendo esse Birth bonding (laço afetivo) construído através do contato e da proximidade constante.
O papai também pode escolher a criação com apego
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 22 dezembro, 2021

Quando falamos da criação com apego, é comum visualizar quase instantaneamente uma mãe que amamenta seu filho até os 5 anos.

Mas… onde fica o pai nisso tudo? Os pais também não são arquitetos desse vínculo gerado através de uma criação presente e constante que acredita também firmemente na importância do apego?

Não devemos nos enganar. A educação de uma criança é, em geral, coisa de dois. Essa esfera íntima e maravilhosa estabelecida entre seus principais protagonistas é o que constrói por igual o tipo de criação escolhida.

O papai também faz, o papai cuida e consola. Ele busca essa aproximação com a qual favorecer a exogestação que melhora o desenvolvimento cerebral do bebê, enquanto reforça uma relação forte, um vínculo mágico e extraordinário.

Hoje, em “Sou Mamãe”, queremos propor uma reflexão sobre isso.

O papai não amamenta, mas também nutre

 

Um pai não amamenta, mas alimenta do mesmo modo que a mãe. Seu coração ama do mesmo modo. Sua pele também oferece calor. Suas mãos também sabem acariciar, trocar fraldas e até fazer cócegas.

O papai também sabe dar beijos e ensinar as primeiras palavras ao seu filho.

Os braços de um pai são um lugar fabuloso onde crescer e desde onde se olha o mundo com segurança.

Além disso, algo que todos nós sabemos é que cada vez é mais comum ver homens com seus cangurus carregados no peito enquanto fazem compra.

Eles sabem perfeitamente como posicionar as crianças. Além disso, entendem que essa aproximação cotidiana traz grandes benefícios nos quais vale a pena investir.

Os pais também se levantam durante a noite para esquentar as mamadeiras, secar as lágrimas, acalmar as cólicas, obter sorrisos quando as crianças gritam por pesadelos e para ter certeza de que “o bebê está respirando”.

São pais presentes tão preocupados quanto uma mãe.

Algo que não se pode esquecer é que cada casal estabelece previamente qual tipo de criação dar aos seus filhos. Levar o filho para dormir junto com os pais é uma opção que os dois membros decidiram juntos.

Os 5 “B” da criação com apego em que o pai está, SIM, presente

criação com apego

1. Babywearing: carregar o bebê

Os pais constroem a criação com apego carregando o bebê perto de seu coração e em contato com sua pele.

Seja nos braços ou através dos cangurus, faz parte dessa rotina para demonstrar para seus filhos que estão protegidos, seguros e que são amados

2. Beding close to baby: dormir perto do bebê

Já dissemos inicialmente. Quando falamos de criação com apego pensamos na mãe que dorme com seu bebê, grudado a ela e oferecendo-lhe seu calor e sua proteção nessas horas noturnas.

Agora, também o pai está nessa mesma cama e compreende que para evitar a angústia por separação que sentem algumas crianças durante a noite, não há nada melhor que dormir perto dela.

3. Belief in the language value of your baby’s cry: acredite no valor da linguagem do choro do seu bebê

O choro, como todos sabemos, é o único mecanismo que o bebê tem para se comunicar com os pais.

Os bebês não manipulam, não enganam e se choram, é por uma necessidade específica que deve ser atendida. Os pais sabem disso e acodem rapidamente para cuidar, consolar ou alimentar.

4. Beware of baby trainers: cuidado com os treinadores de bebê

criação com apego

São muitas as famílias que baseiam a criação de seus filhos em treinamentos, horários e diretrizes rígidas.

A criação com apego se preocupa, acima de tudo, com as necessidades das crianças antes de seguir umas normas estipuladas.

Ou seja, se o bebê está com fome e ainda não passou três horas desde a última mamada, não há porque esperar se há uma “necessidade”.

Isto é algo que todo pai que confia nos princípios da criação com apego também entende.

5. Balance: equilíbrio

A criação com apego não se baseia em conceder para a criança tudo o que ela quer, tudo o que demanda sem que existam regras, limites e obrigações.

Há um equilíbrio, um acordo democrático e uma lógica. Os pais, assim como as mães, sabem que uma criação respeitosa não será nunca uma criação cheia de desobediência.

criação com apego

6. Breastfeeding: amamentação

A amamentação materna é o melhor alimento para o recém-nascido.

Sabemos que os estudos a apoiam. Mas, antes de mais nada, é construído um momento de mágica cumplicidade entre a mãe e a criança.

Então, qual papel o pai assume durante a amamentação? Ele está presente.

O pai ajuda a mãe, cria o ambiente e essa aproximação, na qual envolve a ambos com seu amor, com seu apreço e inclusive com sua admiração.

criação com apego

Não podemos esquecer também que outra premissa da criação com apego é “both”, ou seja, “ambos”.

Esse vínculo do casal é o que confere ainda mais força ao processo da criação. É um laço que dá consistência, que transmite apoio em momentos de dificuldade.

Então, agora nos diga… quem pode duvidar de que os pais entendem bem de criação com apego?


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Barudy, J., & Dantagnan, M. (2005). Los buenos tratos a la infancia: Parentalidad, apego y resiliencia. Editorial Gedisa.
  • Garrido-Rojas, L. (2006). Apego, emoción y regulación emocional. Implicaciones para la salud. Revista latinoamericana de psicología, 38(3), 493-507. https://www.redalyc.org/pdf/805/80538304.pdf
  • Marrone, M., Diamond, N., Juri, L., & Bleichmar, H. (2001). La teoría del apego: un enfoque actual. Madrid: Psimática.
  • Mosquera D, Gonzalez, A (2009) Escala de Apego y Patrones Relacionales.
  • Mosquera, D., & González, A. (2013). Del apego temprano a los síntomas del trastorno límite de personalidad. Revista Digital de Medicina Psicosomática y Psicoterapia, 3(3), 1-33. http://www.psicociencias.com/pdf_noticias/Apego_y_TLP.pdf
  • Shaffer, D. R., & del Barrio Martínez, C. (2002). Desarrollo social y de la personalidad. Madrid: Thomson.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.