Quanto devemos exigir dos nossos filhos?
O equilíbrio nas solicitações e nos ensinamentos aos pequenos da casa vai garantir homens e mulheres sensatos, coerentes e bem formados. Quanto devemos exigir dos nossos filhos? Esse é um debate importante e muito atual.
Extremos sempre serão negativos. Ser excessivamente tolerante pode ter como consequência crianças malcriadas, preguiçosas e pouco comprometidas com o sucesso. A exigência desproporcional, ao contrário, pode deixá-las inseguras, submissas e medrosas.
A tarefa não é simples. Manter uma boa organização e disciplina, adequadas à idade e às capacidades das crianças, é uma das primeiras recomendações.
Um filho perfeito: isso é possível?
Pais perfeccionistas não necessariamente terão filhos perfeitos. Muitas vezes, eles pretendem fazer da criança alguém à sua imagem e semelhança, um erro frequente. Promover a personalidade do pequeno, para que ele seja independente e confiante, vai aproximá-lo mais desse ideal.
A severidade das rotinas da infância, acompanhada de punições físicas e verbais, geralmente traz efeitos adversos. Se a repreensão ocorrer em locais públicos, o dano é ainda maior. A criança não aprende, fica psicologicamente ferida e seu desempenho é ruim.
Os pais devem estar de acordo quanto à forma de educar os filhos. Se um for muito exigente e o outro for tolerante e permissivo, a mensagem será confusa. Por exemplo, a criança pode ter medo do pai e tentar se comportar de acordo, mas com a mãe ela vai fazer o que quiser. Essa dualidade vai afetar sua personalidade.
Por outro lado, é importante não ceder diante das pressões do mundo dinâmico de hoje em dia. Um pai estressado e ocupado pode facilmente ser tentado a impor coisas, porque a negociação leva tempo.
Quanto devemos exigir dos nossos filhos: evitar os excessos
Para cada idade, há um nível de demanda que os pais devem conhecer. Entre os dois e os três anos de idade, a criança pode fazer tarefas supervisionadas, organizar seus brinquedos e colocar algumas coisas na mesa para as refeições.
Entre os três e os quatro anos, a criança usa a imitação como um modelo de aprendizagem. Ela guarda e recolhe os brinquedos, tira as roupas sozinha e se veste com ajuda. Também já sabe esperar sua vez, compartilhar e brincar com os amigos.
Na fase dos quatro aos cinco anos, a observação e a imitação são mantidas. A criança começa a ser mais responsável. Ela recolhe os brinquedos, veste-se sozinha e participa de eventos se comportando bem. Também é capaz de ter um animal de estimação, come sozinha e pode ir ao banheiro sem a companhia de um adulto.
A capacidade de escolher começa a se manifestar entre os cinco e os seis anos de idade. Nessa idade, a criança desenvolve mais autonomia e executa tarefas simples, tais como tirar a mesa ou separar suas roupas. A imitação é mantida como uma forma de aprendizagem, mas ela também assimila normas e pode se rebelar quando pressionada.
Enquanto isso, dos seis aos sete anos, a criança aumenta sua autonomia. Ela está apta a executar as ordens à risca. Também se relaciona com grupos de crianças, cumprimenta, despede-se e agradece. É mais responsável, entende regras e tem noções de justiça.
“Ser excessivamente tolerante pode ter como consequência crianças malcriadas, preguiçosas e pouco comprometidas com o sucesso. A exigência desproporcional, ao contrário, pode deixá-las inseguras, submissas e medrosas”.
Acompanhamento ideal
É recomendável acompanhar a criança no seu processo de formação. Isso envolve, por exemplo, parabenizá-la pelas conquistas alcançadas, em vez de enfatizar o que ainda precisa ser feito.
Trata-se de aumentar sua autoestima, responsabilidade e autoconfiança e, ao mesmo tempo, fornecer as ferramentas necessárias para atingir as metas. Um abraço do pai como recompensa geralmente tem excelentes resultados.
Quando as exigências são altas, a criança pode se esforçar para alcançar o desempenho necessário, mas, ao mesmo tempo, pode desenvolver uma personalidade perfeccionista. Ela também pode ficar frustrada, rebelar-se, ter bloqueios ou se tornar uma pessoa insegura, sem autoestima, ansiosa e dependente. Às vezes, o resultado é a evasão escolar.
Por outro lado, existem pais que não estabelecem limites, sendo indiferentes ou descuidados com a educação dos filhos. Como resultado, geralmente há insegurança, problemas de integração, incapacidade para seguir regras e para estabelecer metas e alcançá-las. Essas crianças geralmente são preguiçosas e desistem diante das adversidades.
Como ser um pai democrático
Um pai democrático pode exigir, mas também estará disposto a chegar a um acordo. Haverá recompensas pelo esforço e considerações diante dos impedimentos.
Os filhos de pais democráticos vão entender que estão expostos a repreensões, mas que não perderão o amor dos pais se tirarem notas ruins. Eles vão tentar se esforçar para alcançar esse reconhecimento amoroso e reconfortante.
Ao determinar o quanto devemos exigir dos nossos filhos, é conveniente incluir espaços para compartilhar com a família. Portanto, planejar atividades em conjunto e se divertir com uma boa brincadeira ou caminhada é ideal para fortalecer os laços de amor. Dessa forma, as crianças vão se sentir apoiadas e valorizadas, e estarão mais dispostas a se esforçar.