Como falar sobre assuntos difíceis com crianças pequenas

A seguir, vamos explicar como você pode falar sobre coisas difíceis com crianças pequenas, entre 2 e 6 anos de idade.
Como falar sobre assuntos difíceis com crianças pequenas

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 18 outubro, 2020

Uma das tarefas mais complicadas durante a criação dos filhos é falar sobre coisas difíceis com crianças pequenas. Já é bastante complicado explicar quando a máquina de lavar destrói o bicho de pelúcia favorito ou quando um valentão se comporta mal na escola. Então, pode parecer impossível colocar em palavras algumas das questões realmente importantes, tais como violência, racismo e outros assuntos importantes.

Comunicação com as crianças pequenas hoje em dia

Na era das notificações constantes, da transmissão de vídeos e da cobertura de notícias 24 horas por dia, quando até mesmo as crianças pequenas são expostas a histórias realmente sérias, é importante encarar esse desafio de frente.

Abordar os assuntos difíceis faz com que os seus filhos se sintam mais seguros, além de fortalecer o vínculo entre vocês e ensiná-los sobre o mundo. Quando você mostra a eles como coletar e interpretar as informações, como fazer perguntas e verificar as fontes, eles se tornam pensadores críticos.

É sempre triste enfrentar os problemas que o mundo não soube resolver. Mas, ao criar os nossos filhos com conhecimento, compaixão e um caráter forte, podemos dar a eles todas as ferramentas de que precisam para tornar as coisas melhores.

falar sobre coisas difíceis com crianças pequenas

É sempre uma boa ideia usar a idade e o estágio de desenvolvimento do seu filho como um guia para iniciar as conversas, para que as informações sejam abordadas de maneiras diferentes conforme ele for crescendo.

Entender como as crianças percebem o mundo

Entender um pouco sobre a forma como as crianças percebem o mundo em cada estágio do seu desenvolvimento ajuda a fornecer informações sobre ele da maneira mais adequada para a sua idade. Certamente, cada criança traz suas próprias sensibilidades, temperamento, experiência e outras características individuais para qualquer conversa.

Portanto, use o bom senso em relação à forma como o seu filho geralmente recebe as informações para determinar o quanto você deve se aprofundar. As dicas que vamos dar a seguir são orientações gerais para discutir qualquer assunto difícil com crianças de 2 a 6 anos, de acordo com as diretrizes do desenvolvimento infantil.

As crianças pequenas não têm experiência de vida suficiente para compreender alguns dos elementos envolvidos em assuntos complexos e difíceis. Elas também não têm um entendimento firme de conceitos abstratos ou de causa e efeito.

Uma vez que elas e os seus contatos principais (mãe, pai, irmãos, avós, até mesmo o cachorro da família) estão no centro do seu mundo, elas se concentram na forma como as coisas os afetam. Mas como podemos falar sobre assuntos difíceis com crianças tão pequenas?

Falar sobre assuntos difíceis com crianças de 2 a 6 anos

Elas são muito sensíveis aos estados emocionais dos pais e podem ficar preocupadas pensando que fizeram algo para aborrecê-los. Tudo isso torna difícil explicar grandes problemas e falar sobre assuntos difíceis com crianças pequenas.

Por outro lado, você pode controlar melhor sua exposição à mídia e, geralmente, elas podem avançar rapidamente. Para isso, você pode seguir estes exemplos:

  • Mantenha as notícias sob controle. Faça o que puder para limitar a exposição das crianças a assuntos inadequados para a sua idade, desligando ou silenciando a televisão e escolhendo meios voltados para a sua idade.
  • Tranquilize com palavras e gestos. Você pode dizer coisas como: “Você está seguro. Mamãe e papai estão seguros. E a nossa família está segura”. Abraçar e aconchegar também fazem maravilhas.
  • Aborde os sentimentos, tanto os seus quanto os do pequeno. Diga algo como: “Tudo bem se sentir assustado, triste ou confuso. Esses sentimentos são naturais e todos nós os sentimos às vezes”. Também tente dizer coisas como: “Estou chateada, mas não com você”.
  • Descubra o que eles sabem. Talvez o seu filho não entenda muito bem o problema. Pergunte a ele o que ele acha que aconteceu antes de dar uma imagem a ele.
  • Decomponha os problemas em termos mais simplesPara crimes violentos, você pode dizer“Alguém usou uma arma para machucar outras pessoas”. Para crimes de ódio, tente dizer algo como: “Alguns grupos de pessoas ainda não estão sendo tratados com igualdade ou justiça”.
  • Esteja ciente dos seus próprios preconceitosTodos nós os temos. Diga coisas como “homem”, “mulher”, “menina” “menino”, em vez de “menino gordo”, “mulher sem-teto”, “menina bonita” ou “menino branco”. Evite descrever etnia, identidade sexual, peso, situação financeira, etc. de uma pessoa, a menos que isso seja relevante para o problema.
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Falar sobre assuntos difíceis com crianças, considerando sua compreensão

Use vocabulário, ideias e relações que sejam familiares para elas. Lembre uma situação recente e semelhante das suas vidas com a qual elas possam se identificar. Você pode dizer coisas como: “Um homem roubou algo. Você se lembra de quando alguém pegou a sua mochila na escola por engano?”.

Use termos básicos para os sentimentos, tais como “bravo”, “triste”, “assustado”, “feliz” “surpreso”. As crianças pequenas entendem as emoções, mas não entendem as doenças mentais completamente. Você pode dizer que alguém estava com raiva ou muito confuso e precisava da ajuda de um profissional.

Além disso, para falar sobre coisas difíceis com crianças pequenas, é necessário comunicar que há alguém para protegê-las, para que elas se sintam bem no seu entorno. Você pode dizer algo como: “Mamãe e papai vão garantir que nada de ruim vai acontecer com a nossa família” ou “a polícia vai pegar o bandido”.

Falar sobre assuntos difíceis com crianças

Assim, como você pode ver, existem vários recursos que você pode usar para falar sobre assuntos difíceis com as crianças. Em suma, em todos os momentos, você deve levar em consideração a idade e o nível de maturidade do seu filho, aplicando os métodos que melhor se adaptarem ao seu filho e às circunstâncias específicas.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.