Meu filho não fala, mas entende tudo: é um problema?
Cada criança tem seu próprio ritmo de amadurecimento e aprendizagem. É por isso que uma começa a andar ou falar mais cedo do que outra, mas todas acabam se desenvolvendo no tempo previsto. No entanto, quando o início de um marco de desenvolvimento é atrasado, a ansiedade e a preocupação dos pais vêm à tona.
Um dos exemplos mais claros é o desenvolvimento da linguagem. Quando seu filho não fala na hora certa, todos ao seu redor disparam alarmes. E como se não bastasse, o bombardeio de informações na internet pode levar você cada vez mais longe da resposta à sua pergunta principal: devo me preocupar com isso?
Primeiramente, essa questão deve ser abordada desde a prevenção, ou seja, a importância de se cuidar na hora certa e não se preocupar com os outros. Por isso, preparamos este artigo para ajudar você a esclarecer suas dúvidas.
Seu filho não fala, mas entende tudo
Como discutimos anteriormente, embora cada criança amadureça em seu próprio ritmo, as diferentes diretrizes ou marcos de desenvolvimento têm uma idade de conclusão determinada por meio de estudos científicos.
As crianças estão em constante amadurecimento, e o mais importante é ver que elas avançam em suas conquistas com o passar do tempo. Tanto na área da linguagem e da comunicação, como também nas demais questões relacionadas ao seu desenvolvimento.
Embora qualquer situação fora do normal exija a confirmação de um profissional competente, estes são alguns aspectos que você deve levar em consideração no desenvolvimento da fala do seu filho.
Primeiro ano de vida: do balbucio às primeiras palavras
Durante o primeiro ano de vida, a forma típica de comunicação oral é o balbucio. São sons simples, que vão se tornando cada vez mais complexos até atingirem as sílabas repetidas, como “ma-ma-ma”.
Aos 12 meses de idade, a criança costuma verbalizar uma palavra solta, embora possa não pronunciá-la perfeitamente.
O mais importante nessa fase é que a criança tende a imitar os sons que os pais fazem quando falam.
Segundo ano de vida: das palavras às frases
Entre 12 e 15 meses, o bebê deve ser capaz de entender instruções simples. Por exemplo, “Pega o seu brinquedo favorito”. Mas isso não significa que seja capaz de expressar uma ideia semelhante.
Alguns dos sinais da criança que podem servir de alerta nessa fase são os seguintes:
- Ela não se assusta ou se surpreende com ruídos próximos, como se não os tivesse escutado.
- Não emite vocalizações, nem mesmo para repetir o que os adultos falam.
- Ela nunca responde ao seu nome quando chamada.
- Não demonstra intenção de se comunicar com seus cuidadores, seja para pedir algo ou para compartilhar uma emoção com eles.
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Por que não fala?
As razões pelas quais uma criança não fala são diversas e às vezes muito mais complexas do que se pensa. A seguir, destacamos as mais relevantes:
- Alterações na boca ou palato.
- Distúrbios auditivos.
- Atrasos na aquisição de padrões maturacionais (incluindo a linguagem).
- Transtorno do desenvolvimento da linguagem.
- Transtorno do espectro autista.
- Pesares, conflitos familiares ou outras situações estressantes (separações, mudanças, nascimento de um irmão, morte de um ente querido).
No caso de uma criança que não fala quando deveria, é aconselhável consultar o pediatra ou o médico de família, para tirar dúvidas. Caso as suspeitas dos pais estejam corretas, a avaliação que o profissional considerar necessária será solicitada em tempo hábil.
Recomendações para monitorar o desenvolvimento da fala do seu filho
Durante os primeiros anos de vida, a presença dos pais e um ambiente de apoio são fatores essenciais para o desenvolvimento e a aprendizagem. Portanto, é importante passar tempo com as crianças e promover brincadeiras adequadas à idade.
Alguns dos hábitos positivos para estimular a linguagem das crianças são os seguintes:
- Converse com elas: é importante ensinar a elas como denominar os diferentes objetos para que incorporem essas palavras em sua linguagem. Faça isso com clareza e devagar, para que elas possam entender e internalizar.
- Partilhar experiências: constituem um convite à expressão e também ao diálogo entre duas pessoas.
- Ouvir música e ler histórias: ajuda a aprender a linguagem falada e escrita. É conveniente aproveitar as mudanças no tom de voz dependendo da situação, como na narração de histórias.
- Realizar exercícios de estimulação física: por exemplo, soprar para acompanhar o movimento da boca ou praticar certas palavras, para que aprendam a colocar a língua no palato.
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Outro ponto importante é observar o comportamento dos pais, pois às vezes os filhos não falam porque não têm oportunidade. Muitos pais se acostumam a interpretar os sinais dos filhos e a antecipar seus pedidos. Isso inibe a criança, pois ela não precisa se expressar.
Também há casos em que toda vez que a criança fala, ela é corrigida. Como resultado, muitas crianças optam por permanecer em silêncio ou simplesmente apontar. Quando isso acontecer, você precisará alterar a forma de lidar com a situação. Por exemplo, em vez de dizer “Isso não é papel, é lápis”, é melhor dizer “Você quer o lápis?”.
Se o seu filho ainda não fala
Diante de uma criança que não fala, avizinha-se uma pista de obstáculos difícil de superar. O mais importante é consultar um especialista em tempo hábil e acompanhar o processo de aprendizagem do seu filho.
Respeitar o tempo de cada criança também implica estar atento ou sensível às suas necessidades. Em consonância com isso, comparecer aos exames médicos de rotina é um fator essencial para monitorar o crescimento e a maturação do seu filho.
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