Birra para usar o que quer: exercício para que a criança aceite usar outras roupas
Para muitos pais essa situação é bastante comum: está quase tudo pronto para que a família saia para um compromisso, quase todos preparados. No entanto, logo após o banho, a criança simplesmente não aceita colocar a roupa.
Outra cena que acontece com frequência é o filho ou a filha querer usar sempre as mesmas roupas. Pode ser aquela blusinha (que inclusive já está apertada) do Homem de Ferro ou da Elsa e, quando os pais tentem explicar que está frio e seria melhor usar um casaquinho, a criança começa a famosa birra.
Se você se identifica com essas duas situações, é importante ter em mente que a partir do primeiro ano de idade as crianças começam a manifestar seus desejos e identidade, mas ainda estão aprendendo a controlar seus sentimentos e impulsos. Por isso, é necessário saber respeitar esse momento e também impor certos limites. Esse é o conselho do psicólogo Roberto Debski.
Apesar de o ambiente ter uma grande influência em quem somos, todos nós já nascemos com predisposições genéticas e uma personalidade própria. Por isso, durante a infância é muito importante que as nossas qualidades sejam incentivadas, de acordo com o especialista.
O sinal de “não” que o bebê faz ao virar o rosto para longe do seio da mãe quando já não quer mamar mostra que desde cedo a criança já tem vontades. Por isso, se ela crescer sem entender ou saber expressar suas preferências e particularidades, pode se tornar um adulto com dificuldade de socializar e resistência a mudanças.
A infância é um período de descobertas e aprendizado, mas a criança precisa de orientação nas escolhas que fizer.
Quando a criança quer usar sempre a mesma roupa
O psicólogo recomenda um exercício lúdico para fazer com a criança nesse tipo de situação: peça para ela escolher uma entre duas ou três opções predeterminadas de peças, no momento da compra e também após o banho.
“Se a criança quer vestir uma roupa curta em um clima muito frio, os pais devem, sem brigas, explicar o motivo da escolha ser inadequada”, comenta Roberto. Além disso, é importante lembrar à criança que as peças que ela deseja colocar poderão ser usadas em outro momento.
Outra coisa muito importante a se ter em mente é que os limites ensinados com carinho e paciência são melhor absorvidos que os impostos por meio de autoritarismo, já que a criança, ao ser tratada frequentemente com gritos, aprenderá que essa é a melhor forma de resolver os problemas.
Quando ensinada com respeito, a criança entenderá que tem liberdade para se expressar e manifestar suas opiniões e pensamentos. “Não por autoritarismo, mas por que as escolhas que os pais fazem vão de encontro ao que é melhor, com sabedoria”, conclui Roberto.