Fenda palatina em crianças: tudo o que você precisa saber

O que é a fenda palatina? Como acontece? Te apresentamos as principais características e consequências deste problema que se desenvolve durante a gravidez.
Fenda palatina em crianças: tudo o que você precisa saber

Última atualização: 09 fevereiro, 2018

O que é a fenda palatina? Como se desenvolve? Apresentamos neste artigo as principais características e consequências dessa doença que se desenvolve durante a gravidez.

As estruturas do palato podem sofrer malformações. A mais comum é a fissura palatina ou fenda palatina, um defeito congênito que gera dificuldade para comer e beber. Ainda que tenda a se confundir com o lábio leporino, não são iguais. Porém, ambas as condições se desenvolvem na fase inicial da gravidez.

A fenda palatina e o lábio leporino podem se apresentar juntos ou de forma isolada. O primeiro se manifesta com uma incisão direta no palato que chega até o nariz. O segundo se reflete como uma abertura entre o lábio superior e a fossa nasal. Os dois requerem cirurgia para serem corrigidos.

Agentes causadores da fenda palatina

Esta anomalia afeta 1 de cada 700 crianças. Ocorre quando os tecidos do lábio e do palato não se unem corretamente. Fatores ambientais e genéticos influenciam no seu aparecimento. Além disso, foram detectadas mutações em genes suscetíveis ao cigarro, ao álcool e à falta de vitaminas que podem influenciar.

A hereditariedade também intervém, assim como o consumo de determinados medicamentos. Os de maior risco são aqueles usados para tratar convulsões, câncer, artrite e acne. Os médicos também não descartam que a exposição a certos químicos ou vírus possa desencadear alterações deste tipo.

Por outro lado, estima-se que há 350 síndromes que contemplam este defeito em seu quadro clínico. Uma delas é a Síndrome de Van der Wouder (VWS), associada com alterações nos genes IRF6 e GRHL3. Quando detectado o alelo causador na família é possível fazer diagnósticos pré-natais.

Diagnóstico da fenda palatina

Se na gestação o maxilar superior não se fechar como deveria, ocorre a separação que distingue a fenda palatina. A “rachadura” pode se deslocar do palato duro (parte frontal da boca) até a garganta (palato mole). Inclusive pode se estender dentro da cavidade nasal ou comprometer o lábio.

Diferente do lábio leporino, este não é tão perceptível e nem pode ser detectado com ultrassons. É no parto quando o médico se certifica da presença ou não da fissura. Pode ser muito pequena ou um orifício grande que desencadeará complicações respiratórias, alimentares e expressivas.

O problema persistente nos bebês com fenda palatina é sua incapacidade para gerar um vazio na boca que facilite a sucção. Por isso, os líquidos ingeridos escapam pelo nariz, causando regurgitações que aumentam o perigo de asfixia. O ideal é usar mamadeiras especiais e operar assim que possível.

Danos associados à condição

Uma criança com fenda palatina pode mostrar atraso no crescimento, infecções constantes no ouvido e inconvenientes para se comunicar. Em consequência disso, pode enfrentar conflitos emocionais e psicológicos. Neste caso, é conveniente a consulta com um psicólogo infantil.

Se houver fissuras labio-palatinas, os danos estéticos se tornam visíveis. Há obstáculos na formação da dentição, desalinhamento na mesma e alta tendência à formação de cáries. Adicionalmente, pode provocar alterações no formato do nariz.

O problema nos bebês com fenda palatina é a incapacidade de gerar o vazio na boca que facilita a sucção.

Ainda que tudo isso aconteça, é importante assumir que a fenda palatina não é uma doença. Com as atenções adequadas, o pequeno pode levar uma vida normal. Até o momento da cirurgia, é preciso mantê-lo em posição inclinada para evitar maiores complicações.

Cirurgia para corrigir a fenda palatina

As cirurgias para corrigir uma fenda palatina são delicadas. Nem sempre se pode iniciar no terceiro mês, como as do lábio leporino. Muitas se devem efetuar com um ano de vida. Dependendo da gravidade do caso, se determinará o número e o tipo de operações que deverão ser feitas.

Com as devidas atenções, o pequeno com fenda palatina pode levar uma vida normal.

Em geral se necessita fechar o palato duro e o mole, arrumar o lábio ou o nariz, preencher a gengiva, formar estruturas ósseas e aplicar correções estéticas. O processo pode ser lento e prolongado e é preciso ter paciência. Se o orifício não puder ser fechado em sua totalidade, se sugere usar uma prótese ou obturador para melhorar a alimentação.

É possível prevenir a fenda palatina? Adotar hábitos saudáveis durante a gravidez e tomar vitaminas (ácido fólico e vitamina A) pode ajudar. Porém, por se tratar de um defeito congênito, é difícil de evitar. O fundamental é entender que não é uma condição grave e que tem solução.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.