8 coisas que os pais podem fazer para prevenir o suicídio

Para prevenir o suicídio em crianças e jovens, os pais devem estar atentos à educação, à saúde emocional e ao ambiente de seus filhos. Compartilhamos algumas dicas sobre isso.
8 coisas que os pais podem fazer para prevenir o suicídio
Elena Sanz Martín

Escrito e verificado por a psicóloga Elena Sanz Martín.

Última atualização: 14 outubro, 2022

O suicídio é um evento que devasta emocionalmente famílias inteiras. E, embora a perda seja sempre dolorosa, quando se trata de uma criança ou jovem, o sofrimento pode ser ainda maior. Nestas fases, o ambiente familiar desempenha um papel crucial na educação e apoio na vida de crianças e jovens. Por esse motivo, queremos compartilhar algumas dicas para prevenir o suicídio que os pais podem colocar em prática.

Os números nesse sentido são preocupantes. O suicídio está entre as principais causas de morte no mundo na população infantil e adolescente. Além disso, estima-se que 2% das crianças tenham pensamentos suicidas. Esse número até triplica e chega a 6% ao chegar à adolescência. Para evitar que a tragédia ocorra, uma série de medidas devem ser tomadas a partir do ambiente mais próximo.

O que os pais podem fazer para prevenir o suicídio?

Antes de mais nada, é preciso saber que na maioria dos casos o suicida não quer morrer, mas sim deixar de viver em sofrimento. Embora certos transtornos mentais possam precipitar o suicídio impulsivo, a verdade é que geralmente é o desespero sustentado que leva a esse ato.

Quando as circunstâncias externas são muito adversas, dolorosas e exigentes, se a pessoa não tem capacidade para enfrentá-las, o suicídio parece ser a única saída. Diante disso, a prevenção deve se concentrar tanto nas condições de vida quanto nos recursos e ferramentas pessoais que os menores possuem. Os seguintes passos podem ser fundamentais:

1. Cuidar da saúde mental de crianças e adolescentes

Estigmatizar os cuidados de saúde mental pode custar vidas. Muitas pessoas ainda consideram a terapia uma loucura e que nenhuma criança tem um problema grande o suficiente para precisar desse tipo de ajuda. Mas a verdade é que entre 15 e 25% dos menores sofrem de algum transtorno psicológico. Além disso, verificou-se que 9 em cada 10 crianças e jovens que tiram a própria vida sofrem de um transtorno mental.

Por isso, é fundamental cuidar da saúde emocional dos menores e buscar ajuda assim que necessário. Se seu filho mostrar sinais de ansiedade, apatia, depressão ou qualquer outro sofrimento mental, não assuma que é algo insignificante e temporário. É preciso dar a importância que merece e buscar apoio.

O suicídio é uma das principais causas de morte na população infanto-juvenil. Por isso, cuidar da saúde mental dos menores é essencial.

2. Ficar atento aos sinais

Mesmo que não sofram de nenhum transtorno mental, os jovens costumam apresentar sinais de ideação suicida antes de cometer o ato. Muitos pais minimizam essas expressões ou simplesmente ficam chocados e evitam falar sobre isso, mas é fundamental fazê-lo.

Pergunte abertamente sobre isso, crie um espaço seguro no qual seus filhos possam expressar o que pensam e sentem sem medo de julgamento e com a certeza de que receberão apoio. Não pense que suas expressões em relação ao suicídio são apenas uma forma de chamar a atenção.

3. Validar e acompanhar as emoções dos menores

Lembre-se de que na adolescência a intensidade emocional é muito alta. Nesta fase, tudo é ampliado e qualquer acontecimento diário pode impactar e afetar muito os jovens. Embora o problema pareça insignificante para um pai, é essencial que você valide as emoções de seus filhos. Ouvir seus problemas e dificuldades, apoiá-los e, acima de tudo, ensiná-los a gerenciar esses estados emocionais que transbordam é fundamental.

4. Criar laços familiares fortes

A família é um pilar fundamental durante a infância e também na adolescência. Relações familiares complicadas, conflitantes ou fracas podem causar privação e sofrimento nas crianças. Portanto, cultive um vínculo estreito de amor, respeito e confiança com seus filhos. É importante que a comunicação seja saudável e fluida, que o tempo em família seja abundante e nutritivo e que a paternidade seja democrática. Isso pode ser um ótimo fator de proteção.

5. Promover relacionamentos sociais saudáveis

As relações com o grupo de pares também desempenham um papel muito importante, especialmente na adolescência. O bullying é um dos fatores que mais contribuem para o suicídio de jovens. Em vez disso, ter uma forte rede de apoio pode amortecer o estresse nesta fase da vida. Pela mesma razão, garanta que seu filho tenha um ambiente social amplo e saudável.

6. Promover um estilo de vida saudável

Descansar o suficiente, manter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente são aspectos a serem observados. Estes têm uma influência importante no humor e promovem uma melhor saúde mental e emocional. Portanto, tente incutir um estilo de vida saudável em seus filhos desde a infância e cuide para que eles o mantenham à medida que crescem.

Promover um estilo de vida saudável ajuda a limpar os pensamentos negativos e reduzir o estresse. O exercício físico, uma dieta adequada e um bom descanso são fundamentais.

7. Educar em inteligência emocional

Como dissemos, é fundamental que as crianças e os jovens tenham recursos para enfrentar as adversidades que possam surgir em suas vidas. É natural que, pela sua imaturidade cognitiva e emocional e pela sua inexperiência, nem sempre saibam como reagir da melhor forma. Por isso, a educação emocional deve ser trabalhada desde a infância. Ensinar a compreender e processar suas emoções, a estabelecer limites, a se comunicar e a ter uma autoestima sólida são tarefas essenciais.

8. Procurar ajuda profissional para prevenir o suicídio

Por fim, é importante lembrar que não cabe inteiramente aos pais prevenir o suicídio. Mesmo a criança mais saudável, amada e com mais recursos pode ficar sobrecarregada ou ter pensamentos suicidas. Portanto, é de vital importância recorrer aos profissionais diante de qualquer sinal ou indício. Eles podem não só intervir junto do menor, como também orientar os pais para que acompanhem o percurso de recuperação dos seus filhos.

O que os pais podem fazer para prevenir o suicídio?

O diálogo, a escuta e o acompanhamento das crianças e adolescentes são fundamentais para a construção de um vínculo de confiança em que os menores se sintam seguros para recorrer aos pais quando precisarem de ajuda. Devemos prestar atenção especial e agir com base nos sinais que observamos, em vez de ignorá-los pensando que é um problema menor. Lembre-se de que você sempre pode contar com um profissional para ajudar seu filho. Ele pode, inclusive, dar algumas orientações para você saber como agir nesses casos.


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