Meu avô é um mágico capaz de inventar lembranças mágicas
Meu avô é um mágico. Seu poder é imenso e infinito. Lá do céu sorri para mim enquanto, por sua vez, se diverte com um dos seus dons que o distingue, tornando-o único e especial. Ele é capaz de inventar uma inesgotável série de lembranças mágicas e assombrosas na minha mente.
Super-herói da infância, esvoaçando ao vento seus cabelos de prata e se destacando por todo o ouro que carrega no seu coração, ele é o administrador dos melhores momentos da minha vida. Sua barba já não roça minhas bochechas, aquecendo-as com um beijo suave, mas minhas lágrimas furtivas se encarregam disso quando a sua lembrança surge na minha mente.
Nesses momentos desejo apenas que essa maravilhosa pessoa saísse rapidinho do céu para que eu possa sentir a proteção dos seus abraços. Daria tudo de mais precioso para poder voltar a sentir suas mãos enrugadas acariciando meu rosto. Seu beijo ou seu olhar que falam do seu inconfundível amor e, especialmente, seu orgulho e devoção.
Cuidou de mim, me educou e me acompanhou. Contou histórias, me ninou e inclusive relatou suas preciosas experiências de vida. Sabedoria, valentia, inteligência é o que compartilhava em cada narrativa. Suas experiências são um verdadeiro tesouro, o melhor legado que meu avô me deixou.
“O amor perfeito não aparece até o primeiro neto nascer.”
-Proverbio Galés-
As lembranças que meu avô, o mágico, deixou
Meu avô, um mágico provedor de lembranças vibrantes, é um das estrelas mais bonitas do céu. A partir dali, manejando sua memória, continua me ensinando e indicando o caminho. É esse ser que nunca esquecerei devido a sua grandeza, sua franqueza, com cumplicidade profunda, sua confidencialidade em cada segredo.
Com meu avô vivi momentos únicos. Dividi meus pratos favoritos e aproveitamos uma infinidade de maravilhosas sobremesas. Me fundi nesse perfume especial tão dele, me prestei a dar intermináveis e memoráveis passeios segurando sua mão.
Manhãs semeando sementes e plantando árvores, tardes inteiras na praça, o aroma dos pastéis quentes. Presentes, doces, carinhos, abraços e mil beijos apenas para mim. Me sentir protegida, contida, consentida até o mínimo capricho.
Ter o meu avô ao meu lado era, certamente, tocar o céu com as mãos. Assistir os desenhos animados juntinhos, falar do que estava na tela, compartilhar todo tipo de atividades. Meu avô era meu primeiro contato com os jornais e revistas, era esse rádio velho ligado desde cedo.
Entre diversos sucos, aventuras e loucuras aconteceram as melhores conversas e confissões. Uma infinidade de surpresas aconteciam todos os dias ao lado de uma das pessoas mais importantes e imprescindíveis da minha vida.
Meu avô, dono de um amor sem medidas
Meu avô é um mágico capaz de trazer à minha memória as lembranças mais lindas da minha infância, da minha criação. A ele devo uma infinidade de ensinamentos e aprendizados. Parte da minha personalidade, minha segurança e confiança em mim mesmo, inclusive minha autoestima, também se devem a ele.
Esse adorável ancião soube me amar de uma maneira especial, diferente ao também inexplicável e incondicional amor da minha mãe e do meu pai. Assim como eles, acompanhando-os sempre, decidiu me proporcionar tudo o que estava ao alcance das suas mãos sem se importar com custos nem preços, sem pedir nada em troca.
Sem recorrer à ajuda da tecnologia ou das redes sociais, jamais passou pela sua cabeça a possibilidade de esquecer alguma data importante, ou esquecer algum aniversário. Claro, até que os estragos do tempo fizeram desastres na sua mente. Ainda assim, decidi – ainda que não me reconhecesse facilmente – beijá-lo todos os dias.
É que nesses beijos nasciam as lembranças que ele ainda hoje continua trazendo à minha mente. Essas mesmas lembranças que marcaram minha infância para sempre. Uma infância que teve a sorte de sentir um amor sem limites nem medidas, o do meu avô, um mágico capaz de ter vida própria na minha mente.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- García, C. N., & Vega, C. V. (2013). Relaciones abuelos-nietos: una aproximación al rol del abuelo. Sociedad y Utopía. Revista de Ciencias Sociales, 41, 464-482. https://estaticos.qdq.com/swdata/files/619/619320697/relacionesabuelosnietos.pdf
- Planillo, A. H. (2004). Abuelos, abuelas, nietos y nietas. El punto de vista infantil. Indivisa: Boletín de estudios e investigación, (5), 35-42. https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/1043224.pdf
- Triadó Tur, C., & Villar Posada, F. (2000). El rol de abuelo: cómo perciben los abuelos las relaciones con sus nietos. Revista española de geriatría y gerontología, 35(S2), 30-36. https://www.infogerontologia.com/documents/gerontologia/articulos/ll_congreso_geront_geriat_cataluna/2000c_rol_de_abuelo.pdf