Narcolepsia em crianças

A narcolepsia é uma condição para a vida toda que atinge muitas crianças. Descubra neste artigo o que é essa doença e como ela afeta o dia a dia dos pequenos.
Narcolepsia em crianças

Última atualização: 05 outubro, 2018

A narcolepsia em crianças é uma condição de sonolência excessiva que pode prejudicar consideravelmente todos os aspectos da vida. Certamente, isso inclui o funcionamento social e acadêmico.

Essa condição atinge aproximadamente 1 em cada 2.000 pessoas e a maioria dos sinais aparece durante a primeira infância e a adolescência.

É uma doença que se mantém durante a vida toda e pode afetar o relacionamento com amigos e familiares. Embora a narcolepsia não influencie na inteligência, pode afetar a memória e a aprendizagem.

A narcolepsia em crianças está relacionada com uma alteração em determinada área do cérebro que controla o sono e a vigília.

Em muitos casos, considera-se que se deve à perda de uma substância química particular no cérebro, chamada hipocretina.

O que causa a narcolepsia em crianças?

A narcolepsia é causada por uma perda de células no sistema nervoso central que produz um hormônio do sono chamado hipocretina.

Apesar de o motivo da perda dessas células ser desconhecido, suspeita-se que, pelo menos em parte, se deva a um processo autoimune.

Existem alguns marcadores genéticos que podem ajudar a determinar se um paciente realmente tem essa condição. No entanto, mesmo que um indivíduo não apresente nenhum desses marcadores, a narcolepsia não é excluída por completo.

Em contrapartida, o fato de apresentar algum dos marcadores significa que, definitivamente, a doença vai se desenvolver.

Quais são os sinais da narcolepsia em crianças?

Os sintomas da narcolepsia podem se desenvolver durante vários anos ou podem aparecer de maneira conjunta.

Com o objetivo de que você se informe sobre quais são, apresentamos os cinco sintomas mais comuns da narcolepsia em crianças:

1.- Sono excessivo durante o dia

Este é, geralmente, o principal sinal de narcolepsia em crianças: elas se sentem cansadas o tempo todo.

De fato, elas podem pegar no sono em momentos incomuns como, por exemplo, no meio de uma conversa ou durante uma refeição.

2.- Cataplexia

A cataplexia é uma perda repentina e breve do controle muscular provocada pelo estresse ou por uma forte emoção. Alguns exemplos podem ser a raiva, a ansiedade ou a surpresa.

Essa sensação pode ser leve, como uma breve sensação de fraqueza nos joelhos. Ou mais significativa, como um desmaio, devido à incapacidade de se manter em pé.

Certamente, a respiração não é afetada, mas pode haver uma sensação de asfixia.

3.- Paralisia do sono

A paralisia do sono é uma perda do controle muscular, seja enquanto a criança adormece ou quando acorda.

Ela provoca uma sensação de não conseguir se mexer ou falar, apesar de a pessoa estar totalmente consciente do ambiente à sua volta. Ser tocado por outra pessoa, geralmente, faz com que a paralisia seja interrompida.

4.- Alucinações hipnagógicas

São momentos de sonho vívido ou pesadelos difíceis de distinguir da realidade. Ocorrem logo antes de adormecer ou depois de acordar.

Esses sonhos frequentemente envolvem imagens ou sons de animais ou ladrões. Certamente, o conteúdo desses sonhos, muitas vezes, é assustador.

Geralmente, ocorrem combinados com episódios de paralisia do sono.

5.- Comportamentos automáticos

Podem acontecer episódios em que a criança realiza ações automáticas da sua rotina sem estar consciente ou ter lembranças do que fez. Por exemplo, escrever uma carta, fazer as tarefas, cozinhar ou limpar.

Outros sintomas relatados por crianças com narcolepsia podem ser os seguintes: perda de memória, falta de concentração, baixa motivação, lentidão, dificuldades para acompanhar os amigos e as tarefas escolares.

 Em cada criança deveria ser colocado um cartaz com os dizeres: ‘Tratar com cuidado, contém sonhos’
–Mirko Badiale–

Como tratar a narcolepsia em crianças?

Existem tratamentos para ajudar a controlar os sintomas. Dessa forma, as crianças que têm esse transtorno podem levar uma vida quase normal.

Os planos de tratamento, geralmente, envolvem uma abordagem tripla: medicamentos, modificação do comportamento e educação.

  • Medicamentos

Existem medicamentos no mercado que podem tratar a sonolência excessiva durante o dia, a cataplexia, os transtornos do sono e as alucinações.

É possível que o médico ajude a combinar os momentos de dormir com os horários dos medicamentos. O objetivo é elaborar um plano para reduzir a sonolência da criança de maneira efetiva.

narcolepsia em crianças
  • Modificações do comportamento

A criança deverá seguir um horário de sono estrito que envolva uma quantidade adequada de horas para sua idade. Incluindo breves cochilos durante o dia, se for considerado necessário.

Ao mesmo tempo, é aconselhável que a criança evite atividades que possam ser perigosas para sua saúde ou sua vida. Por exemplo, dirigir, nadar ou cozinhar, exceto em momentos em que saiba que estará alerta.

  • Educação

Se seu filho sofre de narcolepsia, é necessário conversar com amigos próximos, familiares, colegas de trabalho e professores que tenham contato direto com a criança. 

Isso deve ser feito a fim de informar sobre o transtorno e sobre como a criança pode ser afetada no dia a dia.

Por fim, a narcolepsia é um transtorno comum que atinge muitas crianças.

Por isso, recomendamos consultar o médico o mais rápido possível se você desconfia que seu filho sofre dessa doença a fim de poder elaborar o melhor plano de ação, visando o bem-estar da criança.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Martínez-Salcedo, E., Lloret-Sempere, T., García-Navarro, M., & Sellés-Galiana, M. F. (2001). Narcolepsia en niños. Rev Neurol33(11), 1049-1053.
  • Merino-Andreu, M., & Martínez-Bermejo, A. (2009, December). Narcolepsia con y sin cataplejia: una enfermedad rara, limitante e infradiagnosticada. In Anales de Pediatría (Vol. 71, No. 6, pp. 524-534). Elsevier Doyma.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.