Síndrome da alienação parental

É impossível não encontrar casais que não deram certo juntos e tiveram que se separar. Nessa situação, é sempre necessário cuidar dos interesses dos filhos e, assim, evitar a todo custo a síndrome da alienação parental.
Síndrome da alienação parental

Última atualização: 03 agosto, 2018

Numa separação, é comum ver casais que se preocupam com fatores financeiros ou psicológicos. A atenção dos amigos e da família está centrada nas brigas informais ou legais pelos direitos de cada parte do casal. Levando em consideração esse balanço de forças, os pais podem começar a ver nos seus filhos potenciais aliados nessa disputa.

Por isso, não é difícil ver pais que tentam controlar e colocar os pequenos contra o antigo companheiro ou companheira. O impacto causado nos filhos nessas situações é chamado de síndrome da alienação parental. Neste artigo, vamos explicar melhor essa situação.

O que é a alienação parental?

É um processo que consiste em estimular a criança a odiar o pai ou a mãe sem justificativas. Quando a síndrome da alienação parental acontece, a criança contribui na campanha para desmoralizar o pai ou a mãe, dependendo de quem for objeto da alienação.

Essa situação leva a criança a acreditar na existência de determinados episódios desagradáveis entre o responsável com quem mora e o responsável que “não é guardião” quando está na companhia de um ou de outro.

Para conseguir isso, o responsável guardião insiste em alguns acontecimentos ou ideias negativas quando conversa com o filho. O objetivo é que esses acontecimentos sejam tomados como verdadeiros. Nesse sentido, essa ação traz como consequência o ressentimento ou o distanciamento. Além disso, também causa ciúmes da nova família e distância nos momentos de visita.

Origens da síndrome da alienação parental

alienação parental

No caso de uma separação, é natural que você se preocupe quando seus filhos forem visitar pelas primeiras vezes seu ou sua ex. Se você for psicologicamente frágil, sua ansiedade pode aumentar com o tempo, em vez de diminuir, e desencadear um processo de alienação.

O responsável alienador muitas vezes é uma pessoa superprotetora que pode estar muito irritada. Assim, busca vingança por meio dos filhos. Dessa forma, essa pessoa se vê como vítima e tenta se vingar fazendo os filhos acreditarem que o outro é quem tem todos os defeitos do mundo.

Esse pai ou essa mãe costuma ser apoiado pelos familiares. Sem dúvida, isso contribui para que a percepção do que diz seja vista como verdadeira.

Etapas da síndrome da alienação parental

A síndrome da alienação parental apresenta três etapas:

  • Etapa leve. As crianças convivem com o responsável que é objeto da alienação sem grandes dificuldades. O mais difícil são as mudanças naturais que ocorrem após o divórcio.
  • Etapa média. O responsável alienante começa a mencionar frases ou a apresentar um comportamento agressivo em relação ao responsável objeto da alienação. São utilizadas histórias falsas que depreciam o responsável objeto da alienação. Essas histórias induzem o filho a nutrir sentimentos de rancor, ódio e medo.
  • Etapa grave. O filho já não precisa mais do responsável alienante para demonstrar ódio e medo em relação ao responsável objeto da alienação. A relação e as visitas se tornam impossíveis ou insuportáveis devido à agressividade da criança.

Como identificar a alienação parental?

O responsável alienador vai tentar sabotar a relação do outro responsável com os filhos sempre que puder. Assim, entre as ações mais comuns estão:

  • Negar-se a passar as chamadas telefônicas aos filhos.
  • Programar atividades com a criança durante o período em que o outro progenitor deveria exercer seu direito de visitas.
  • Falar mal do responsável objeto da alienação.
  • Fazer menção a fatos negativos, reais ou não.

Todas essas atitudes são maneiras de fazer o filho absorver a negatividade e chegar ao ponto de tomar qualquer situação como real.

A separação é entre os pais. Não inclua seus filhos na luta

alienação parental

A separação conjugal, geralmente, é um momento crítico na vida de qualquer pessoa que passa por isso. Certamente, a ausência de comunicação com um dos responsáveis pode provocar angústia, dor e tristeza.

No entanto, é importante se lembrar de que os filhos não são somente seus. Ambos os responsáveis são pais. Se a relação de vocês não funciona mais, isso não deve afetar os pequenos. Levar esse aspecto em consideração é importantíssimo porque o dano psicológico é imenso para as crianças.

Se você acha que seu filho é vítima da síndrome da alienação parental, lembre-se de que você pode procurar ajuda legal. Da mesma forma, você também deve procurar ajuda psicológica para você e para seu filho. Caso não siga essa última recomendação, a relação com seu filho pode sofrer danos irreparáveis no futuro.

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