Índice de massa corporal (IMC) em crianças e bebês

O índice de massa corporal tem grandes limitações quando se trata de analisar a origem das variações de peso. Não é a mesma coisa ganhar massa gorda ou massa muscular.
Índice de massa corporal (IMC) em crianças e bebês

Última atualização: 03 abril, 2021

Embora o índice de massa corporal (IMC) seja um dado que em adultos pode levar a interpretações errôneas, em crianças ele é muito mais confiável. Na verdade, é frequentemente utilizado por pediatras para verificar o grau de desenvolvimento do bebê, servindo, assim, para detectar desvios da média.

Em primeiro lugar, deve ficar claro que os bebês passam por grandes mudanças durante os primeiros meses de vida. Não apenas a nível fisiológico, mas também em sua estrutura. Dessa forma, é comum que mudem de peso com frequência, aumentando-o, assim como seu tamanho. Mas ambas as variações devem ser relativamente harmoniosas entre si.

Como o índice de massa corporal é calculado?

A primeira coisa que é preciso saber é o método seguido para se obter o índice de massa corporal. É um dado que, segundo estudo publicado na Obesity, é calculado ao dividir o peso pela altura em metros ao quadrado. Com isso, é obtido um valor que permite a comparação de diversos bebês entre si, tornando relativamente fácil detectar anormalidades no crescimento.

No entanto, é importante não tirar os dados fora de contexto. É fundamental estudar a evolução do índice de massa corporal do bebê, além de comparar esses dados com bases existentes referentes a outras crianças.

Para isso, existe uma série de tabelas de dados que distribuem as medidas entre percentis de acordo com sua frequência populacional. Dependendo da localização de cada bebê ou criança em relação aos seus homólogos, pode-se estabelecer um primeiro diagnóstico relacionado a problemas de desenvolvimento ou composição corporal.

É importante destacar que existem tabelas diferentes, que mudam de acordo com variáveis como: crianças de etnia caucasiana, de etnia africana, do sexo masculino, do sexo feminino… As diferenças genéticas condicionam também a velocidade de desenvolvimento e a morfologia do indivíduo.

Obesidade infantil

Um dos principais usos do índice de massa corporal é a detecção da obesidade infantil, uma patologia que causa sérios problemas de saúde a médio prazo, conforme evidenciado por pesquisas publicadas em Frontiers of Medicine .

Essa condição aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Para isso, é necessário cuidar dos hábitos de vida, incluindo a alimentação e a prática de atividade física. Contudo, certas variações genéticas podem aumentar a facilidade de ganho de gordura, dificultando o controle do estado da composição corporal.

As limitações do índice de massa corporal

Embora possa ser usado no contexto da prática clínica, é verdade que o índice de massa corporal tem certas limitações. A primeira é que negligencia os compartimentos corporais, analisando a diferença de peso e altura como um todo.

Não é possível saber se a diferença corresponde a um aumento da massa óssea, massa magra ou massa gorda. Não é a mesma coisa aumentar a porcentagem de um elemento ou de outro em termos de saúde.

Por esse motivo, outros métodos são frequentemente utilizados para a análise da composição corporal e do desenvolvimento infantil. Seriam eles a bioimpedância elétrica, a antropometria com medição das dobras ou, se necessário, a ressonância magnética.

Com esses mecanismos, é possível obter uma imagem mais fiel da realidade e analisar se as variações de peso respondem a um problema alimentar – aumento de gordura – ou a um problema de desenvolvimento normal – aumento do tamanho muscular e ósseo.

Porém, recomenda-se que todos esses métodos sejam realizados por um profissional, caso contrário, o risco de erro é maior, bem como o risco de interpretação incorreta.

Índice de massa corporal em crianças, um parâmetro com limitações

Como você viu, o índice de massa corporal pode ser útil para fazer certas comparações, embora tenha limitações. É usado principalmente para analisar o desenvolvimento do bebê ou da criança, bem como para detectar riscos associados ao excesso de peso.

Em todo caso, a correta interpretação da medida é fundamental para evitar erros em termos de possíveis diagnósticos. Caso seja necessária maior precisão, outros métodos de análise da composição corporal deverão ser utilizados para garantir maior confiabilidade.


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