Acompanhamento fetal antes do parto: para que serve?

O monitoramento fetal antes do parto é um teste que fornece dados importantes sobre o bem-estar do bebê na fase pré-parto. Você o conhece?
Acompanhamento fetal antes do parto: para que serve?
Leidy Mora Molina

Escrito e verificado por a enfermeira Leidy Mora Molina.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Antes e durante o parto é importante conhecer o estado de saúde do bebê e para isso é realizado um exame diagnóstico chamado monitoramento fetal ou cardiotocografia. Você sabe em que consiste e quais parâmetros avalia? Contamos tudo a seguir. Não deixe de ler!

O que é o monitoramento fetal?

O monitoramento fetal é um exame complementar de rotina, que é realizado no último mês de gestação para avaliar a vitalidade do bebê. Como nessa fase o seu filho já chegou a termo e completou grande parte do seu amadurecimento, é possível inferir o seu estado de saúde através de medições dos seus movimentos e batimentos cardíacos. Por esse motivo, também é conhecido como monitoramento do bem-estar fetal ou cardiotocografia.

Em geral, a frequência cardíaca fetal normal varia entre 110 e 160 batimentos por minuto, dependendo do tempo e das circunstâncias. Isso indica que a placenta fornece ao bebê um suprimento de oxigênio e nutrientes suficientes e que o pequeno permanece em boa saúde.

Esse teste também avalia as características das contrações uterinas (número, intensidade e duração). No acompanhamento fetal antes do parto, podem aparecer as chamadas “falsas contrações” ou contrações de Braxton Hicks, que são responsáveis por preparar o útero para o momento do parto.

Por fim, nos momentos antes e durante o parto, o monitoramento fetal permite ao especialista avaliar a resposta fisiológica do bebê às contrações uterinas verdadeiras ou de parto.

cardiotocografia de registro de atividade fetakl no computador de monitor fetal de papel

Quando é indicado?

Como mencionamos, esse exame é realizado no final da gravidez, a partir da 37ª semana. No início, costuma ser realizado semanalmente em gestações de baixo risco. Mas após a semana 40, o especialista indicará fazer a cada 3 ou 4 dias até que o trabalho de parto seja desencadeado.

Existem condições de saúde específicas em que o médico pode adiantar o início do monitoramento ou realizá-lo com mais frequência:

  • Doenças maternas crônicas, como lúpus eritematoso sistêmico, doença renal crônica, diabetes, hipertensão arterial, hipertireoidismo, hemoglobinopatias e certos problemas cardíacos.
  • Complicações na gravidez, como pré-eclâmpsia, oligoidrâmnio, isoimunização moderada ou grave ou diminuição da atividade fetal.
  • Gravidez prolongada (após 41 semanas).
  • Contrações uterinas prematuras (de 25 a 37 semanas) ou com risco de parto prematuro.

É importante ressaltar que esse exame deve ser realizado com urgência quando a mãe deixa de sentir os movimentos fetais ou quando eles diminuem drasticamente de frequência. Isso pode indicar a presença de sofrimento fetal e a situação deve ser controlada imediatamente.

Como é feito esse teste?

A monitorização fetal é um exame indolor e não invasivo que é realizado por meio de dois transdutores de ultrassom colocados na pele da barriga da mãe. É realizado com a mulher deitada de costas ou semissentada, dependendo da necessidade.

Um dos transdutores é responsável por captar os batimentos cardíacos fetais, enquanto o outro avalia a atividade uterina. Ambos estão ligados a um computador que permite visualizar, gravar e imprimir em papel os dados registrados.

Durante o teste, a gestante é solicitada a pressionar um botão cada vez que percebe movimentos fetais. Em geral, o teste dura 30 minutos, mas pode ser prolongado caso o bebê não tenha se mexido pelo menos 5 vezes nesse período.

Monitoramento fetal antes do parto

Para que serve o monitoramento fetal antes do parto?

Como já foi dito, esse teste é usado para determinar a vitalidade fetal, ou seja, para inferir o bem-estar do bebê dentro da cavidade uterina. Além disso, serve para corroborar se a mãe iniciou o trabalho de parto.

Caso esse teste sugira uma situação de sofrimento fetal, o especialista pode indicar a indução do parto ou uma cesariana de emergência, dependendo da condição e gravidade do quadro.


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