Meninas que sofrem do complexo de Electra
Complexo de Electra é um termo que se refere a uma condição comportamental identificada pelo psicólogo suíço Carl Jung, na qual as meninas manifestam certa obsessão pela figura paterna.
De acordo com a analogia feita pelo psicólogo, o complexo de Electra é o equivalente feminino do “complexo de Édipo”, a obsessão da criança pela mãe.
Ambos os distúrbios fazem relação com histórias mitológicas, nas quais os referentes chegaram a extremos inesperados por sua obsessão com os progenitores.
De acordo com o autor dessa teoria, o complexo de Electra faz parte do processo de maturidade das mulheres. Por isso, é algo que pode acontecer com frequência.
No entanto, há casos que podem causar preocupação por causa da intensidade com que se manifestam.
Por que o complexo de Electra ocorre?
Acredita-se que, quando as meninas chegam aos três anos, começam a distinguir as principais características que identificam ambos os sexos.
Por isso, é natural que apresentem algum tipo de atração pelo principal referente do sexo masculino que conhecem.
Nesta fase do desenvolvimento, a menina pode chegar a se concentrar demais em seu pai. Principalmente quando ele é a única figura do sexo oposto ao seu redor.
Pouco a pouco, um comportamento que é considerado normal, pode desencadear uma obsessão cada vez maior.
A partir disso, é possível que ela sinta ciúmes e reivindique que o pai preste atenção somente nela.
Isso, geralmente, resulta em uma rivalidade com a sua principal competidora: sua própria mãe.
O complexo de Electra e o de Édipo estão relacionados em muitos aspectos. No entanto, os especialistas podem encontrar diferenças biológicas e psicológicas muito importantes em ambos os casos.
Por exemplo, na menina, a zona erógena lhe permite que o seu papel seja um pouco mais passivo do que no caso do sexo masculino.
Conselhos para tratar o complexo de Electra?
Em todo momento, é importante colocar em prática nossa compreensão, ser pacientes e carinhosas com as crianças durante o seu desenvolvimento.
Recomenda-se que a atenção para este problema não seja negligenciada apenas porque sabemos que é natural.
Algumas orientações podem nos ajudar a melhorar o comportamento e, certamente, evitar o desenvolvimento de uma relação negativa com os pais.
Lembre-se de que as crianças estão passando por uma fase que as forja como indivíduos, muitas vezes essas ações se manifestam de acordo com o instinto e as emoções que os pequenos vão descobrindo.
Assim, é aconselhável sermos respeitosas e maduras para enfrentar este problema sem ferir os sentimentos da pequena. Algumas recomendações são:
- Fortalecer a comunicação familiar
- Procurar deixar claro o papel de cada membro da família
- Estimular a menina para que desenvolva sua autoestima e independência
- Realizar atividades entre mãe e filha a fim de favorecer com que a pequena se identifique com a mãe e deixe de vê-la como uma rival
- Ser amável, respeitosa e amorosa na forma de corrigir a menina quando exagerar seu comportamento a este respeito
- Conversar com a menina sobre as suas expectativas para o futuro e fazer com que se concentre em coisas que as meninas fazem
- Se necessário, não devemos hesitar em consultar um especialista e nos certificar de implementar todas as recomendações que ele fizer. Para resolver este inconveniente, o primeiro passo é reconhecê-lo
- Tenha paciência, pois esta fase vai passar logo.
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