A importância do iodo durante a amamentação

Se você achava que o iodo era importante apenas durante a gravidez, saiba que sua importância também se estende durante a amamentação. A seguir, vamos falar mais sobre esse tema com mais detalhes.
A importância do iodo durante a amamentação
Angela Herrero Marin

Escrito e verificado por a farmacêutica Angela Herrero Marin.

Última atualização: 22 agosto, 2024

Durante a gravidez, certamente você teve que suplementar com vitaminas que seu ginecologista prescreveu para fornecer iodo e ácido fólico extras ao seu corpo. O iodo desempenha um papel importante durante a amamentação, pois será o único mineral que você precisará ingerir durante esse período. Como sempre, cada caso é um caso. Além disso, haverá mulheres que precisam de um suprimento extra de outras vitaminas e minerais.

O que é iodo?

O iodo é um mineral muito necessário para o nosso corpo, pois é essencial para a síntese dos hormônios tireoidianos. O corpo também precisa de hormônios da tireoide para o desenvolvimento adequado dos ossos e do cérebro durante a gravidez e a infância.

Deficiência de iodo

A deficiência de iodo pode produzir diferentes alterações em nosso corpo, como as seguintes:

  • Bócio: é o aumento da glândula tireoide. Manifesta-se como uma inflamação no pescoço. Quando não há iodo suficiente no corpo, a tireoide tem que trabalhar muito mais, o que causa desequilíbrios nos hormônios tireoidianos.
  • Cretinismo em crianças: é uma deficiência congênita que causa retardo físico e mental. É muito importante que uma mãe grávida ou lactante tenha uma ingestão diária de iodo maior do que outro adulto para evitar o cretinismo em crianças.
  • Infertilidade: a deficiência de iodo e o baixo nível de hormônio tireoidiano resultante podem fazer com que as mulheres parem de ovular. Isso leva à infertilidade.
Iogurte, leite e queijo, assim como outros produtos lácteos, são alimentos que contêm uma boa quantidade de iodo.

Onde o iodo é encontrado?

Esse mineral é encontrado nos seguintes alimentos:

  • Sal iodado: é a principal fonte onde podemos obter iodo para o nosso corpo com mais facilidade.
  • Peixe e marisco: os frutos do mar são naturalmente ricos em iodo. Da mesma forma, peixes como bacalhau, atum ou perca são boas fontes do mineral.
  • Algumas variedades de algas marinhas: o kelp é a mais comum das algas com uma rica fonte de iodo.
  • Leite e seus derivados: leite, iogurte e queijo estão entre as principais fontes de iodo que consumimos atualmente.
  • Ovos: também são uma rica fonte de iodo.
  • Frutas e legumes: embora em menor proporção que os alimentos mencionados, também podemos encontrar iodo neles.

A importância do iodo

Os países signatários da Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) adquiriram um compromisso que inclui reconhecer e proteger o direito da criança de gozar do melhor nível possível de saúde (art. 24 da CDC), além da eliminação dos distúrbios por deficiência de iodo (IDDs) até o ano 2000.

Foi aprovado pela Assembleia Geral da ONU, em 20 de novembro de 1989, e pela Declaração Mundial para a Sobrevivência, Proteção e Desenvolvimento da Criança, em 30 de setembro de 1990. Assim, pode-se afirmar como direito humano básico desde a infância os seguintes:

  • “Toda criança tem direito a uma quantidade adequada de iodo em sua dieta.”
  • “Toda mulher grávida ou lactante tem o direito de receber uma nutrição adequada de iodo para evitar que a criança tenha o desenvolvimento mental afetado pela deficiência desse nutriente essencial.”
Embora não haja déficit de iodo, será necessário suplementar não só para a mãe, mas também para o correto desenvolvimento do recém-nascido.

Iodo durante a amamentação

As recomendações específicas variam ao longo da vida com base na idade, no sexo e em outros fatores. Mulheres grávidas ou lactantes precisam de quantidades maiores de iodo. A saber:

  • Adultos: 150 mcg/dia.
  • Mulheres grávidas: 220 mcg/dia.
  • Mulheres lactantes: 290 mcg/dia.

Tal como acontece com o suplemento de ácido fólico, a ingestão extra de iodo deve começar a partir do momento em que a gravidez é planejada. Isso porque as necessidades aumentam desde o início da gestação. Nesse sentido, fica estabelecido que a referida suplementação seria a seguinte:

“As necessidades de iodo em mulheres lactantes são estimadas em 250-300 µg/dia. Como a ingestão de sal pode ser reduzida nesse período, recomenda-se a suplementação de 200 µg de iodo por dia, na forma de iodeto de potássio, durante a lactação, seja em lactente único, seja em gêmeos ou irmãos”.

– Comitê de Aleitamento Materno da Associação Espanhola de Pediatria –

Garantir o correto desenvolvimento da criança

Durante a amamentação, a mãe precisa de um grande suprimento extra de iodo, pois o leite materno é a única fonte desse micronutriente para o lactente. Além disso, esse mineral é importante para o desenvolvimento cerebral adequado do bebê. Portanto, a mãe deve continuar a suplementar com iodo durante toda a amamentação.

Se o bebê for alimentado com amamentação artificial, devem ser usadas fórmulas que contenham as quantidades necessárias de iodo. Assim, busca-se garantir o correto desenvolvimento da criança, com especial importância se for um bebê prematuro.


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  • Delshad H, Azizi F. Iodine nutrition in pregnant and breastfeeding women: sufficiency, deficiency, and supplementation. Hormones (Athens). 2020 Jun;19(2):179-186. doi: 10.1007/s42000-019-00160-2. Epub 2019 Nov 27. PMID: 31776808. Disponible en https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31776808/

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