O que é o reflexo de Landau?

É uma das tantas reações que seu bebê vai apresentar sem ainda poder fazer uso pleno e consciente do seu corpo. O reflexo de Landau, junto com vários outros, manifesta um desenvolvimento adequado do bebê.
O que é o reflexo de Landau?
Elena Sanz Martín

Escrito e verificado por a psicóloga Elena Sanz Martín.

Última atualização: 24 fevereiro, 2018

O reflexo de Landau é um dos tantos reflexos que aparecem nos primeiros meses de vida do bebê. É uma expressão, junto com o aparecimento de outros reflexos característicos da idade, de um sistema nervoso funcionando eficientemente. A seguir, repassamos no que consiste o reflexo de Landau, suas características e quais outros reflexos podem ser percebidos nos primeiros meses de vida do bebê.

Como qualquer outro reflexo, o reflexo de Landau é uma resposta involuntária do corpo em relação a um estímulo. Os reflexos são atos que temos incorporados no nosso organismo. Nós os carregamos no nosso DNA, já que sua principal função é permitir a adaptação da pessoa ao meio ambiente em que está inserida e com o qual interage.

Podem ser primários, ou seja, aqueles com os quais nascemos, como o bocejo, o espirro ou o piscar de olhos. Ou secundários, ou seja, aqueles que vamos “aprendendo” no decorrer da nossa vida.

Para se verificar o reflexo de Landau, coloca-se o bebê em posição ventral (de barriga para baixo) sobre o nosso braço, formando um ângulo reto com nosso antebraço. Nessa posição, o bebê deveria endireitar o tronco e levantar as extremidades e a cabeça. 

reflexo de Landau

Geralmente, esses movimentos são acompanhados pela flexão dos joelhos e dos cotovelos. O que o bebê tenta fazer com essas ações é neutralizar o efeito da gravidade, ao mesmo tempo em que tenta olhar para frente a fim de encontrar um ponto de referência visual.

“Os reflexos podem ser primários, ou seja, aqueles com os quais nascemos. Ou secundários, ou seja, aqueles que aprendemos com o tempo”

Propriedades do reflexo de Landau

  • Aparece durante o quarto mês de vida e desaparece por volta dos dois anos de idade. Apesar disso, muitos pesquisadores consideram que desaparece logo após o primeiro ano de vida.
  • Representa a combinação dos reflexos tônico labiríntico, tônico do pescoço e visual.
  • À medida que o bebê desenvolve movimentos voluntários e conscientes, esse reflexo começa a se tornar menos perceptível.
  • O mais aconselhável é que seja praticado por um especialista. Os motivos são dois: primeiro, ele poderá avaliar as respostas do bebê da melhor maneira; segundo, se a pessoa não for habilidosa para controlar o movimento do bebê, este pode cair ao fazer algum movimento brusco ou inoportuno.

O que a ausência de um reflexo pode significar?

A ausência dessa resposta pode sugerir fraqueza motora por parte do bebê. Para melhorar isso será necessário exercitar seu desenvolvimento motor conforme a necessidade. Ou também pode indicar um amadurecimento mental menor. O ideal, nesses casos, é pedir a avaliação do pediatra.

Os médicos examinam a presença desses reflexos desde cedo na vida dos bebês. Essa avaliação não é apenas quantitativa, mas também qualitativa. Ou seja, não se registra apenas a presença de um reflexo, mas também sua execução, mesmo que totalmente involuntária.

Se o reflexo esperado não aparecer, pode ser um indicador de certo tipo de deficiência. Se o movimento for fraco, pode ser sintoma de fraqueza muscular. Se for agitado, pode ser resultado de uma síndrome de abstinência. Ou ainda, se for assimétrico, pode ser sinal de uma lesão clavicular ou das raízes nervosas, entre outras possibilidades.

Outros reflexos secundários do bebê

O reflexo de Landau não é o único reflexo característico dos primeiros meses de vida dos bebês. Entre os principais reflexos, podemos destacar também:

  • Reflexo de preensão. Ocorre quando o bebê fecha a mão para segurar seu dedo ou qualquer objeto que se aproxime.
  • Reflexo de marcha. O bebê tenta andar quando seus pés encostam em uma superfície dura.
    reflexo de Landau
  • Reflexo de Galant. Com o bebê deitado de barriga para baixo, quando uma pessoa faz carinhos ou dá batidinhas em um lado da coluna, o bebê vira para o lado em que é tocado.
  • Reflexo abdominal. Semelhante ao anterior, mas com o bebê deitado de barriga para cima. Estimula-se, porém, a região abdominal. Essa estimulação deveria provocar uma curvatura do tronco.
  • Reflexo de arrastar-se. O bebê deve ser colocado deitado de barriga para baixo. Nessa posição, ele vai tentar mexer as pernas para começar a engatinhar. O normal é esse reflexo estar presente até os três meses de vida, antes de o bebê começar a engatinhar definitivamente.
  • Reflexo de engatinhar. Ocorre exatamente quando o reflexo anterior está suficientemente desenvolvido. Devemos colocar o bebê deitado sobre a barriguinha em uma superfície firme que lhe permita se apoiar. O pequeno imediatamente vai reagir e se colocar na posição de engatinhar. Esse reflexo aparece por volta dos seis ou sete meses e se mantém até que a criança comece a andar.
  • Reflexo de extensão dos dedos. Quando o bebê estiver com a mão fechada, podemos fazer carinho suavemente nas costas da sua mão, desde o dedinho até o punho para fazer com que ele abra a mão. Essa técnica pode ser muito útil para fazer o bebê soltar alguma coisa que agarrou indevidamente.

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  • Secadas, F. (1975). Evolución del comportamiento reflejo. Revista Española de Pedagogía, 19-45.

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