Devemos alternar o paracetamol e o ibuprofeno em crianças?

A febre é a causa mais frequente de consultas médicas na infância. No entanto, é um mecanismo de defesa do nosso organismo contra as infecções.
Devemos alternar o paracetamol e o ibuprofeno em crianças?
Sara Viruega Encinas

Escrito e verificado por a farmacêutica Sara Viruega Encinas.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Alternar o paracetamol e o ibuprofeno em crianças com febre é uma prática muito comum. No entanto, ela tem pouca evidência científica. Vamos aprender mais sobre isso neste artigo.

O paracetamol e o ibuprofeno são dois medicamentos comuns no kit de primeiros socorros de qualquer família. Diante de qualquer problema, eles geralmente são os nossos primeiros aliados.

No entanto, não devemos nos esquecer de que são medicamentos e, portanto, não estão isentos de problemas, principalmente se utilizados incorretamente. Vamos ver cada um deles com mais detalhes.

Paracetamol e ibuprofeno

O que é o paracetamol e para que é utilizado?

O paracetamol é um medicamento com propriedades analgésicas e antipiréticas. É indicado para o tratamento sintomático da febre e da dor de intensidade leve a moderada.

No organismo, age principalmente inibindo a síntese de prostaglandinas no sistema nervoso central. Ao contrário do ibuprofeno, não tem efeito anti-inflamatório.

Paracetamol e ibuprofeno

Reações adversas produzidas pelo uso de paracetamol são raras. A única população em risco são as crianças com problemas hepáticos ou que sejam alérgicas a esse medicamento.

O que é o ibuprofeno e para que é utilizado?

O ibuprofeno é um anti-inflamatório não esteroide (AINE) com propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antipiréticas. Seu mecanismo de ação se deve à inibição da síntese de prostaglandinas, que desempenham um papel essencial no aparecimento da febre, da dor e da inflamação.

É indicado para o alívio sintomático de dor ocasional leve ou moderada e para os estados febris. Deve ser empregado somente para uso ocasional e durante períodos limitados de tempo.

As mais frequentes reações adversas ao ibuprofeno são de natureza gastrointestinal. Úlceras pépticas, perfuração ou hemorragia gastrointestinal podem ocorrer. Para minimizar os efeitos adversos, recomenda-se tomar a medicação juntamente com as refeições ou com leite.

A febre

A febre é, sem dúvida, a causa mais frequente de consultas médicas na infância. É um assunto que gera muita preocupação para os pais e que frequentemente é tratado mais como uma doença do que como um sintoma.

No entanto, a febre é apenas isso: um sintoma, não uma doença. O objetivo diante de uma criança com febre não deve ser o de eliminar a febre, mas sim procurar a causa que a tenha provocado para, então, tratá-la.

A febre, no nosso corpo, é um mecanismo de defesa contra as infecções. Quando aparece, está indicando que o sistema imunológico está funcionando e combatendo os microrganismos invasores. É por isso que, às vezes, eliminar a febre pode ser prejudicial.

O tratamento antipirético deve ser administrado de acordo com o estado geral da pessoa. Isso significa que ele só deve ser usado se a criança não estiver bem. Caso o desconforto não seja aliviado, é possível considerar trocar de antitérmico.

A febre é apenas um sintoma, não uma doença.

Devemos alternar o paracetamol e o ibuprofeno em crianças?

Atualmente, não há nenhuma indicação terapêutica para combinar ou alternar antitérmicos. Os estudos não mostram que a combinação de medicamentos produza mais benefícios do que a administração de apenas um.

Na verdade, a administração simultânea de paracetamol e ibuprofeno aumenta o risco de erros e de possíveis efeitos colaterais.

O mais aconselhável, em caso de febre e mal-estar, é administrar o paracetamol a cada 4 ou 6 horas, uma vez que ele tem menos efeitos adversos do que o ibuprofeno. O paracetamol geralmente é o medicamento de primeira escolha nesses casos.

No entanto, às vezes, é possível optar pelo ibuprofeno, principalmente quando estamos buscando um efeito anti-inflamatório, além do efeito analgésico e antipirético.

No entanto, sempre devemos seguir as instruções do pediatra, tanto em relação à dose quanto em relação à frequência e duração do tratamento. Cada criança e cada situação são diferentes e é o médico quem deve orientar o tratamento.


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