Por que você deve deixar as crianças fazerem as coisas sozinhas?

A autonomia não é alcançada da noite para o dia, e sim exercida diariamente. Nosso papel é criar condições favoráveis para que as crianças tenham suas próprias experiências.
Por que você deve deixar as crianças fazerem as coisas sozinhas?

Última atualização: 03 março, 2022

Você já se perguntou por que é importante deixar as crianças fazerem algumas coisas sozinhas? Se ainda não, é um bom momento para semear essa ideia, pois isso está diretamente relacionado ao ensino da autonomia.

Muitos pais argumentam que não é apropriado permitir que os filhos façam suas próprias coisas por medo de que se magoem ou se frustrem. No entanto, isso é normal e necessário na infância, pois ensina que a vida é cheia de sentimentos e emoções conflitantes.

Além disso, as crianças são pessoas independentes e autônomas, que têm o direito de crescer, experimentar e se desenvolver em liberdade. Isso não significa que os pais devam se afastar de seu papel, muito pelo contrário. Eles devem fornecer as condições para que os pequenos explorem o mundo em condições seguras e contidas. Da mesma forma, sempre devem acompanhá-los com respeito e amor.

Os benefícios de promover a autonomia nas crianças

Dar às crianças a possibilidade de fazerem coisas sozinhas nada mais é do que acompanhá-las no desenvolvimento da independência.

Em termos práticos, a autonomia traz inúmeros benefícios no desenvolvimento psicológico dos pequenos. A seguir, contamos todos os aprendizados que eles adquirem com isso:

  • Aprendem a se defender, o que afeta seu senso de autoconfiança e autoestima.
  • Conhecem as dificuldades de “não ser capaz”, e isso os incentiva a tentar novamente. Ao mesmo tempo, eles aprendem a desenvolver tolerância à frustração.
  • Conscientizam-se do senso de esforço e responsabilidade: entendem que há conquistas que são alcançadas com muito trabalho e que todas as ações têm suas consequências.
  • Reconhecem suas habilidades e revelam seu potencial. Impedi-los de fazer as coisas sozinhos ou superprotegê-los os deixa indefesos para a vida real. Além disso, torna-os dependentes e temerosos.
  • Começam a tomar decisões por si próprios.
  • Adquirem ferramentas para enfrentar qualquer adversidade.
Criança vestida de super-heroína

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Como acompanhar seu filho para fazer as coisas sozinho

A autonomia não é alcançada da noite para o dia, e sim exercida todos os dias nas condições certas.

Por isso, os adultos devem ajustar o contexto para que as crianças possam ter suas próprias experiências com liberdade.

É importante observar que o que funciona para algumas crianças pode não funcionar para outras. Portanto, conhecer nosso filho é fundamental. Devemos levar em consideração seus medos, seus sentimentos e como ele expressa suas emoções.

Por isso, hoje vamos compartilhar algumas dicas práticas para promover a autonomia do seu filho. Anote!

Pensando em situações de transição

Antes que a criança durma na casa da avó, é preciso pensar em um plano para que ela fique mais horas sozinha nesse local.

Dessa forma, permitimos que ela descubra suas emoções nesse ambiente e também desenvolva estratégias para canalizar a angústia de forma saudável.

Pergunte como ela se sente

Por mais que a criança tenha tido a iniciativa de organizar um plano, é importante monitorar como ela se sente durante a experiência e acompanhar o manejo de suas emoções.

Como no caso dos adultos, as crianças podem mudar de ideia ou as coisas podem ser muito diferentes do que imaginaram.

Também é importante transmitir a nosso filho que é válido arrepender-se e que não vamos ficar com raiva disso. Diga que ele sempre pode recorrer a você quando não se sentir confortável com alguma coisa.

Não pressione

Muitas vezes nos deixamos levar pelos nossos próprios desejos ou ansiedades e aceleramos o tempo dos outros. Mas é preciso entender que cada criança tem seu ritmo e que existem certas conquistas que são alcançadas com a idade.

Oriente e explique

Para que as crianças façam as coisas por si mesmas, elas precisam de algumas informações e orientação. Isso não significa que devemos nos impor sobre sua forma de realizar determinadas atividades, e sim orientá-las para que experimentem de forma segura.

Não podemos deixar uma criança atravessar a rua sem primeiro dizer que ela precisa ficar de olho no semáforo ou olhar para os dois lados. Nesse sentido, as instruções devem ser claras e simples, adaptadas ao seu nível de compreensão.

Incentive e reforce

Tanto nos sucessos quanto nos fracassos, é importante motivar, apoiar e encorajar as crianças. Reconhecer suas conquistas e parabenizá-las é bom, mas também é preciso ensiná-las a curtir o processo apesar dos resultados.

Mãe ensinando filha a andar de bicicleta.

O papel do adulto é acompanhar e regular

Quando somos confrontados com a questão de se as crianças devem fazer as coisas por conta própria, a resposta deve ser sim. É importante dar aos pequenos um espaço onde possam se colocar à prova, uma vez que a segurança e a autonomia se desenvolvem com o tempo e com a prática.

Vale lembrar que quando os processos são acelerados mais do que o necessário, algumas deficiências ou dificuldades podem surgir no futuro. Um adulto muito rígido pode criar um filho dependente, enquanto um pai excessivamente distante pode educar um filho inseguro.

Em todo caso, o mais conveniente é oferecer experiências em um grau crescente de autonomia: primeiro permitindo que as crianças escolham as próprias roupas ou guardem os brinquedos que usam e depois irem sozinhas à padaria.

Para terminar, devemos ter em mente que o papel do adulto é acompanhar e regular. Trata-se de respeitar os tempos de cada criança, sem se deixar levar pelas próprias expectativas ou medos. Para isso, é preciso refletir sobre as próprias ações, pois esse aspecto é fundamental para a formação e educação dos nossos pequenos.


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