Quando se aproxima o final das férias e o início das aulas para os pequenos da família, uma das perguntas…
Uma reflexão sobre as crianças com autismo que vai abrir seus olhos
Uma atriz argentina surpreendeu com um texto sobre o autismo que destaca a importância de aceitar as diferenças para alcançar uma inclusão social real. O que diz este artigo?

“A verdadeira igualdade pressupõe o reconhecimento das diferenças”
-Inés Estevez-
“Olhe para ela, toque-a, aproxime-se, interaja “, destacou a reconhecida atriz argentina Inés Estevez no último 02 de abril, dia da Conscientização do autismo. Através dessas palavras, ela convidava a sociedade a refletir sobre as crianças com autismo.
Suas palavras sobre o autismo foram imponentes
Embora a artista nunca tivesse falado sobre sua vida privada, através de uma carta profunda e impactante, ela se referiu às generalidades do autismo a partir do caso de uma de suas filhas do coração (Cielo e Vida). As palavras dela comoveram e abriram os olhos de seus seguidores.
“Está me matando um pouco isso de ‘não diga o autista, é uma pessoa com autismo'”
No entanto, no artigo, ela mostra como a sociedade tende a repudiar as diferenças quando, na verdade, somos todos diferentes.
Além disso, manifesta-se contra os rótulos e eufemismo que definem as crianças com autismo. Pois a inclusão e contenção não fica simplesmente na semântica, mas sim em uma mudança de atitude na população que realmente seja efetiva.
“Mudar a semântica não necessariamente melhora a consciência da convivência com todos aqueles que são diferentes”, diz a atriz que esclarece que não tem uma filha com autismo, mas sim uma filha com um estado de maturidade ainda mais complexo que é inclassificável e diz que “não existe um manual que acompanha o caso. ”
A artista diz que todos nós temos diferentes habilidades, porque “somos todos diferentes” e inclusive relata que a sua filha de 6 anos é incapaz de falar, comer, fazer xixi, beber, expressar sentimentos e colocar os tênis sozinha.
“Somos muito ignorantes se não aceitarmos que a criança tem uma deficiência. Mas agora a tendência é não falar”, disse Inés através das redes sociais, a fim de destacar a importância sobre a conscientização em relação aos problemas e às dificuldades das pessoas. Uma vez conscientes disso, deve-se integrar e dar amor.
Uma visão sobre a pedagogia para crianças com desordens do espectro autista
Outro aspecto a se pensar tem a ver com a escolarização e educação de crianças com autismo, a causa das dificuldades associadas a encontrar uma instituição que aceite crianças com capacidades distintas e que incluam aquelas que possuem patologias que ainda não são conhecidas profundamente.
“Ela não poderia ter ingressado em uma escola comum, porque tinha 3 anos e meio e não andava nem falava, e nem sabíamos o quanto ela compreendia”, disse a atriz, que também questionou a formação pedagógica de alguns professores.
“Não diga ‘deficientes’, mas três escolas para crianças com necessidades especiais a rejeitaram porque não se encaixava em nenhuma das patologias com as quais trabalhavam ali: Não é deficiente auditiva, não é autista, não tem paralisia cerebral, nem TGD”, relatou Inés.
Autismo: O renascer de uma sociedade
Por outro lado, a artista latina contribuiu com seu grão de areia em relação a conscientização, inclusão e dedicação necessárias para o desenvolvimento das crianças com autismo, além de apelar à um maior compromisso social.
“Meu único objetivo é e vai continuar sendo, colaborar no sentido de tornar visíveis as deficiências de um sistema que tem feito mudanças e avanços na inclusão, mas que ainda tem muito a resolver, melhorar e conseguir”, disse, esclarecendo que não busca dramatizar sua situação, mas sim tornar visível a causa da qual não é alheia.
Para a atriz, o pontapé inicial nesta “luta pela igualdade” é serem compassivos e não usarem nomes de maneira pejorativa, como modo de insulto ou estigmatização.
E que, para além de focar em como chamá-las da forma adequada, o importante é ocupar-se com o que realmente é necessário: reconhecer essas minorias, aceitá-las e, portanto, incluí-las.
Além disso, Estevez refere-se ao clássico e tão errado ‘essa criança tem problemas, não olhe para ela porque ela vai se sentir desconfortável’: “Olhe para ela, toque-a, aproxime-se, interaja”. Para ela, você também é diferente, mas se você a acaricia ela vai te dar um beijo, se você contar uma piada ela vai rir, e se você quiser e ela também podem brincar juntos um pouco. ”
“Inclua. Compartilhe. Observe. Compreenda. Para uma maior consciência da realidade das pessoas diferentes. Para uma maior consciência do autismo”
-Inés Estevez-