O que é a adolescência tardia?

Descubra neste artigo do que se trata a adolescência tardia e todos os aspectos que você precisa saber para ter uma relação saudável e madura com seus filhos adolescentes.
O que é a adolescência tardia?
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 11 abril, 2018

A adolescência tardia é a fase do crescimento físico, psicológico e mental compreendida entre os 16 e 19 anos de idade aproximadamente. No entanto, pode se prolongar até os 25 anos, de acordo com o caso.

Trata-se de uma fase na qual os jovens enfrentam novos desafios e, frequentemente, se comportam de maneira rebelde, como uma saída fácil. Além disso, a rebeldia também é um mecanismo para se sentirem mais confiantes em si mesmos e ganhar aceitação.

Os jovens desejam viver suas vidas com intensidade e se sentirem independentes. Portanto, tendem a rejeitar o apoio dos pais e, inclusive, seus cuidados. Por essa razão, muitos pais podem se sentir desprezados e deslocados.

Existem diversas variáveis que influenciam na adolescência tardia. Por isso, é necessário ter em mente que nem tudo depende exclusivamente do jovem.

Frequentemente, ocorrem dificuldades externas que não favorecem a superação dessa fase. Muitos jovens chegam aos 25 anos de idade e não têm um trabalho ou não recebem um salário suficiente para se tornar independente dos pais. Dessa forma, embora sejam maduros, vivem sob as normas dos pais.

Características da adolescência tardia

adolescência tardia
  • A meta é conquistar a independência.
  • Ousam assumir mais riscos.
  • A busca pela identidade continua.
  • O senso de humor melhora, assim como as interações sociais.
  • Valorizam ainda mais a privacidade e o respeito pelo espaço de cada um.
  • Percebem que devem desenvolver uma coerência maior entre as ideias e as ações.
  • Aprendem a aceitar melhor as críticas construtivas e a controlar as emoções.
  • A preocupação com o futuro aumenta, por isso estabelecem metas e planos de ação.
  • No âmbito sexual, começam a valorizar as relações sérias mais voltadas ao amor e ao carinho.
  • Começam a estabelecer e ordenar suas prioridades em função de critérios mais realistas e em consonância com as circunstâncias. Consequentemente, a tomada de decisões melhora consideravelmente.

Paralelamente, na adolescência tardia, os jovens começam a ter uma percepção diferente do meio ao redor. Ao já terem superado outras fases do crescimento (com tudo o que isso envolve) e colocado seus limites à prova, começam a refletir um pouco mais antes de agir.

Como apoiar os jovens de maneira positiva?

Independentemente da relação que exista com o adolescente, seja de pai, mãe, representante, professor ou tutor, é indispensável não assumir uma atitude inflexível e procurar reaprender a conviver.

Algumas medidas práticas a se considerar são:

  • Cultivar a confiança.
  • Faça os jovens saber que contam com o seu apoio nos momentos difíceis.
  • Mantenha uma boa comunicação. É importante ser franco e aberto na relação com os jovens.
  • Nunca é demais dar um bom exemplo. Mesmo quando achar (ou parecer) que eles não precisam mais.
  • Preste atenção às ideias dos jovens e não as julgue de primeira. É importante que vejam você como um guia, não como um juiz.
  • Envolva-se de maneira saudável. Preocupe-se com a formação acadêmica, os interesses, os passatempos e as amizades do jovem.
  • Evite os gritos, os preconceitos e as comparações desagradáveis. Isso não vai trazer nada de bom à relação e você só conseguirá criar mais distância.
  • Ofereça ferramentas e conselhos desde que sejam pedidos. Evite dar conselhos em vão.
adolescência tardia

Rebeldia na adolescência tardia

Embora a rebeldia não seja um fator determinante da adolescência tardia, é uma característica muito comum. Para contribuir de forma positiva, recomenda-se o seguinte:

  • Estabeleça sanções que tenham sido previamente combinadas. Evite impor castigos “apenas porque sim”.
  • Passem tempo de qualidade em família. Para isso, vocês podem sempre jantar juntos, passar uma noite assistindo um filme ou sair para fazer compras em família.
  • Defina os papéis claramente.
  • Estabeleça o respeito entre os membros da família como prioridade máxima.
  • Aja com sensatez. Isso é feito ao não controlar minuciosamente a vida do adolescente.
  • Parabenize pelas conquistas obtidas e incentive a seguir em frente quando houver falhas.
  • No momento de corrigir, evite fazer isso num momento de raiva. O ideal é se acalmar e descobrir a profundidade dos fatos para, então, corrigir.
  • Trabalhem em equipe. Se a família é composta por pai e mãe, os pais devem unir suas forças para estabelecer limites que favoreçam a saúde emocional do jovem.
  • Determine as situações que geram estresse e promovem a rebeldia no adolescente.
  • Evite questionar seu humor.

A adolescência, na sua totalidade, compreende uma fase de aprendizagem muito importante. Ninguém está isento desse processo natural. Assim, não precisamos nos desesperar logo de cara.

Na dúvida, sempre é possível consultar um profissional. Vamos lá! Com o apoio adequado, você será capaz de formar adultos íntegros e responsáveis consigo mesmos.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Hidalgo Vicario, M. I., & González-Fierro, M. J. C. (2014). Adolescencia. Aspectos físicos, psicológicos y sociales. Anales de Pediatria Continuada. https://doi.org/10.1016/S1696-2818(14)70167-2
  • Pérez, S. P., & Santiago, M. A. (2002). El concepto de adolescencia. Manual de prácticas clínicas para la atención integral a la salud en la adolescencia, 2. https://ccp.ucr.ac.cr/bvp/pdf/adolescencia/Capitulo%20I.pdf
  • UNICEF. (2011). La Adolescencia Temprana y Tardía. In Estado Mundial de la Infancia 2011: A Adolescencia – Una Epoca De Oportunidades.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.