5 benefícios da amamentação na boca do bebê

Você sabia que a amamentação beneficia o desenvolvimento e a saúde da boca do bebê? Continue lendo e descubra aqui.
5 benefícios da amamentação na boca do bebê

Última atualização: 14 fevereiro, 2022

A decisão de amamentar uma criança traz múltiplos benefícios tanto para ela quanto para a mãe. Um aspecto pouco conhecido dessa prática é a influência da amamentação na boca do bebê.

A qualidade nutricional do leite materno, o aumento da proteção imunológica da criança e os vínculos afetivos que são gerados entre mãe e filho são alguns dos benefícios mais populares. Mas, caso você não saiba, a amamentação também tem um impacto positivo na cavidade oral. Saiba mais!

Benefícios da amamentação na boca do bebê

A amamentação contribui positivamente para o correto desenvolvimento da boca do bebê. Além disso, ajuda a evitar problemas futuros, como a aquisição de hábitos deformantes e más oclusões.

1. Promove o desenvolvimento orofacial correto

O maior benefício da amamentação na boca do bebê está no nível funcional. Os movimentos e a força que a criança realiza durante a mamada favorecem o desenvolvimento dos maxilares e dos músculos orofaciais.

Quando o bebê nasce, o maxilar superior é maior e mais avançado do que o maxilar inferior. Quando se prende ao seio, os movimentos de alimentação ajudam a mandíbula a se mover para sua posição correta e a relação entre os dois arcos é normalizada.

O encaixe adequado de ambas as mandíbulas, por sua vez, favorece o desenvolvimento de uma mastigação adequada e a correta localização dos dentes no momento da erupção.

De acordo com a Sociedade Espanhola de Ortodontia (SEDO), as crianças amamentadas no seio têm menor risco de desenvolver problemas de mordida e de precisar usar ortodontia no futuro. No entanto, isso não significa que se a criança for amamentada não precisará de aparelho, pois existem outros fatores que podem causar problemas oclusais no futuro.

Além disso, a amamentação promove o correto desenvolvimento dos músculos orofaciais. Com isso, permite a execução adequada das funções de sucção, deglutição e respiração do bebê.

Quando a criança pega a mama, ela precisa fazer muita força muscular para pegar o mamilo e selar os lábios contra a pele da mama. Isso produz o vácuo que permite que o leite saia e também sua deglutição. Ou seja, os movimentos da língua para ordenhar o seio e engolir o alimento também exigem um esforço que não é realizado com a mamadeira.

Por essa razão, o formato e o tônus das estruturas orais podem ser alterados em crianças alimentadas exclusivamente com mamadeira.

2. Evite hábitos prejudiciais

Menina dormindo com o polegar na boca

Outra das contribuições positivas da amamentação na boca do bebê é que reduz a instalação de hábitos prejudiciais para a cavidade oral.

Por exemplo, o uso prolongado de chupeta ou mamadeira e a sucção do dedo são menos prováveis em bebês amamentados. Isso ocorre porque o aleitamento materno satisfaz as necessidades orais, nutricionais e afetivas do bebê por meio da sucção do seio materno. Assim, o lactente não precisa compensar suas necessidades de sucção não nutritiva com outros elementos.

Além disso, a amamentação facilita a respiração nasal do bebê e a colocação da língua em sua posição fisiológica. Dessa forma, o palato adquire seu formato adequado, o que reduz as chances de respiração bucal e apneia do sono.

3. Fornece nutrientes essenciais

O leite materno fornece aos pequenos todos os nutrientes de que precisam para crescer adequadamente. Ácidos graxos, proteínas e vitaminas ajudam a criança a ter uma boa saúde bucal.

Os nutrientes fornecidos pela amamentação são essenciais para o desenvolvimento dos dentes que estão em formação dentro do osso. Pois bem, o cálcio, o fósforo e as proteínas contidas no leite materno são vitais para o processo de mineralização dos dentes.

