Posso amamentar meu bebê estando grávida de outro?
Amamentar um bebê estando grávida de outro é um fato que pode surpreender muitas mulheres, mas é uma realidade para algumas delas. Se as primeiras concebem o processo de amamentar, essa relação íntima que mantêm com o filho, sem qualquer “interferência”, as últimas não vivenciam a mesma situação.
Os momentos em que você amamenta seu bebê ficam mais dinâmicos e enquanto muda sua posição de um seio para outro, por mais que vocês queiram se concentrar apenas nesse processo, aquele outro ser que mora dentro da sua barriga os lembra de sua presença, com chutes delicados, e de que mais cedo ou mais tarde também ocupará um lugar em seus seios.
Nesse amálgama de sensações, essas mães podem se perguntar: é bom amamentar meu bebê estando grávida de novo?
Amamentação e gravidez: é saudável que coincidam?
A nossa resposta para se é possível amamentar estando grávida e se é algo saudável tanto para a mulher, como para o bebê e para o nascituro é:
Sim, é possível e saudável. Desde a mamãe tome as medidas necessárias, nenhum dos três “envolvidos” ficará exposto a qualquer tipo de risco.
A amamentação significa muito mais do que alimento. É uma forma de relação física e afetiva, é o contato diante da solidão, o consolo diante da tristeza, a segurança para descobrir o mundo, a anestesia para a dor.
—Julio Basulto—
Quais são os cuidados que eu devo tomar?
Amamentar durante a gravidez pode ser difícil. Isso porque a gestação reduz a produção de leite materno. Portanto, se você engravidar novamente durante o período da amamentação, precisará beber muito líquido, principalmente água.
Estar bem hidratada fará com que seus seios produzam a quantidade necessária de leite para a criança que você está amamentando e para aquela que está dentro da sua barriga. Além disso, o bebê que está em pleno desenvolvimento, também poderá desfrutar da hidratação necessária.
E não é melhor desmamar o bebê o mais rápido possível?
Se sua gravidez for normal, você não precisa desmamar seu filho já nascido. O leite materno é necessário para atender às suas necessidades nutricionais e lhe fornecer anticorpos para se defender de patógenos. Amamentar o ajuda a se sentir protegido, amado e feliz.
Mesmo que seu filho na barriga seja uma preocupação, você também deve garantir a saúde daquele que já está em seus braços. Você deve parar de amamentar seu bebê somente se estiver em risco de parto prematuro ou apresentar qualquer outra anormalidade, e se seu obstetra ou ginecologista assim lhe recomendar.
Depois de dar à luz, quem tem prioridade na hora de mamar?
Até pouco tempo atrás se dizia que a amamentação deveria ser exclusiva até os 6 meses de idade. Em alguns países esse período não mudou, mas em muitos outros foi estendido, e os especialistas aconselham prolongar o aleitamento materno exclusivo até o primeiro ano de vida, combinando-o com alimentos sólidos a partir desse momento.
Seus dois filhos têm necessidades iguais de leite materno. Nenhum deve ficar à frente do outro. Basta combinar o processo de acordo com as necessidades nutricionais de cada um.
O recém-nascido se alimenta apenas de leite materno. Você deve amamentá-lo a cada três horas, aproximadamente, e deverá encurtar esse período se o bebê estiver com soluços ou se notar que ele está pedindo seu alimento.
Seu outro bebê deve estar perto de completar o primeiro ano de vida, se já não tiver completado.
Nesse momento, com certeza você já incorporou alimentos sólidos à sua dieta: mingaus, sucos, frutas ou pão, entre outros. Porém, como ainda é um bebê, ele precisa continuar mamando por tudo o que a amamentação lhe oferece e também, como se diz popularmente, para terminar de encher sua barriguinha.
A amamentação conjunta prejudica meus filhos de alguma forma?
A amamentação simultânea não prejudica nenhum dos bebês. Pelo contrário, ela os beneficia.
Dizem que a relação afetiva entre os dois, agora e no futuro, pode ser maior do que entre irmãos que não compartilharam o seio materno.
Por outro lado, foi comprovado que as crianças que compartilham o seio materno ganham mais peso em menos tempo, quando comparadas com as crianças que não têm irmãos para compartilhar a amamentação.
Isso é possível graças ao fato de que a produção nas mamas aumenta com a sucção do mamilo. Duas crianças demandando leite aumentam mais a produção do que apenas uma.
Dito tudo isso, só podemos concluir que desmamar ou não o seu bebê ao descobrir uma nova gravidez é uma decisão que fica por sua conta.