Crianças que ficam com raiva por qualquer coisa

As crianças que ficam com raiva por qualquer coisa precisam de mais cuidado e atenção.
Crianças que ficam com raiva por qualquer coisa
Sara Sanchis

Escrito e verificado por a psicóloga Sara Sanchis.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

As crianças que ficam com raiva por qualquer coisa precisam de atenção e cuidados especiais, pois essa resposta pode ocultar problemas internos desconhecidos. Vamos desenvolver melhor esse assunto mais adiante neste artigo.

A raiva

A raiva é uma emoção básica do ser humano que surge por causa de um desacordo diante de uma determinada situação. As crianças são governadas pelas suas emoções e todas as suas manifestações são vividas por elas com grande intensidade.

No caso da raiva, não é ruim que elas sintam essa emoção. O problema surge quando o comportamento gerado por essa raiva é prejudicial ou generalizado.

Crianças que ficam com raiva por qualquer coisa

Se pararmos para observar com cuidado, poderemos encontrar a causa para essa reação nos momentos imediatamente anteriores. Uma resposta inesperada, uma necessidade não atendida, uma carícia ou atenção não recebida ou oferecida para outra pessoa, etc., podem ser os motivos que desencadearam uma nova reação de raiva na criança.

Crianças que ficam com raiva

É muito importante prestar atenção especial a esses casos, pois essa raiva contínua não é algo normal ou saudável. Será importante iniciarmos, sozinhos ou com ajuda profissional, um processo de análise da situação pessoal da criança para detectar quais aspectos podem gerar essas respostas de frustração.

Causas que podem fazer uma criança ficar brava continuamente

Existem várias causas possíveis para esse comportamento:

  • Uma situação atual de estresse: o nascimento de um irmão, um divórcio, a entrada na escola, as provas, etc.
  • Uma situação contínua (e muitas vezes normalizada) de abuso físico ou psicológico. Essas experiências causam duas respostas nas crianças: vulnerabilidade aprendida ou ataque. Nesse último caso, as crianças externalizam a raiva com as pessoas que geraram o dano e podem generalizar essa resposta diante de qualquer outra situação que considerarem uma ameaça.
  • Situações de abuso ou estresse que a mãe viveu durante a gravidez e os primeiros anos de criação. Essa experiência gera uma reação de embotamento emocional nas crianças e uma resposta automática de desconfiança e ataque diante de possíveis situações hostis.
  • Um padrão de resposta familiar baseado na frustração e na raiva. As crianças aprendem por imitação, adotando o padrão de resposta familiar e generalizando-o diante de situações que gerem desconforto.
  • Outras.

É de vital importância que a criança descubra quais são os motivos que estão causando as suas respostas de raiva para então agir de acordo, a fim de modificar a situação.

Como podemos ajudar as crianças que ficam com raiva

Para intervir nesses casos, recomenda-se que as diferentes áreas envolvidas na vida da criança (família e escola, principalmente) implementem uma série de respostas de maneira coordenada para acompanhar a criança na resolução satisfatória do seu problema.

Crianças que ficam com raiva rapidamente

As principais recomendações seriam:

  • Adotar uma atitude respeitosa e calma. Mostre, a partir do próprio exemplo, uma nova alternativa de resposta. Responder à raiva com mais raiva reforça a resposta inicial da criança.
  • Mostrar interesse por ela, pelas suas emoções e pela sua interpretação pessoal da situação. Isso nos permitirá entender um pouco melhor o seu comportamento e também oferecer apoio emocional, em muitos casos, uma das principais causas desses comportamentos.
  • Oferecer e incentivar a encontrar alternativas de resposta mais saudáveis e respeitosas: técnicas de relaxamento e respiração, escolher objetos para descarregar a raiva, histórias que abordem o problema etc.
  • Esclarecer os limites: ela pode expressar a sua raiva sem agredir ninguém e sem destruir nada.
  • Incentivar o autoconhecimento emocional: quando a criança conseguir responder sem ficar com raiva, é importante reforçar o seu novo comportamento e pedir para que ela observe como se sente em comparação com o que sente quando está com raiva.
  • Observar quais são as situações que geram a resposta para evitá-las ou, se elas ocorrerem, oferecer as alternativas estabelecidas. Assim, pouco a pouco, a criança vai internalizar as novas respostas.
  • Incentivar a empatia. Nos casos em que as crianças descarregarem a sua raiva por meio de agressões, é importante trabalhar com elas para que possam entender como a pessoa agredida se sente (“Como você acha que X está se sentindo agora?”, “Você se sente bem em vê-la assim?”, etc.).

Conclusão

Intervir nos casos das crianças que ficam com raiva por qualquer coisa é uma questão crucial, tanto para favorecer sua adaptação ao ambiente e a tranquilidade de suas famílias e professores, quanto para evitar problemas maiores de desajuste social e emocional a longo prazo.

Agir dessa maneira fornecerá a essas crianças recursos mais saudáveis para administrar as suas emoções e resolver satisfatoriamente qualquer problema que possa surgir em suas vidas. Diante da frustração, a raiva não será mais a resposta automática e, assim, a sua saúde mental será recompensada.


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  • Gutman, Laura. (2008): Crianza. Violencias invisibles y adicciones. Barcelona. Integral
  • Serrano Hortelano Xavier. (2011): Profundizando en el Diván Reichiano. La Vegetoterapia en la Psicoterapia Caracterioanalítica. Madrid. Biblioteca Nueva

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