Além disso, o teor de ácidos graxos do leite materno reduz a inflamação e promove a saúde das gengivas e a proteína fortalece os músculos da mastigação.

Embora o aporte nutricional possa ser suplantado pelo leite artificial, o fluido materno tem a peculiaridade de se adaptar às necessidades da criança. Nesse sentido, o leite materno contém tudo o que seu filho necessita em cada momento para crescer e se desenvolver adequadamente.

4. Diminui o crescimento bacteriano

O leite materno promove o desenvolvimento do sistema de defesa da criança. Alguns dos seus componentes inibem o crescimento de vários microrganismos, o que também se traduz numa menor proliferação de germes na boca.

A imunoglobulina A, por exemplo, adere às mucosas digestivas e as protege contra vírus e bactérias. Além disso, o próprio fato de amamentar favorece a secreção salivar, mecanismo natural de proteção contra bactérias.

5. Reduz o risco de cárie dentária

Tanto as crianças amamentadas quanto as alimentadas com fórmula são suscetíveis à cárie dentária. No entanto, os pequenos que usam mamadeira apresentam um risco ainda maior.

A cárie de mamadeira ocorre após longas exposições das superfícies dos dentes a bebidas açucaradas. Tanto o leite materno quanto o leite artificial contêm açúcares que, se não forem eliminados com a higiene bucal adequada, podem causar a doença.

A adição de açúcar, adoçantes e outras bebidas doces às mamadeiras é o que faz com que os bebês alimentados de maneira artificial sejam mais propensos a cáries na primeira infância. A permanência do bico na boca do bebê por longos períodos de tempo também é um fator condicionante.

Mas, como dissemos, dar o peito não evita o risco de os dentes do bebê adoecerem. Instaurar uma higiene dental adequada desde as primeiras semanas de vida e escovar os dentes assim que eles erupcionarem é decisivo. Os dentes do bebê devem ficar limpos e sem açúcar, principalmente antes de a criança adormecer.

Como mencionamos, o açúcar do leite materno pode facilitar a perda de minerais do dente e promover cáries. Mas em sua composição também existem elementos protetores que intervêm na remineralização do esmalte e aumentam o pH salivar.

Essas propriedades lhe confeririam características anticáries que neutralizariam a desmineralização. Se essa particularidade da composição do leite materno for combinada com uma higiene dental adequada, o risco de adoecimento dos dentes é reduzido.

Mãe durante o ato de amamentar

Uma prática benéfica para a boca

Há ampla evidência sobre os benefícios que a amamentação traz tanto para a mãe quanto para o bebê. O resultado dessa prática está relacionado a mães e filhos mais saudáveis.

A própria composição do leite proporciona inúmeros efeitos positivos na criança que as fórmulas não conseguem igualar. Mas, além disso, a mecânica da amamentação desempenha um papel fundamental no desenvolvimento saudável da boca do bebê.

A orientação de priorizar o aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses do bebê e depois até os 2 anos da criança é clara. É importante alimentar o máximo possível diretamente do peito e reduzir o uso de mamadeira, mesmo que contenha leite materno extraído.

“A OMS e a UNICEF recomendam que os bebês iniciem a amamentação na primeira hora de nascimento e sejam exclusivamente amamentados durante os primeiros 6 meses de vida, o que significa que nenhum outro alimento ou líquidos, incluindo água, devem ser fornecidos. Os bebês devem ser amamentados sob demanda, ou seja, quantas vezes a criança quiser, dia e noite. Não se deve usar mamadeiras, bicos ou chupetas.”

-Organização Mundial da Saúde (OMS) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)-

A forma como o bebê usa seus lábios, sua língua, sua mandíbula e seus músculos faciais para mamar são fundamentais para seu desenvolvimento orofacial. E esses movimentos não são obtidos com as mamadeiras. Por isso, como você já deve ter percebido, os benefícios da amamentação na boca do bebê são mais um dos muitos motivos para optar por essa alternativa.


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