A síndrome de Hughes e os abortos espontâneos

A seguir, vamos contar tudo o que você precisa saber sobre a síndrome de Hughes, os abortos espontâneos e outras informações do seu interesse.
A síndrome de Hughes e os abortos espontâneos

Última atualização: 17 maio, 2018

Você está tentando engravidar e seu desejo é uma gestação que termine com um final feliz? Se você já teve um ou mais abortos espontâneos, pode ser que esteja na presença da síndrome de Hughes.

Essa recente patologia tem sido objeto de vários estudos que atualmente permitem tratar os pacientes e oferecer melhor qualidade de vida.

O que é a síndrome de Hughes?

É uma condição rara na qual o sangue fica com uma textura viscosa e pegajosa. Essa característica faz com que se formem coágulos nos vasos sanguíneos, o que é chamado de trombose.

Pode acontecer em qualquer veia do sistema circulatório, inclusive nas artérias, o que aumenta o risco de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).

No caso das mulheres gestantes, ocorrem abortos espontâneos no segundo trimestre da gravidez pois a placenta não é resistente.

Causas da síndrome de Hughes?

Essa doença também é conhecida como Síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAF).  Essa é a causa da doença, a produção de proteínas anormais designadas como anticorpos antifosfolipídeos no sangue. Esses anticorpos estimulam a atividade do sistema imunológico, favorecendo a coagulação do sangue de forma acelerada.

Tipos de síndrome de Hughes

  • Primário. É considerado primário quando não está associado a outras doenças como, por exemplo, o lúpus.
  • Secundário. É a condição gerada por uma doença autoimune, que causa prejuízos a vários sistemas do organismo, incluindo o vascular.

Sintomas da síndrome de Hughes

Em geral, essa doença não apresenta sintomas que alertem sobre sua presença. No entanto, apresenta alguns sinais que podem ser confundidos com outras doenças. Os mais frequentes podem ser:

  • Dores intensas de cabeça (enxaquecas). 
  • Dores nas articulações.
  • Distúrbios na circulação sanguínea.
  • Pele fria.
  • E, em casos agudos, epilepsia e coloração arroxeada da pele. Especialmente na pele ao redor dos joelhos e cotovelos.

Nas mulheres grávidas que sofrem da síndrome de Hughes ocorrem abortos espontâneos nas dez primeiras semanas de gravidez. Em alguns casos, é possível chegar à semana 34 para ter um parto prematuro.

Como a síndrome de Hughes é diagnosticada?

Para o diagnóstico dessa síndrome, primeiramente, é preciso ir a uma consulta médica. Então, o médico vai analisar o histórico da mulher e os antecedentes familiares, vai fazer um exame físico e solicitar a realização de alguns exames de laboratório para descartar a presença da doença.

Para fazer o diagnóstico, procura-se observar a presença de anticorpos antifosfolipídeos nos exames de sangue.

Também é importante fornecer ao médico informações sobre o aparecimento de coágulos de sangue, assim como qualquer outro sintoma.

Vale destacar que a síndrome de Hughes é uma doença que se detecta em pessoas de todas as idades e que, com um bom tratamento, é possível ter uma boa qualidade de vida.

Complicações frequentes da síndrome de Hughes

Essa doença pode ser tratada com aspirina, heparina ou varfarina. Todos esses anticoagulantes, em doses específicas, ajudam a evitar a formação de coágulos sanguíneos.

Caso a doença não seja diagnosticada a tempo, a síndrome de Hughes pode causar outras complicações como apoplexia, derrame, cegueira e também ataques cardíacos. Além disso, a formação dos coágulos no corpo reduz o fluxo sanguíneo constante.

Outra complicação relacionada a essa doença é a possível formação de um coágulo de sangue no pulmão. Isso causa dificuldade para respirar, dor no peito e tosse.

A síndrome de Hughes e a gravidez

Apesar de todas as complicações que a síndrome de Hughes provoca, é possível, sim, ter uma gravidez com final feliz. Em casos de gravidezes planejadas, recomenda-se realizar um tratamento prévio para diluir o sangue antes da concepção.

Caso contrário, a mulher pode apresentar coágulos na placenta que impedirão o fluxo de nutrientes para o bebê, o que causa abortos ou pré-eclâmpsia.

Por outro lado, se a concepção já ocorreu, a maioria dos médicos receita aspira em doses adequadas. Esse tratamento ajuda a reduzir a viscosidade do sangue e pode, portanto, garantir um final feliz em até 80% dos casos.

Em conclusão, um tratamento adequado permite travar uma batalha bem-sucedida contra a síndrome de Hughes e evitar os abortos espontâneos.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.