O espírito natalino para além do Natal
O Natal acabou e com ele o espírito natalino se foi. As luzes que enfeitavam as cidades, as reuniões familiares em volta da mesa, o barulho das crianças nas casas e a magia dos presentes foram desativados. Voltamos à rotina, por um lado, almejada, mas, por outro, não.
O Natal é atualmente uma época de contrastes. Para algumas pessoas, é um momento de celebração, união e cordialidade. Esse desejo sincero é adoçado pelo consumismo voraz que somos levados a reproduzir em nossa sociedade.
E é justamente essa valorização excessiva do que é material um dos motivos que leva outro grupo de pessoas a odiar o Natal, devido à hipocrisia que se cultiva atualmente, onde o espírito natalino convive com um consumismo exacerbado.
O verdadeiro espírito natalino
E a que se devem essas duas posições tão opostas em relação ao Natal? Se nos arriscarmos um pouco a lançar algumas hipóteses a esse respeito, ousaríamos dizer que o espírito natalino desperta em cada Natal o desejo humano de viver na fraternidade e na cordialidade.
Existem várias crenças espirituais que confirmam que a vinda de Jesus a este mundo foi para nos lembrar da luz que vive dentro de nós. Para que possamos acordar e viver de acordo com a verdadeira essência humana, pacífica e gentil. Os Reis Magos reconheceram essa verdade e foram dar as boas-vindas ao Messias.
Tradições espirituais
Historicamente, não se sabe ao certo se 25 de dezembro foi a data real em que Jesus veio ao mundo. Existem várias hipóteses que defendem que a religião cristã escolheu essa data porque coincidia com outras datas pagãs em que o solstício de inverno era celebrado. Para essas culturas, era hora de começar um novo ano, dedicando suas celebrações ao novo nascimento do Rei Sol.
Seja como for, é um momento de celebração da chegada do sol, da alegria, da esperança por um mundo melhor. E é precisamente esse desejo que brota do fundo dos nossos corações que passou a ser chamado de ‘espírito natalino’.
A cada Natal, a alma humana sente dentro de si a possibilidade de um novo começo. O coração das pessoas estremece com essa bela verdade e palpita com a ilusão da chegada de um mundo novo e melhor.
Apenas a realidade artificial que criamos, substituindo por comida e presentes nossos anseios de paz, é a causa da decepção interna que algumas pessoas sentem quando chega o Natal. O verdadeiro significado desse feriado foi distorcido e manipulado, distanciando-nos da nossa conexão espiritual com a verdade.
Para além do natal
Outra razão pela qual algumas pessoas desconfiam da verdade que cerca essas festas é que elas lamentam que essa atmosfera de alegria e felicidade seja exclusiva do Natal. Muitas pessoas sentem uma certa hipocrisia pelo fato de viver em paz e harmonia durante esses dias e, logo após esse momento, retirarem novamente os escudos e as espadas para as tarefas diárias.
E se o espírito natalino fizer sentido mesmo depois do Natal? E se fosse apenas um começo? E se cada Natal fosse uma nova oportunidade de nos reconectarmos com nossa verdadeira essência humana bondosa…?
A cada novo ano, o sol renasce. A cada ano, podemos renascer das nossas cinzas. Na verdade, todos os dias o nascer do sol nos lembra que podemos renascer. Todas as manhãs podemos escolher ser uma manifestação pura da nossa verdadeira luz.
É uma escolha diária, gratuita e interna. Todos os dias, em cada ato que realizamos, temos o enorme poder de decidir fazer algo bom ou não. Cada gesto, cada palavra, cada intenção é escolhida livremente. Em todos os momentos.
A alma humana anseia pelo reencontro, pela união, pela cordialidade entre todos os seres humanos. O espírito natalino deseja se manter para além do Natal e ficar conosco para sempre. Está em nosso poder realizar esse desejo. O que você escolhe?
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