No começo éramos você e eu... Agora somos uma família e a melhor equipe

A família é uma grande equipe quando todos aprendem a dividir responsabilidades, sabem chegar a acordos e são capazes de guiar seus filhos com entusiasmo e amor infinito.
No começo éramos você e eu... Agora somos uma família e a melhor equipe
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 02 abril, 2022

No começo éramos dois. Os dias passavam com uma cumplicidade mágica, permitindo improvisações, planos de última hora. Agora somos três, talvez quatro… Agora aninhamos como pássaros em uma árvore, agora os dias têm rotinas, padrões, vão mais devagar e têm gosto de boa felicidade. Agora somos uma grande equipe, a melhor equipe.

Sófocles dizia em seus textos que quem tem a sorte de nascer numa boa família tem meia vida resolvida. Por uma razão muito simples: a família é o nosso primeiro cenário social, é um ambiente onde a solidez dos bons exemplos, é as raízes de um afeto seguro e as bases dessa identidade que vamos lapidando ao longo do tempo com a vida.

“O primeiro elo da sociedade é o casal, depois os filhos que formam a família”

-Cícero-

É muito comum olhar para trás e relembrar aqueles tempos, aqueles dias em que éramos apenas dois. A frase “criar uma família” pode nem ter passado pela nossa cabeça, simplesmente porque estávamos bem com a nossa situação. Porque não queríamos mais nada. No entanto, muitas vezes chegam o desejo, as ilusões e a necessidade de iniciar um projeto comum com a pessoa que amamos.

O propósito não poderia ser mais bonito. No entanto, é conveniente lembrar de um aspecto essencial. Aquela criança que vai chegar é responsabilidade dos dois. Não cometamos o erro de delimitar territórios, de atribuir responsabilidades de acordo com o gênero, de acordo com o que cabe ao pai e de acordo com o que a mãe deve fazer.

As crianças não são nominativas. Na verdade, é exatamente o contrário: nós pertencemos a elas e, portanto, devemos oferecer a elas o melhor de nossas essências e de nossos corações.

Você e eu somos a melhor equipe

Pai e mãe com seu bebê
As melhores lições da vida não estão em livros ou manuais de instrução. Estamos aprendendo por nós mesmos de acordo com nossas experiências, nossos desafios diários e através de nossas realidades pessoais.

Por essa razão, quando se trata de criar uma criança, não devemos seguir estritamente o que nos dizem os manuais para pais, nossos pais ou nossos melhores amigos. Podemos receber conselhos, e isso é bom, pode ser até maravilhoso, mas somos nós que, com base em nossas realidades e circunstâncias pessoais, moldamos nossa dinâmica familiar, nossas regras, nossas prioridades.

Formar uma equipe, chegar a acordos com o parceiro é, sem dúvida, o primeiro passo quando eles, nossos filhos, chegam de um dia para o outro. É nesse momento que podemos nos orientar pelas dicas a seguir, aquelas que podem realmente servir como ponto de partida para a reflexão.

Você e eu somos acima de tudo um casal, e continuaremos a olhar nos olhos um do outro todos os dias

A chegada de um bebê em casa é como um pequeno turbilhão que muda tudo, intensifica tudo, inclusive nossas emoções, responsabilidades e tarefas. Às vezes são tantas que entre o cansaço, as poucas horas de sono, os medos e as atividades diárias com o bebê, esquecemos de nos olhar nos olhos.

  • É fundamental que o casal não negligencie esse vínculo de contato, onde possa reconhecer necessidades, saber quando a mãe deve descansar e o pai cuidar ou vice-versa.
  • Olhar nos olhos um do outro também é uma forma de despertar o carinho, de nos lembrarmos “Estou aqui, com você, e estamos indo muito bem, somos um grande time”.

Numa equipe boa ninguém perde

Família brincando

É muito comum que, quando um casal tem um filho, ocorra o questionamento sobre deixar o emprego ou solicitar a redução da jornada de trabalho. Se isso acontecer, deve ser uma decisão bem pensada e conversada. É um passo que pode ser dado tanto pelo pai quanto pela mãe.

  • No entanto, há um ponto-chave que precisa ser observado. Ninguém deve ter a sensação de que está abrindo mão de algo, que é sempre ele ou ela quem “perde”, quem sempre cede. Ter um filho não deve significar desenvolver aquela sensação desconfortável de que está faltando alguma coisa, e sim o contrário.

Por isso, é vital que as tarefas e responsabilidades sejam combinadas, que as obrigações sejam distribuídas e que essa necessidade seja sempre buscada para favorecer o bem-estar de todos os membros da família.

Família é onde a vida começa e o amor nunca acaba…

Ninguém “ajuda” ninguém, uma boa equipe sabe quais são suas responsabilidades

Isso é algo que grande parte dos casais já sabe muito bem: nem o pai ajuda a mãe nas tarefas domésticas, nem a mãe ajuda o pai nas responsabilidades familiares. Em uma casa não há territórios privados, e os filhos são de responsabilidade exclusiva de apenas um.

Família reunida: a melhor equipe.

Nada é tão dinâmico, criativo, intenso e motivador quanto criar um filho. Saber formar uma equipe é saber partilhar, comunicar, chegar a acordos e guiar com entusiasmo e amor infinito aquele pequeno que faz parte de nós dois e que, por sua vez, faz parte da vida.

Porque acreditemos ou não, essa criança não nos pertence, ela pertence a si mesma e, portanto, devemos educá-la da melhor maneira para que ela se ame, para que seja feliz e faça desse mundo um cenário muito melhor.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Bowlby, J. (1986). Vínculos afectivos: formación, desarrollo y pérdida. Madrid: Morata.
  • Bowlby, J. (1995). Teoría del apego. Lebovici, Weil-HalpernF.
  • Garrido-Rojas, L. (2006). Apego, emoción y regulación emocional. Implicaciones para la salud. Revista latinoamericana de psicología, 38(3), 493-507. https://www.redalyc.org/pdf/805/80538304.pdf
  • Marrone, M., Diamond, N., Juri, L., & Bleichmar, H. (2001). La teoría del apego: un enfoque actual. Madrid: Psimática.
  • Moneta, M. (2003). El Apego. Aspectos clínicos y psicobiológicos de la díada madre-hijo. Santiago: Cuatro Vientos.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.