Normalizar a amamentação como um direito de mães e filhos

Devemos normalizar a amamentação, pois a criança tem o direito de ser amamentada e a mãe tem o direito de amamentar sem medo, culpa ou vergonha.
Normalizar a amamentação como um direito de mães e filhos
Elena Sanz Martín

Escrito e verificado por a psicóloga Elena Sanz Martín.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

A amamentação é o método de alimentação mais adequado para o bebê e um elemento importante na formação do vínculo de apego. No entanto, apesar dos inúmeros benefícios que traz, ela ainda é vista com julgamento e estigma por muitas pessoas. Normalizar a amamentação é tarefa de todos, pois devemos contribuir para quebrar as barreiras psicológicas que nos impedem de vê-la como o ato natural que é.

De fato, temos nos tornado uma sociedade desnaturalizada que nos afasta da nossa origem e das nossas necessidades essenciais. Somos levados a priorizar a independência, a produtividade e a autoexigência em todas as áreas das nossas vidas.

No entanto, o calor humano, o contato e o apoio mútuo são indispensáveis, principalmente em uma fase tão delicada quanto o início da maternidade.

Os bebês precisam do carinho, dos cuidados e da proteção da mãe. E as mulheres precisam do apoio e da compreensão da sociedade. Devemos normalizar a amamentação, pois a criança tem o direito de receber cuidados e de ser alimentada e a mulher tem o direito de alimentar seu bebê sem medo, culpa ou vergonha.

A amamentação é necessária

A amamentação fornece o alimento mais adequado para o bebê. Essa prática tem inúmeros benefícios, pois fortalece o sistema imunológico, protege o bebê contra doenças e fornece todos os nutrientes de que ele precisa. A OMS recomenda que essa seja a fonte exclusiva de alimento para a criança durante os primeiros seis meses de vida.

Normalizar a amamentação

A partir de então, outros tipos de alimentos podem ser introduzidos de forma gradual e adequada. No entanto, a amamentação deveria continuar pelo menos até os dois anos de idade.

Essa recomendação não é uma imposição nem um limite rígido. Não é necessário abandonar a amamentação assim que o pequeno atingir essa idade. É muito mais benéfico fazer um desmame respeitoso no momento em que mãe e filho se sentirem preparados.

Decidir com liberdade

A opção de nutrição que cada criança vai seguir é uma escolha pessoal da mãe, e todas são igualmente válidas. Existem diversas razões pelas quais a amamentação não pode ser implementada ou não é desejada, e optar por usar uma fórmula infantil é uma decisão totalmente legítima, desde que não seja motivada pela pressão da opinião pública.

Muitas mães renunciam a esse direito porque não recebem informações ou apoio suficientes, tanto da família quanto do sistema de saúde. O apoio durante a amamentação é necessário para ajudar a resolver as dificuldades e para que a mãe conte com as orientações e o suporte emocional necessário.

No entanto, geralmente acontece o oposto. A amamentação é mal vista por grande parte da sociedade, que a considera como um impedimento para a mãe se desenvolver profissionalmente e como pessoa. Por outro lado, as opções de conciliação são claramente insuficientes.

Além disso, quando uma mulher amamenta em público, ela pode receber olhares de reprovação, censura e incompreensão. Por esse motivo, muitas mães são relegadas às salas de amamentação (quando existem) ou vão diretamente para os banheiros quando desejam alimentar o bebê.

Outras vezes, ainda, elas são forçadas a cobrir o filho com um pano enquanto ele se alimenta do peito.

Normalizar a amamentação

Normalizar a amamentação como um direito

A falta de apoio e a pressão social podem levar muitas mulheres a renunciar a esse direito maravilhoso que é tão necessário para elas e para seus bebês. A amamentação não é apenas alimento, também é carinho, proteção e segurança.

Por isso, é importante normalizar esse ato natural, algo que muitas mulheres famosas ou influentes estão encarando como uma responsabilidade. A visibilidade é o primeiro passo, pois, se não falarmos sobre um determinado assunto, ele não terá espaço.

Lembre-se de que seu bebê tem o direito de ser alimentado quando necessário e que isso não é motivo de vergonha ou escárnio. Você não precisa se esconder, nem esconder seu pequeno. Afinal, nenhum de nós gostaria de comer no banheiro ou com um pano na cabeça.

Informe-se, procure profissionais da saúde ou grupos de apoio à amamentação, junte-se com outras mães… Não se esconda! A amamentação é um ato natural, necessário e benéfico. A maldade está nos olhos de quem vê e enxerga algo diferente disso.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Cebrián, D. M., Santana, R. M., Villanueva, E. G., & Santana, P. S. (2002, January). Factores relacionados con el abandono de la lactancia materna. In Anales de Pediatría (Vol. 56, No. 2, pp. 144-150). Elsevier Doyma.
  • Díaz-Argüelles Ramírez-Corría, V. (2005). Lactancia materna: evaluación nutricional en el recién nacido. Revista cubana de pediatría77(2), 0-0.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.