Qual é a importância da ultrassonografia morfológica?

A ultrassonografia morfológica é um dos principais exames da gravidez. E, além disso, permite conhecer o futuro bebê da cabeça aos pés.
Qual é a importância da ultrassonografia morfológica?
Marcela Alejandra Caffulli

Escrito e verificado por a pediatra Marcela Alejandra Caffulli.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

A gravidez exige cuidados de saúde redobrados para garantir o bem-estar da mãe e do bebê. Uma das estratégias mais eficazes para acompanhá-lo é a realização de exames de ultrassom. Dentre eles, a ultrassonografia morfológica desempenha um papel fundamental. Você sabe como funciona?

O que é uma ultrassonografia morfológica?

É um exame não invasivo que visa avaliar como o corpo do bebê se desenvolve dentro do útero materno. Por meio dele, é possível detectar oportunamente algumas patologias fetais como as malformações congênitas.

Isso é feito por meio de um dispositivo especial que emite ondas sonoras de alta frequência no abdômen da mulher.

O som se dispersa pelo líquido amniótico e “colide” com as diferentes estruturas do bebê. Isso gera um sinal de resposta (eco), que é capturado por um computador e exibido como uma imagem bidimensional ou tridimensional do bebê.

Polidrâmnio pode ser perigoso

As ultrassonografias têm muitos propósitos durante a gravidez. Porém, as do segundo trimestre têm como objetivo principal avaliar como os diferentes órgãos do bebê estão se formando.

A seguir, detalharemos os objetivos da ultrassonografia morfológica (Puerto, 2018):

  • Avaliar a anatomia do bebê: verifica se que os órgãos estão corretamente formados e se as estruturas fetais mantêm as proporções corretas. Se forem detectadas malformações, a avaliação é concluída com estudos mais especializados.
  • Observar o crescimento fetal: dependendo da idade gestacional do bebê, é determinado se a taxa de crescimento está adequada ou se o bebê tem atraso no crescimento intrauterino.
  • Calcular o volume do líquido amniótico: por meio de alguns parâmetros de medição, como o índice do líquido amniótico (ILA), é possível detectar a presença de excesso (polidrâmnio) ou déficit (oligoidrâmnio) de líquido amniótico.
  • Examinar a condição da placenta: principalmente, a localização desse órgão em relação ao orifício cervical interno e o local onde o cordão umbilical está inserido.

Quando realizar uma ultrassonografia morfológica

Em meados do segundo trimestre da gravidez, a maioria dos órgãos e estruturas do feto já estão suficientemente formados. Por esse motivo, é considerado o momento ideal para a realização da ultrassonografia morfológica.

Os especialistas recomendam realizar esse exame entre a 18ª e 20ª semana de gestação. Nesse período, coincidem três fatores que determinam o sucesso da ultrassonografia:

  • Os ossos do bebê ainda não possuem muito cálcio, e isso permite o correto exame das estruturas internas do feto.
  • A quantidade de líquido amniótico é adequada para que as ondas sonoras se distribuam por toda a superfície do feto.
  • O tamanho do bebê é grande o suficiente para observar em detalhes como seus órgãos se formaram.

Informações que você deve conhecer

A ultrassonografia morfológica é usada para detectar diferentes malformações ou anomalias congênitas no feto. Embora nem todas essas doenças sejam observáveis, sua frequência de aparecimento não é desprezível.

Estima-se que 1 a cada 33 crianças nascidas no mundo sofre de algum defeito congênito e mais de 3 milhões de crianças sofrem de alguma deficiência por essa causa (OPAS, 2015).

Embora o exame de ultrassom não possa prevenir o desenvolvimento de nenhuma dessas condições, oferece às famílias a possibilidade de receber os tratamentos necessários para reduzir o risco de morte ou de complicações na saúde dos bebês.

Por esse motivo, é extremamente importante realizar este e outros exames de saúde durante a gravidez, especialmente em gestações de alto risco.

O exame machuca?

Definitivamente, a ultrassonografia morfológica não causa dor nem para a mãe nem para o bebê.

É um exame realizado por meio de um equipamento de ultrassom, composto por um computador e um transdutor de sinal, que é colocado sobre a pele do útero da mãe.

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Para movimentar o aparelho de um lado ao outro do abdômen, é utilizado um gel que evita qualquer dor, coceira ou sensação desagradável.

Por outro lado, as ondas sonoras que são emitidas para o útero da mãe não causam dor ou sofrimento ao bebê.

Tem riscos?

A ultrassonografia é um exame seguro para a mãe e seu filho, pois não envolve nenhum risco presente ou futuro.

As pressões no útero são leves e não aumentam a probabilidade de complicações de trauma externo.

Quanto às ondas sonoras, não representam risco para a saúde do feto, assim como os raios-X.

Diagnostica com precisão?

É um exame confiável o suficiente desde que seja feito com o equipamento adequado e o operador (geralmente um médico) seja suficientemente treinado.

Por isso, diz-se que é um estudo “operador dependente”, pois o seu sucesso depende da mão humana que o realiza.

A ultrassonografia morfológica é um procedimento de rotina que visa detectar gestações com possível risco de malformações congênitas.

Caso seja detectada alguma alteração no organismo do bebê, é necessário repetir o exame após algumas semanas e indicar outro tipo de ultrassom mais específico. Por exemplo, aqueles exames que incluem um doppler fetal.

Sobre a importância da ultrassonografia morfológica

Como enfatizamos ao longo do artigo, os ultrassons são exames simples, não invasivos e muito seguros para a mãe e seu bebê.

A partir deles é possível obter informações relevantes em um momento oportuno, a fim de oferecer às famílias os conselhos e as intervenções necessárias para minimizar riscos futuros.

Não se esqueça de que comparecer a todas as consultas obstétricas e realizar os exames de rotina é a melhor maneira de proporcionar uma boa saúde ao seu bebê.


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