Criptorquidia nos meninos: você sabe o que é?
A criptorquidia é um problema genital relacionado a um testículo não descendente ou mal descido. Se não for tratada a tempo, pode ser extremamente prejudicial para a criança no futuro.
Esse distúrbio de desenvolvimento genital não é mostrado na ultrassonografia pré-natal antes das 28 semanas de gestação. Por esse motivo, para detectá-lo precocemente, uma migração transinguinal deve ser realizada.
Quais são as causas do aparecimento da criptorquidia?
A criptorquidia é um dos distúrbios mais comuns em crianças e os fatores de seu surgimento são muito variados; pois não há causa exata.
Estes são alguns dos elementos mais frequentes que indicam que uma criança pode estar sofrendo desse distúrbio:
- Baixo peso ao nascer: isso acontece, principalmente, quando o bebê tem um parto prematuro. O peso é considerado baixo quando é inferior a 2,5 kg.
- Nascimento prematuro: são os casos em que o bebê nasce antes que a mãe atinja 37 semanas de gestação.
- Tamanho pequeno para a idade gestacional: o bebê é considerado menor do que deveria ser.
- Exposição materna ao estrogênio durante o primeiro mês de gestação: isso se deve a alterações físicas normais que ocorrem durante o primeiro mês de gestação.
- Pressão intra-abdominal: refere-se à pressão que ocorre dentro da cavidade abdominal acima de 10 centímetros.
- Malformações na parede abdominal: é um grupo de malformações congênitas que representam defeitos heterogêneos que causam a herniação ou evisceração de um ou mais órgãos da cavidade abdominal.
Diagnóstico de criptorquidia
A maneira mais comum de conhecer o diagnóstico desse distúrbio é através do exame e da avaliação do médico. Isso é feito apalpando o saco escrotal.
Se o saco está vazio, com o dedo indicador toca-se o canal inguinal caudal de cima a baixo para confirmar se o testículo está a caminho. Se os testículos não descem corretamente ou forem ectópicos, a probabilidade de detectá-lo será de 80%.
Essa avaliação deve ser realizada rotineiramente e, embora seja muito eficaz, o que é conhecido como falsa criptorquidia, que é causada por um reflexo cremastérico, pode ocorrer. Assim, ocasionalmente, uma ultrassonografia abdominal, uma tomografia ou ressonância podem ser realizadas para localizar o testículo.
“Os testículos começam a se formar na região abdominal a partir da sexta semana de gestação.”
Tipos de criptorquidia
Existem diferentes tipos de criptorquidia. O pediatra, segundo sua avaliação, ficará encarregado de determinar o tratamento a ser seguido, dependendo dos resultados.
Estes são os tipos existentes:
- Testículo elevado: isso se reflete quando o testículo não está no escroto, mas pode ser baixado manualmente; requer avaliação contínua.
- Testículo ectópico: ocorre quando o testículo está fora do canal inguinal; geralmente aparece no local subcutâneo.
- Testículos não descendentes adquiridos: no início, eles não estavam no escroto, mas descem durante o primeiro ano de vida e depois voltam para cima. Esse tipo de transtorno requer acompanhamento até os 10 anos de idade.
- Testículos ausentes: nesse tipo de distúrbio, o testículo não está no escroto e nem no canal inguinal ou no abdômen. Nesse caso, um ultrassom ou uma exploração cirúrgica é necessária.
- Criptorquidia verdadeira: ocorre quando o testículo não está no escroto e pode ser sentido no canal inguinal; mas não é possível fazê-lo descer.
Tratamento da criptorquidia
A maioria das criptorquidias se resolvem espontaneamente no primeiro ano, então recomenda-se apenas observar a criança e checar periodicamente se os testículos descem por conta própria. Se isso não acontecer após um ano de idade, deve-se considerar o tratamento, que pode ser hormonal ou cirúrgico.
Tratamento hormonal
Atualmente, esse tratamento é menos comum. Consiste na administração intramuscular de um hormônio que favorece a descida do testículo ao escroto.
Tem como ponto negativo que seus resultados nem sempre são eficazes; porque provavelmente após a terapia o testículo vai subir novamente. Além disso, esse tipo de tratamento não está isento de efeitos colaterais.
Tratamento cirúrgico
Esse é o tratamento mais eficaz hoje. Consiste na descida do testículo ao escroto por meio de uma intervenção denominada orquidopexia. Recomenda-se que seja feito antes dos 18 meses de vida; as chances de sucesso dessa intervenção são bastante altas.
Complicações da criptorquidia
Se esse distúrbio não for tratado a tempo, pode afetar muito a saúde da criança. Então, recomenda-se agir rapidamente no caso de você suspeitar que a criança tem essa anomalia em sua área genital.
Estas são algumas das complicações que podem ocorrer:
- Infertilidade.
- Aumento do risco de sofrer câncer testicular.
- Torção testicular.
- Hérnia inguinal.
A criptorquidia pode ser realmente prejudicial para os meninos se não for tratada a tempo. Por isso, os pais devem prestar atenção especial se houver suspeita de que a criança sofra desse distúrbio. Comunicar-se rapidamente com o médico da família permitirá os controles relevantes.