O que é a episiotomia e por que ela é tão controversa

Trata-se de uma prática muito comum na medicina tradicional, mas ultimamente a sua utilização é desencorajada. Quais riscos a episiotomia envolve? Quais são as suas vantagens?
O que é a episiotomia e por que ela é tão controversa

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 28 janeiro, 2021

Saber o que é a episiotomia é importante se você está prestes a ter o seu bebê de parto normal. Essa intervenção cirúrgica consiste em fazer um corte lateral ou oblíquo na área do períneo da mulher no momento do parto, com o objetivo de ajudar a criança a terminar de sair pelo canal vaginal.

A episiotomia é uma técnica controversa. Embora na América Latina e na Espanha a sua prática seja comum em até 80% dos nascimentos hospitalares, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alega que essa técnica é contraindicada e a recomenda apenas para casos extremos.

O que é a episiotomia?

A episiotomia é um tipo de intervenção cirúrgica comum na América Latina e na Espanha durante o parto normal. Consiste em fazer um corte com uma tesoura cirúrgica em direção ao ânus, após a aplicação de uma anestesia.

Essa intervenção envolve cortar a pele, a mucosa vaginal e o músculo para expandir o chamado canal mole de tal forma que, teoricamente, a saída do bebê através do canal vaginal fosse facilitada.

O corte, embora seja direcionado para a região do ânus, é feito de forma lateral ou oblíqua, precisamente para não causar danos ao esfíncter anal. No entanto, existem várias razões pelas quais os médicos recomendam – agora raramente – realizar uma episiotomia:

  • Quando o feto é muito grande.
  • Se a forma do períneo for alta e muito musculosa.
  • Em nascimentos de gêmeos.
  • Quando instrumentos para a remoção do bebê, como o fórceps, serão usados.
  • Devido à pouca elasticidade da vulva e da vagina.
  • Em partos de adolescentes muito jovens.
  • Quando o bebê tem distocia em um dos ombros.
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Por que essa técnica tem sido rejeitada?

A principal controvérsia em relação à episiotomia é que duas das principais razões pelas quais essa técnica era realizada, na verdade, não impediam danos na área genital da mãe. Supunha-se, dessa forma, que a episiotomia pudesse evitar um prolapso vaginal e as temidas lacerações na vagina, no períneo e até mesmo na área anal.

De acordo com a ciência médica, era melhor fazer um corte cirúrgico controlado para que a paciente não sofresse uma laceração. Pensava-se que a recuperação da episiotomia fosse muito mais rápida, o que posteriormente foi verificado não ser verdadeiro.

Com o tempo, determinou-se que pelo menos essas duas razões não eram realmente necessárias. No entanto, o que foi mais alarmante sobre essa técnica foi rever as estatísticas.

Entre outras coisas, os números refletiam uma alta taxa de mortalidade para a mãe, como resultado de diversas complicações. Para ilustrar um pouco a situação, basta olhar a seguinte lista.

Efeitos colaterais da episiotomia:

  • Trombose períneo-vulvar.
  • Endometriose da cicatriz.
  • Agravamento de hemorroidas.
  • Fístulas anais e vaginais.
  • Os músculos e nervos se retraem.
  • Abscessos.
  • Infecção e reabertura do corte.
  • Dor permanente durante a relação sexual.
  • Incontinência fecal parcial ou permanente.
  • Trauma psicológico.

“A episiotomia envolve cortar a pele, a mucosa vaginal e o músculo para expandir o chamado canal mole, de tal forma que, teoricamente, a saída do bebê através do canal vaginal fosse facilitada.”

Atualmente, a medicina moderna e a OMS propõem que essa técnica não seja realizada indiscriminadamente em qualquer paciente que tiver um parto normal, como era feito anteriormente.

Pelo contrário, é necessário que a sua aplicação seja restringida aos casos em que a mulher teve lacerações de terceiro e quarto grau que não cicatrizaram bem, quando for necessário usar o fórceps ou se a criança estiver sofrendo consideravelmente ou a sua vida estiver em risco. Em resumo, ela deve ser usada apenas em casos de extrema urgência.

Útero anormal

Recomendações para a cicatrização dos pontos da episiotomia

Caso uma mulher já tenha passado por uma episiotomia e esteja em processo de recuperação, estas breves dicas podem ser úteis:

  • Mantenha a área do corte sempre limpa e seca.
  • Quando for ao banheiro, lave e seque a área com ar. Você pode usar um leque ou, na sua falta, uma toalha exclusiva para a área, que deve ser lavada com muita frequência.
  • Troque regularmente os curativos pós-parto.
  • Gelo pode ser usado para aliviar a dor e reduzir a inflamação da área.
  • Não faça esforço nem levante peso até que o corte cicatrize.

Por fim, como recomendação final, é bom saber que você pode informar ao seu médico, antes de dar à luz, se deseja ou não uma episiotomia. Mas, se o médico considerar que o seu caso pode se complicar, também existe a opção de escolher uma cesariana.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.