A amamentação pode ajudar a emagrecer, mas também pode ajudar a engordar

A maternidade traz muitas mudanças e surpresas em qualquer etapa. Durante a amamentação, continuamos nos transformando. Por esse motivo, podemos emagrecer, mas também engordar. Assim, nem tudo gera apenas benefícios.
A amamentação pode ajudar a emagrecer, mas também pode ajudar a engordar

Última atualização: 27 agosto, 2018

Está comprovado que a amamentação é uma fase benéfica para bebês e mamães. Em especial, essa fase é recomendada para ajudar a recuperar o peso de antes da gravidez devido ao gasto calórico. Então, como é possível que essa fase possa nos fazer ganhar peso?

Acreditar que a gordura presente no leite materno vem dos nossos músculos, aparentemente, faz parte dos mitos que rondam a gravidez. A produção de leite está relacionada à nossa alimentação e à estimulação hormonal, além de outros fatores que não necessariamente têm a ver com o peso que mantivemos até o momento.

Se perdemos peso devido à amamentação, isso tem a ver com a quantidade de calorias que consumimos, que podem ser gastas na produção de leite. É por isso que se disseminou a ideia de que a amamentação de certo modo previne a obesidade. No entanto, nem todas as mulheres podem garantir que isso tenha acontecido com elas. Pelo contrário, algumas se sentem mais gordas e não compreendem por que sua história é tão diferente das histórias de outras mulheres.

A amamentação também pode ajudar a engordar

Sabendo que, para produzir leite, o corpo da mulher gasta pelo menos 550 kcal por dia, como é possível engordar dessa forma? Essa mudança no nosso corpo equivale a uma atividade como sair para correr por pelo menos uma hora por dia. Além de gastar a gordura acumulada no nosso corpo. Sem dúvidas, isso nos faz pensar que emagrecer é bem possível. Ainda mais se somado à modificação nos hábitos alimentares, que geralmente se tornam mais saudáveis.

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No entanto, tudo depende das características particulares de cada um. As mulheres não são iguais umas às outras e nosso metabolismo também não. Algumas pessoas podem se exercitar e comer saudavelmente, mas não conseguem obter em pouco tempo os efeitos desejados. Diferentemente de outras que conseguem perder peso rapidamente.

O segredo é a alimentação

Da mesma forma, o tipo de alimentação que temos costuma fazer diferença, mesmo que não acreditamos que faça. O aumento do consumo de açúcar e de alimentos ricos em carboidratos vem lado a lado com o cansaço, a ansiedade e o gasto calórico em si. Ou seja, nessa fase teremos mais fome, descansaremos menos e conseguiremos a justificativa perfeita para comer mais.

Nesse sentido, o efeito de emagrecer durante a amamentação acontece somente quando conseguimos igualar o gasto calórico que tivemos ao produzir o leite. Ou seja, se ultrapassamos a quantidade de calorias ingeridas em relação ao que gastamos, aumentaremos de peso, assim como aconteceria se não estivéssemos amamentando.

Da mesma forma, quando deixamos a fome ficar muito grande, vamos precisar de um maior consumo de energia. Por isso, os especialistas recomendam não ficar muito tempo sem comer, pois essa é a principal causa do aumento de peso. Apesar disso, há algumas pessoas que ainda não entenderam o motivo de estar com sobrepeso durante a amamentação, pois até agora ainda não mencionamos nada que tenha a ver com elas. É nesses casos que os hormônios entram em jogo.

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Falta de estrogênio pode fazer você engordar durante a amamentação

Durante o período de amamentação, o ciclo menstrual da mulher passa por mudanças. Por isso, tem início uma fase de não ovulação que é diferente em cada mulher. Essa fase faz com que o sistema endócrino reduza os níveis de estrogênio, o que pode deixar o metabolismo da mulher mais lento. Isso, por sua vez, traz como consequência o fato de que em repouso a mulher vai consumir menos calorias.

Nessa fase, também acontece um processo de retenção de líquidos que começa a diminuir quando o ciclo menstrual volta à normalidade. No entanto, como sabemos, a gravidez pode produzir a maior variação hormonal pela qual uma pessoa pode passar durante a vida. Isso é um aspecto que nem sempre é restabelecido imediatamente após o parto.

Dessa maneira, podemos falar de um desequilíbrio conhecido como “tireoidite pós-parto”. Esse distúrbio é capaz de provocar o aumento de peso ou o emagrecimento como produto de hipotireoidismo ou hipertireoidismo transitório, respectivamente. Em geral, a tireoidite pós-parto acaba em um período de 18 meses após o parto. Na maioria dos casos, esse tempo coincide com o desmame natural dos bebês. No entanto, acredita-se que pelo menos 20% das mulheres não supera o hipotireoidismo depois dessa fase.


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  • Muller JM., Enderle J., Bosy Westphal AB., Changes in energy expenditure with weight gain and weight loss in humans. Curr Obes Rep, 2016. 5 (4): 413-423.
  • Morselli E., Souza Santos R., Gao S., Ávalos Y., et al., Impact of estrogens and estrogen receptor in brain lipid metabolism. Am J Physiol Endocrinol Metab, 2018.

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