Como detectar um transtorno alimentar na adolescência

O transtorno alimentar pode causar sérias consequências em adolescentes. Por isso, detectá-lo precocemente pode ser crucial para um melhor prognóstico de recuperação dos jovens.
Como detectar um transtorno alimentar na adolescência
Mara Amor López

Escrito e verificado por a psicóloga Mara Amor López.

Última atualização: 19 abril, 2023

Os complexos associados ao físico são um problema geral, mas especialmente para os adolescentes. Por isso, é importante saber diferenciar se são apenas complexos ou se podem levar a um transtorno alimentar. Eles podem levar a comportamentos perigosos por parte dos jovens, como a ingestão de substâncias perigosas, o recurso a dietas extremas ou o envolvimento em comportamentos autodestrutivos.

A prevenção de problemas alimentares desempenha um papel muito importante. Muitos distúrbios são graves e suas consequências podem ser muito negativas em todas as áreas. Neste artigo veremos como detectar um transtorno alimentar na adolescência para tratá-lo precocemente.

Transtorno alimentar: qual acomete os jovens com mais frequência?

Os dois transtornos alimentares que mais preocupam os pais e ocorrem com maior frequência entre os adolescentes são a bulimia e a anorexia.

1. Bulimia nervosa

É um transtorno alimentar no qual ocorre uma preocupação excessiva com a comida. Leva a episódios de compulsão alimentar, após os quais os jovens tentam se livrar das calorias ingeridas e chegam a extremos para controlar o peso. Por exemplo, são usados vômitos, jejum ou uso de laxantes, entre outros.

A bulimia e a anorexia podem advir de hábitos alimentares pouco saudáveis e da combinação de problemas familiares, emocionais, sociais, entre outros.

2. Anorexia nervosa

É quando há a recusa a manter o peso normal correspondente à idade e altura do adolescente. Existe um medo excessivo de ganhar peso, apesar de estar abaixo do peso. Há uma distorção do corpo, pois os jovens se veem acima do peso, quando a realidade é o contrário. Além disso, negam que estejam doentes e, no caso das mulheres, pode aparecer amenorreia (ausência do período menstrual).

Sinais de alerta para detectar um transtorno alimentar na adolescência

Existem algumas condutas e comportamentos que podem nos fazer pensar que algo está errado. A seguir, veremos alguns sinais que podem nos alertar de que nossos filhos podem começar a sofrer de algum desses transtornos. O importante é não se preocupar em excesso e buscar a ajuda de um especialista que possa nos orientar e aconselhar.

  • Mudanças de humor e irritabilidade.
  • Menos horas de sono.
  • Excesso de preocupação com o peso.
  • Aumento da atividade física ou exercício compulsivo.
  • Restrição alimentar, principalmente aqueles alimentos com maior valor calórico.
  • Consumo excessivo de água.
  • Distorção da auto-imagem.
  • Alimentos armazenados escondidos em lugares diferentes.
  • Consumo excessivo de chicletes sem açúcar.
  • Humor deprimido e sintomas depressivos.
  • Negação da doença.
  • Recusa a fazer refeições com mais pessoas.
  • Abuso de tabaco para ter menos ansiedade ao comer.
  • Sentimento de culpa.
  • Baixa autoestima.
  • Problemas de concentração e aprendizagem.
  • Vômito provocado.

Dicas para ajudar adolescentes com sintomas de transtorno alimentar

Se nosso filho está passando por um problema alimentar, é importante apoiá-lo o tempo todo. Não podemos esquecer que ele está em uma situação emocional difícil e precisa do apoio de todos ao seu redor.

Esses jovens têm uma autoestima muito baixa, o que gera inseguranças e um constante estado de ansiedade. A maioria apresenta problemas de integração social, sente-se isolado e pode ser alvo de ridicularização, entre outros problemas.

Os pais devem explicar aos filhos que a aparência física não é o mais importante para que eles tenham um bom desenvolvimento na sociedade.

Estabeleça hábitos alimentares saudáveis

Bons hábitos alimentares vão ser muito importantes para ter uma alimentação saudável, promover a autoestima e estimular a autoconfiança nos adolescentes.

Promova a união familiar

A união familiar é um fator protetor para a prevenção desses transtornos. Devemos oferecer bons modelos de comportamento, nos quais o aspecto mais importante da beleza é a saúde. É fundamental oferecer aos nossos filhos todos os recursos que temos à disposição para permitir que eles resolvam seus problemas sozinhos.

Compartilhe as refeições com as crianças

Compartilhar almoços e jantares com os adolescentes é fundamental para promover a união e bons hábitos alimentares. Além disso, é positivo aproveitar esses momentos para deixá-los se expressar e nos contar sobre seus problemas. Por sua vez, os adultos devem ouvi-los sem julgá-los ou culpá-los.

Sobre como detectar um transtorno alimentar na adolescência

Como já vimos, é importante detectar precocemente os transtornos alimentares na adolescência. Devemos ter em mente que bons hábitos alimentares na família vão ser um fator de proteção contra esse problema. É importante que sejamos coerentes entre o que fazemos e o que pedimos aos nossos filhos. Por exemplo, não podemos dizer a eles que tenham bons hábitos alimentares se não os tivermos.

Se seguirmos essas dicas, podemos ajudar os adolescentes com problemas alimentares. No entanto, nunca devemos esquecer que a ajuda de um profissional será necessária para poder aconselhar, orientar e detectar as causas desse distúrbio para sua recuperação.


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