Consequências de treinar seu filho através do medo

Se você é daquelas pessoas que costuma assustar as crianças por pura diversão, continue lendo e descubra as consequências desse ato "inocente".
Consequências de treinar seu filho através do medo

Última atualização: 14 março, 2023

A maioria dos pais e mães procura fazer o possível para educar seus filhos da melhor maneira. No entanto, algumas estratégias prejudiciais que se normalizaram afetam a segurança emocional das crianças no dia a dia. Entre elas, destaca-se a odiosa mania de amedrontar as crianças para que as obedeçam. Um recurso que parece eficaz, mas que tem sérias consequências.

“Se continuar com essa birra, vou dar você para um estranho”, “Se você não comer, vão puxar suas pernas à noite” ou “Crianças desobedientes são levadas pela polícia”… Tantas frases que nascem da criatividade de pais sem inteligência emocional, que se elevam cada vez mais ao grau de terror desde que as crianças se comportem como eles desejam. Então isso significa gerar filhos inseguros, medrosos e com baixa autoestima.

Por que assustar as crianças para que obedeçam não é algo inofensivo?

Palavras ditas levianamente são um dos piores inimigos da comunicação positiva. Isso porque são ditas sem pensar muito em seu significado e sem se dar conta de seu grande impacto. Mas isso não significa que não sejam dolorosas o suficiente para ficarem na memória de uma criança ferida.

muito triste pequeno
Saber como cuidar da comunicação com as crianças é essencial em toda parentalidade positiva e comunicação assertiva.

Porque por trás de avisos ou comentários soltos, podem ser geradas inseguranças que acabam afetando o desenvolvimento emocional das crianças. O medo é uma emoção muito poderosa que pode dominar a mente e o corpo de uma criança, fazendo-a sentir um profundo medo por coisas ou cenários que não ponham em risco a sua segurança.

Por exemplo, há o caso de uma família cujo único filho iria passar do jardim de infância ao ensino fundamental. E, apesar de todos estarem empolgados, acharam que seria uma boa ideia aconselhá-lo com frases como: “Você deve se comportar bem”, “Cuidado com os valentões que querem bater em você”, “Não mexa com qualquer um no recreio” ou “Crianças maiores são ruins, fique longe delas”.

Tudo isso fez com que o menino sentisse um medo profundo e físico de ir à escola e chorasse inconsolavelmente quando o deixaram lá. Ele se sentia inseguro, apavorado e ansioso, e não sabia por que seus pais o abandonaram em um lugar cheio de tantos perigos. A solução mais eficaz para melhorar seu comportamento foi mudar o discurso e incentivá-lo com tudo de bom que a escola traz.

Consequências de assustar as crianças para que obedeçam

Assim como no exemplo anterior, são muitos os casos em que os medos internos acabam se desenvolvendo devido a frases que ficaram gravadas na memória. Desde a mãe que dizia aos filhos que os gatos transmitiam doenças e era melhor evitá-los, até o pai que, por preconceito, implantava nos pequenos uma desconfiança sobre pessoas negras.

Menino roendo as unhas porque tem medo
As crianças não devem crescer sentindo-se inseguras consigo mesmas ou com medo do exterior. É melhor cultivar sua autoestima e segurança.

E qualquer que seja o medo infundado usado para que as crianças obedeçam, só gera consequências diretas em sua personalidade. Tais como o desenvolvimento de uma grande insegurança e falta de confiança em si mesmos. As crianças podem desenvolver fobias ou medos irracionais que geram ansiedade. Ou até mesmo sua autoestima pode ser deteriorada.

Portanto, se você quer que seus filhos cumpram as regras e os limites, é melhor usar seu exemplo diário, além do diálogo e da reflexão, para que eles tenham consciência de suas ações. É inútil assustá-los para que seja o medo que motive suas ações. Pelo contrário, você deve motivá-los a cumprir suas responsabilidades porque estão cientes de seus compromissos.

O que podemos fazer para evitar essas atitudes?

O primeiro passo para evitar assustar as crianças é ter em mente o grande impacto emocional que isso acarreta. Por isso, ao conversar com seus filhos, pense bem no que você vai dizer. Em vez de usar o medo ou a chantagem emocional, converse com respeito e empatia para que as crianças entendam que alguns comportamentos são inaceitáveis e que elas devem respeitar os limites e as regras ensinadas em casa.

Além disso, ao aconselhá-las sobre algo que logo entrará em suas vidas, tente não fazer isso sob a perspectiva de estar em constante vigilância ou medo. Porque, embora seja verdade que nem tudo no mundo são flores, é melhor incentivar as crianças a dar o melhor de si e a sentirem-se tranquilas com o o ambiente do que gerar medos e fobias que só irão afetá-las.

Por tudo isso, seja o exemplo e o guia que seus filhos precisam para crescer confiando em si mesmos e fortalecendo sua autoestima. E nunca use terror ou violência psicológica para fazê-los obedecer rapidamente. É melhor cultivar valores e limites em casa para que eles entendam as consequências de seus comportamentos.


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