Como ajudar um filho que fuma maconha

Você acha que seu filho fuma maconha e não sabe como lidar com isso? Aqui refletiremos sobre o tema e apresentaremos algumas ideias essenciais para ajudar você.
Como ajudar um filho que fuma maconha
Laura Ruiz Mitjana

Escrito e verificado por a psicóloga Laura Ruiz Mitjana.

Última atualização: 13 abril, 2023

O consumo de substâncias como a maconha está se espalhando cada vez mais entre os adolescentes. Por isso, muitos pais se perguntam “Como ajudar um filho que fuma maconha?”

Muitas vezes, por trás de suas causas, encontramos a necessidade que os adolescentes têm de fazer parte de um grupo, de ter a aprovação dos outros e os “likes”, o desejo de experimentar coisas novas, o vício gerado pela própria substância, etc.

Será importante nesses casos aprofundar as motivações e, principalmente, buscar ter uma conversa com nosso filho para abordar o assunto. Não devemos fazer isso por confronto ou autoritarismo, porque isso fará com que seu filho se feche ou se afaste de você. Deve ser um momento criado a partir da escuta ativa e da empatia.

“A adolescência pode fazer a diferença entre uma vida inteira de sucesso ou uma vida inteira de fracassos.”

-Anônimo-

Como ajudar um filho que fuma maconha?

Embora seja uma questão complexa, que muitas vezes requer ajuda profissional, apresentaremos a seguir 6 ideias essenciais sobre como ajudar um filho que fuma maconha. São pequenas ações para começar a resolver o problema, mas podem levar a outras decisões, dependendo da evolução do caso.

Adolescente acendendo um baseado.

Não enfrente

Ao conversar com seu filho sobre o consumo de maconha, tente não confrontá-lo diretamente. Estabeleça uma conversa com o objetivo de descobrir informações e não puni-lo.

É recomendável que você enfrente a situação com calma e serenidade, mesmo que seja difícil. O ideal é abordar o assunto de forma natural e não impor autoridade.

Encontre um bom momento para conversar

Outra ideia essencial para ajudar um filho que fuma maconha é encontrar o momento certo. Fale com ele quando estiver calmo. Transmita a ele carinho e confiança para que se sinta seguro quando se trata de falar. Pergunte a ele quais motivações o levaram a iniciar esse hábito.

Considere a idade do seu filho

Não é a mesma coisa falar com um pré-adolescente do que com um jovem mais velho. Os adolescentes relutam mais em se comunicar com os pais. Nessa fase, eles tendem a buscar a transgressão das regras e a aceitação do grupo de pares.

Converse e reflita junto com ele

Caso seu filho lhe diga que fuma maconha para fugir de seus problemas, tente fazê-lo cair em si. Reflita com ele sobre suas preocupações e pensem juntos sobre outras maneiras de lidar com elas. Você pode oferecer estratégias alternativas.

Se o motivo que ele te der é porque gosta, tente também refletir com ele. Aprofundem-se no que a maconha produz nele, em suas razões, nas consequências. Você pode até sugerir pedir ajuda profissional.

Acompanhe-o

Quando se trata de ajudar um filho que fuma maconha, não se trata de puni-lo ou vitimizá-lo, mas de fazê-lo sentir que você está do lado dele, que você procura entendê-lo e que estará ao seu lado em suas decisões.

Isso não significa que você aceita tudo o que ele faz, mas que tenta encontrar uma maneira de se conectar com ele e fazê-lo se sentir compreendido (mesmo que não compartilhe suas decisões).

Converse com seu filho que fuma maconha sobre os prós e contras

Em consonância com o ponto de buscar a reflexão, você pode propor o exercício de buscar os prós e os contras de fumar maconha. Seu filho deve ver você como uma aliada, e não uma inimiga, e saber que você pode entender as “coisas boas” que ele experimenta ao fumar maconha.

No entanto, será importante enfatizar as coisas ruins. Seu filho deve se conscientizar sobre elas, visualizar os aspectos bons e ruins a curto e longo prazo.

Como a maconha afeta o cérebro do adolescente?

De acordo com um estudo realizado em 2019 por pesquisadores da Universidade de Vermont (EUA), publicado no Journal of Neuroscience, os cérebros de menores que usaram maconha apenas uma ou duas vezes na vida têm mais volume de massa cinzenta na amígdala e hipocampo, em relação aos que nunca experimentaram a substância.

A amígdala é a estrutura cerebral relacionada ao medo e às emoções, enquanto o hipocampo está envolvido no desenvolvimento da memória e das habilidades espaciais. O mesmo estudo afirma que as diferenças em ambas as estruturas persistiram, apesar do controle de variáveis como sexo, nível socioeconômico e consumo de álcool ou cigarro.

Por outro lado, esse trabalho demonstrou a associação entre aumento do volume de massa cinzenta em usuários de maconha de baixo nível e avaliações de raciocínio e ansiedade.

Adolescentes fumando baseados.

“O desenvolvimento na adolescência é caracterizado pela oscilação entre progresso e regressão.”

-Anônimo-

Ajudar um filho que fuma maconha: abordando a situação

Lidar com o fato de você ter um filho que fuma maconha é um assunto delicado. Você deve transmitir a ele confiança suficiente, mas também orientá-lo para que ele não se envolva em comportamentos viciantes. Sua reação deve ser equilibrada: nem punitiva nem permissiva (aludindo às suas próprias experiências juvenis), mas também não desinteressada. Você tem que assumir o problema, investigar as causas e encontrar soluções.

As drogas são muito temidas por pais e mães que buscam um bom desenvolvimento para seus filhos. Isso porque os entorpecentes em geral, embora alguns sejam mais inócuos que outros, sempre têm um impacto negativo na saúde física e mental.

Portanto, se você acha que seu filho começou a fumar maconha, não evite o problema nem tente minimizá-lo. Quanto mais cedo você discutir o tema com ele, mais fácil será trabalhar na mudança e pedir ajuda, se necessário. Lembre-se de que existem centros especializados no assunto que podem oferecer os cuidados adequados para tratar esse problema.


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  • Pereira C., G. (2018)  Psicopatología del yo y su problema de adaptación por consumo de marihuana. Universidad Técnica de Babahoyo.
  • Del Pueyo, B. Perales, A. (2006) ¿Y si mi hijo se droga?  Random House Mondadori.

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