A tricotilomania na adolescência

Descubra tudo o que você precisa saber sobre esse transtorno e o que você pode fazer para resolvê-lo.
A tricotilomania na adolescência
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 12 abril, 2018

A tricotilomania é, basicamente, a incapacidade de controlar os impulsos e, no desenvolvimento da ação, acabar arrancando fios de cabelo.

Como costuma se transformar num mal hábito, progressivamente faz com que a pessoa perca grande parte do cabelo, podendo chegar a apresentar áreas em que o cabelo não cresce mais ou não cresce com a mesma abundância de antes.

Se você tem um filho ou um parente jovem que sofre desse transtorno, não perca as esperanças e ajude a pessoa a identificar o problema. Paralelamente, ofereça alternativas terapêuticas adequadas e seu afeto incondicional, pois sem dúvidas vai ajudar muito.

Origem da tricotilomania

Embora ainda não esteja muito claro qual é o fator desencadeador desse transtorno, os especialistas apontam várias causas. Algumas delas são:

  • Ambientais. Pode ocorrer por causas externas, tais como a depressão ou o estresse.
  • Genéticas. Alguns especialistas acreditam que é um transtorno hereditário do qual muitos membros de uma mesma família podem sofrer.
  • Biológicas. Acredita-se que a tricotilomania na adolescência se deve a uma instabilidade bioquímica no cérebro, na qual certas substâncias ou neurotransmissores não agem corretamente.
    • Estreptococos. Existe a hipótese de que a infecção com essa bactéria possa ocasionar a tricotilomania.

Alguns sinais que revelam se um jovem sofre de tricotilomania podem ser: visível perda de cabelo, pouca sobrancelha ou cílios, áreas de calvície na cabeça ou outras partes do corpo e folículos infectados.

Vale destacar que em algumas pessoas esse comportamento costuma afetar outras áreas, como as sobrancelhas, os cílios, os pelos no peito e na barba no caso dos homens.

A tricotilomania

Comportamento dos tricotilomaníacos  

Na maioria dos casos, esse comportamento se manifesta durante a pré-adolescência e a adolescência. Apesar disso, em alguns pacientes o transtorno se desenvolveu antes dos dois anos e entre três e quatro anos de idade.

No caso dos adolescentes, arrancar fios de cabelo é um hábito nervoso compulsivo parecido com o dos adultos.

Como se preocupam muito com a aparência na adolescência, os jovens sentem vergonha do problema e isso os leva a ocultar a falta de cabelo de várias maneiras.

Por essa razão, costumam ter autoestima baixa e sofrer de depressão ou ansiedade. Inclusive, esse transtorno já foi associado com o transtorno obsessivo compulsivo (TOC). No entanto, na verdade não têm relação alguma.

Tratamento da tricotilomania

Ainda não existe a cura definitiva para a tricotilomania. No entanto, existem tratamentos médicos alternativos que vão ajudar o adolescente a controlar esse comportamento de maneira eficaz.

  • O tratamento mais utilizado é a terapia cognitiva comportamental. Algumas vezes se complementa com fármacos inibidores da recaptação de serotonina.
  • Também se utiliza como terapia alternativa a hipnose, que apresenta resultados favoráveis.
  • Os formulários de autorregistro são utilizados para identificar as ações que desencadeiam uma crise de arrancar fios de cabelo. Ao saber como e quando esse comportamento é mais comum, é possível elaborar o tratamento mais adequado.
  • Psicanálise, entre outras técnicas.

Fatores que provocam recaídas

As possíveis causas que levam um adolescente a arrancar fios de cabelo são difíceis de identificar e evitar. Em geral, as mais comuns costumam ser as próprias mudanças hormonais durante a puberdade e os conflitos familiares.

Por outro lado, as mudanças frequentes de escola, a morte de um parente e o abuso sexual também podem ser motivos de recaída. Perante a qualquer uma dessas situações, o ideal é buscar ajuda profissional e tratar o jovem com respeito. Dessa maneira, ele não vai se sentir julgado e vai valorizar o apoio oferecido.

A tricotilomania

Sim, é possível superar!

O desejo de evitar esse comportamento pode ajudar seu filho a buscar medidas alternativas para parar de arrancar os fios de cabelo.

1. Ter um plano para parar no momento em que se percebe a ação

Consiste em perceber o impulso de arrancar os fios de cabelo e tentar nesse momento realizar alguma atividade positiva. Manter um registro das vezes em que se arranca os fios vai dar uma ideia do tanto que esse comportamento é prejudicial.

2. Alternativas positivas para expressar suas emoções

Devem ser simples e fáceis de realizar, como desenhar, pintar ou escutar música. Você também pode tentar realizar um trabalho voluntário ou fazer alguma atividade que esvazie sua mente e seja agradável para você.

3. Melhorar a autoestima e a autoaceitação

Aceitar que na vida existem emoções negativas e situações incômodas que fazem parte da experiência humana vai ajudar a reduzir o impulso de arrancar os fios de cabelo.

Reforçar a autoestima por meio da substituição de pensamentos negativos por pensamentos positivos vai ajudar a se voltar aos seus valores e estabelecer metas na sua vida. Você vai perceber que pode ter controle sobre a tricotilomania e manter uma vida plena e feliz.


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