Como ajudar as crianças a se adaptarem à escola

Durante os primeiros dias de adaptação à escola é importante conversar com as crianças. Desta forma, podemos saber como elas se sentem e como ajudá-las.
Como ajudar as crianças a se adaptarem à escola
Maria Fátima Seppi Vinuales

Escrito e verificado por a psicóloga Maria Fátima Seppi Vinuales.

Última atualização: 18 outubro, 2022

A escola é um ambiente onde as crianças desenvolvem habilidades cognitivas, emocionais e sociais. Lá, elas conhecem mais sobre o mundo e sobre si mesmas. Além disso, fazem amigos e aprendem a se comportar em outro ambiente diferente do lar de origem. Esta instituição é um local de aprendizagem que contribui para o desenvolvimento dos pequenos. No entanto, num primeiro momento, a adaptação à escola pode apresentar alguns desafios e dificuldades. Vamos explorar um pouco mais sobre o assunto.

Como ajudar as crianças a se adaptarem à escola

Se pensarmos bem, a adaptação é algo típico de qualquer situação nova. Algumas crianças se sentem confortáveis mais rápido do que outras. Além disso, há aquelas que são confiantes e há aquelas que demoram mais para se sentir à vontade até conhecer seus professores e colegas de classe. Por isso, a adaptação à escola não é apenas uma coisa de criança, mas algo que todos nós precisamos em uma situação de mudança.

É importante que acompanhemos os pequenos nessa transição para que o ambiente escolar seja agradável e propício ao aprendizado. Algumas recomendações para ajudar as crianças a se adaptarem à escola são as seguintes:

  • Conte a ela sua experiência sobre a escola: essa é uma forma de abrir o diálogo e facilitar a conexão com as crianças. Além disso, oferece a oportunidade de esclarecer dúvidas, expressar medos e encontrar um adulto como interlocutor e apoio.
  • Converse sobre os benefícios de ir à escola: ensine sobre os aspectos positivos de compartilhar uma aula com os colegas, aprender sobre novos tópicos e brincar com os outros no recreio.
  • Preste atenção aos estados emocionais do seu filho: especialmente nos primeiros dias, pergunte como foi a escola, qual foi a aula favorita, o que ele faz no recreio e como ele passa o dia.
  • Observe se há mudanças no comportamento em geral: por exemplo, você deve estar atenta se a criança muda seus hábitos em termos de apetite, sono ou vontade de brincar. Dessa forma, você poderá acompanhar e estar alerta a quaisquer sinais marcantes.
  • Proporcione algum objeto ou experiência transicional: Winnicott, um renomado psicanalista, refere-se aos objetos que as crianças usam para se sentirem seguras na ausência dos pais. Esse objeto de transição, que pode ser, por exemplo, um brinquedo ou um cobertor, atua como representante de seus pais e simboliza o apego.
  • Compartilhe informações sobre o que vai acontecer: explique sobre o dia, as regras e as atividades que a criança terá que enfrentar. Dessa forma, o cenário será menos desconhecido para ela. Dependendo da idade, você pode usar diferentes recursos didáticos. Por exemplo, através de uma história, um jogo sobre ir à escola ou um filme que trata dessa situação.


Contar à criança a sua experiência na escola quando tinha a idade dela é uma forma de dialogar melhor com ela e proporciona a possibilidade de esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir.

Flexibilidade e respeito: essenciais no processo de adaptação à escola

Todas as medidas acima são recomendações que podem tornar mais fácil para as crianças se sentirem confortáveis na escola. No entanto, existem dois valores essenciais nesse processo: flexibilidade e respeito. Ambos implicam uma escuta ativa e uma receptividade atenta e próxima sobre o que lhes acontece nesse processo.

Trata-se de adaptar nossas expectativas e fugir do que especialistas e livros nos indicam para permitir que a própria voz das crianças nos guie na experiência. Dessa forma, também abrimos um canal de comunicação bidirecional, o que facilita que as crianças se sintam confiantes em compartilhar caso tenham algum problema.

Por fim, também precisamos aceitar nossas próprias emoções e medos sobre a primeira vez que as crianças vão à escola. Ser honesto sobre nossas preocupações, tirar dúvidas com a equipe de ensino ou pedir sugestões a outras famílias pode nos ajudar a ajudar nosso pequeno. Se nos sentirmos seguros, também poderemos transmitir essa calma.



Não devemos transmitir nossos próprios medos às crianças antes do primeiro dia de aula. Se necessário, é melhor procurar ajuda para se sentir seguro e conseguir acalmá-los.

“Faça parte” da adaptação

Quando pensamos em como favorecer os processos de adaptação à escola, desenhamos uma experiência que transcende o espaço escolar em particular. Trata-se de ser o suporte e o acompanhamento nessas necessidades emocionais das crianças. Desta forma, contribuímos em torno da segurança, autoestima, coesão escolar e estratégias que lhes permitam enfrentar as dificuldades e resolver os desafios da melhor forma possível.

Portanto, esta época do ano não deve ser ignorada. A adaptação à escola abala o terreno do que é conhecido pelos pequenos. Não se trata apenas de deixá-los na porta da escola, mas de fazer parte deste momento da vida. Quando consideramos que isso implica uma mera formalidade e somos guiados por certas posturas rígidas, corremos o risco de a escola se tornar um lugar temido. Nesse sentido, nos primeiros dias devemos tentar organizar nossa agenda e estar disponíveis para compartilhar as primeiras atividades escolares e resolver os imprevistos que possam surgir.


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    ¿CÓMO INFLUYE LA ADAPTACIÓN ESCOLAR Y LAS HABILIDADES SOCIALES EN LOS ALUMNOS?
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