O Primperan® é seguro durante a gravidez?

Se você está grávida e quer acabar com as náuseas, já deve ter ouvido falar desse medicamento. Descubra se é uma opção segura para a sua saúde e a do seu futuro bebê.
O Primperan® é seguro durante a gravidez?

Última atualização: 02 agosto, 2022

Os sintomas do primeiro trimestre de gravidez costumam ser bastante desconfortáveis. Dois dos mais comuns são os enjoos matinais e os vômitos, que afetam quase 70% das mulheres grávidas. Além de desconfortos temporários, podem alterar a qualidade de vida e, em muitos casos, condicionar a saúde da mãe e do bebê.

Por tudo isso, muitas mulheres vão em busca de medicamentos que aliviem esses sintomas digestivos, entre os quais o Primperan®. Mas é seguro consumi-lo durante a gravidez? Neste artigo vamos contar para você.

Para que serve o Primperan®?

Um dos medicamentos mais conhecidos para tratar a náusea é o Primperan®. O componente desse medicamento é a metoclopramida, substância com propriedades antieméticas, ou seja, capaz de prevenir e controlar náuseas e vômitos.

Seu mecanismo de ação está no nível cerebral, pois bloqueia especificamente os receptores de dopamina localizados no centro do vômito.

Assim, Primperan® é um medicamento indicado para as seguintes finalidades:

  • Prevenir e controlar náuseas e vômitos de qualquer causa.
  • Como parte do tratamento do refluxo gastroesofágico, esofagite, hérnia hiatal, gastrite e gastroparesia.
  • Como prevenção de sintomas adversos da quimioterapia, radioterapia e cobaltoterapia.

Deve-se notar que o tratamento de escolha em mulheres grávidas é o succinato de doxilamina combinado com cloridrato de piridoxina (conhecido como Cariban®). Isso porque seus efeitos na gravidez foram amplamente estudados e foi comprovado que seu consumo não acarreta riscos para a saúde da mãe ou do bebê.

No entanto, muitas mulheres não resolvem o seu desconforto com essa medicação, precisando então recorrer a outras opções, como o Primperan®.

Mulher grávida no banheiro com enjôo matinal.
Náuseas e vômitos são sintomas muito comuns durante as primeiras semanas de gravidez. E quando não cedem com medidas simples, é necessário recorrer a medicamentos eficazes e seguros para esta fase.

Primperan® na gravidez

Embora o ideal seja evitar o consumo de fármacos durante a gravidez, existem situações em que náuseas e vômitos podem levar a mãe à desidratação. Se essa condição não for corrigida a tempo, sua saúde e a de seu bebê estarão em risco.

É o que acontece na hiperêmese gravídica, uma síndrome que pode aparecer no primeiro trimestre da gravidez e se caracteriza pelo desenvolvimento de náuseas e vômitos intensos. Nesses casos, a mãe perde minerais essenciais e uma grande quantidade de água (seu peso cai mais de 5%).

O motivo de seu aparecimento está relacionado ao aumento dos hormônios da gravidez, como a gonadotrofina coriônica humana e o estradiol.

Para prevenir e controlar essa alteração gestacional, são indicados tratamentos farmacológicos, incluindo ondansetrona, metoclopramida e doxilamina/piridoxina.

Efeitos colaterais do Primperan® em mulheres grávidas

A dose apropriada de Primperan® é de 10 mg e é administrada por via oral, intramuscular ou intravenosa, antes de cada refeição.

Por exercer sua função diretamente no cérebro, é conhecido como um medicamento de “ação central” e está associado a um maior risco de desenvolver sintomas neurológicos como efeitos adversos. Entre os mais frequentes, citamos os seguintes:

  • Distonias: são contrações musculares involuntárias, sustentadas ou intermitentes. Geralmente ocorrem após administração intravenosa.
  • Sintomas do tipo Parkinson: tremores, rigidez.
  • Sonolência.
  • Convulsões.
  • Reações alérgicas.

Tais efeitos colaterais tendem a ocorrer com mais frequência em crianças e adultos jovens, especialmente quando altas doses do medicamento são administradas. Mesmo assim, é importante atentar para a resposta da gestante após a ingestão.

Primperan® é seguro durante a gravidez?

Agora, podemos dizer que o consumo desse fármaco é seguro para o bebê?

Um estudo realizado na Dinamarca afirma que sim, pois foi corroborado após extensa investigação que considerou as informações de 1.222.503 gestantes.

O objetivo do estudo foi determinar a associação entre o consumo do fármaco e o risco de desenvolver grandes alterações fetais, como malformações congênitas, abortos espontâneos e morte intrauterina.

A análise dos dados confirmou que o consumo de metoclopramida durante a gravidez não está associado a um maior risco de sofrer dessas complicações em comparação com o não consumo.

Essa mesma conclusão foi alcançada por uma revisão de segurança realizada em Israel em 2007, que considerou as informações de 113.612 crianças nascidas naquele país.

Embora apenas uma baixa porcentagem delas tenha sido exposta à metoclopramida durante o primeiro trimestre de gravidez (4,2%), o risco de sofrer malformações ou complicações gestacionais não foi significativamente maior do que o restante. Ou seja, essas consequências não poderiam ser atribuídas à ingestão do medicamento pela mãe.

Primeira consulta na ginecologista de uma grávida
Consulte seu ginecologista ou obstetra antes de consumir qualquer medicamento ou substância, mesmo que sejam produtos naturais.

Não se automedique durante a gravidez!

As investigações descritas acima estudaram a segurança desse fármaco em relação à formação e ao desenvolvimento do feto. No entanto, não foram avaliados os possíveis efeitos adversos na mãe após o consumo durante a gravidez.

Portanto, é melhor discutir com seu médico antes de consumir qualquer medicamento ou produto natural à base de plantas durante a gravidez. Dessa forma, você obterá a informação mais adequada e poderá evitar o risco de sofrer complicações nessa fase crucial das suas vidas.


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